sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Ponto de Mutação: A Visão Espírita
VIVA JESUS!
Boa-tarde! queridos irmãos.
Ponto de Mutação: A Visão Espírita
1. Um exame da atual experiência humana leva, inexoravelmente, à constatação de que ela vive uma de suas fases mais contraditórias, em que os extremos atingiram limites nunca antes alcançados. Jamais o progresso científico e o avanço tecnológico foram tão vertiginosos, como o observado nos últimos cem anos. Todavia, quanto ao aspecto moral, o homem não conseguiu caminhar no mesmo ritmo. Daí a razão por que os cientistas sociais são unânimes em reconhecer que o final do século passado e o início do atual constituem mais um ponto de mutação da Humanidade, cuja principal característica será a implantação de uma nova consciência, conforme acentua Leonardo Boff, em seu livro Feminino e Masculino, Uma nova consciência para o encontro das diferenças[1], escrito a quatro mãos com Rose Marie Muraro.
De acordo com eles, “... é só recentemente, no final do século XX e no início do século XXI que podemos falar realmente da emergência de uma nova consciência. A aceleração histórica e a tecnologia se tornaram incontroláveis e imprevisíveis. Mais de 90% de todas as grandes invenções foram feitas nos últimos cem anos. Assim, a humanidade caminhou de uma lenta escalada para uma aceleração explosiva, principalmente depois da invenção das tecnologias eletrônicas, das quais a mais importante é a do computador, que dá início à Segunda revolução Industrial.
Estamos vivendo, portanto, mais um “ponto de mutação” da nossa espécie, criador de uma nova consciência das novas estruturas humanas. Só que este é, talvez, o mais profundo de todos, tão radical quanto aquele que nos transformou de animais em seres humanos: nos primórdios integrados à natureza, os seres humanos também integrados entre si”.
2. Fritjof Capra[2] sustenta que a revolução da física moderna prenuncia uma revolução iminente em todas as ciências e uma transformação da nossa visão do mundo e dos nossos valores. Entende, também, que os movimentos sociais dos anos sessenta e setenta (o livro aqui citado foi escrito em 1981) representam uma nova cultura em ascensão, que, fatalmente, irá substituir as instituições vigentes, reconhecidamente obsoletas. O seu raciocínio se apoia nas tradições místicas orientais, com especial destaque para o I Ching, cujas palavras são utilizadas na abertura da referida obra: “O término de um período de decadência sobrevém do ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas este não é gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nenhum dano” (op. cit, s/n).
3. Essas opiniões, confrontadas com a realidade, dão a impressão de que não passam de utópicas esperanças de seus autores, e que é quase impossível alimentar qualquer expectativa mais otimista quanto ao futuro da Humanidade. A agressividade, tanto individual como coletiva, vem alarmando as autoridades das diferentes nações e os órgãos internacionais incumbidos de zelar pela paz mundial. A tecnologia a serviço do crime e da guerra dá uma dimensão exata dessa “era de perplexidades e contradições”, em que a fome e a miséria convivem no mesmo espaço com a fartura e a riqueza, o lixo com o luxo, a doença com a saúde, a guerra com a paz! As pesquisas de Erich Hobsbawm[3], professor aposentado do Birkbeck College da Universidade de Londres e, atualmente lecionando na New School for Social Research, de Nova York, concluem que, no século XX, mataram-se mais seres humanos do que em qualquer outra época. Mas, contraditoriamente, tais pesquisas apontam, também, que nunca se chegou a níveis de bem-estar e a transformações iguais aos observados nesse período.
4. Quem conhece a obra de Kardec não se espanta nem se admira diante dessa realidade. Em A GÊNESE, ele é por demais explicito ao afirmar que uma nova geração virá substituir aquela já velha e carcomida que ainda ocupava – e ocupa – seu lugar no mundo, o que implicará, necessariamente, uma série de sacudidelas no planeta. Adverte, porém, que tais sacudidelas não serão caracterizadas por grandes hecatombes de natureza física, porquanto ocorrerão no interior da própria Humanidade, cujas entranhas serão seriamente abaladas: “Hoje, já não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade” (p. 405).
Publicada em janeiro de l868, encerra uma autêntica profecia em relação a todos os acontecimentos que ocorrem atualmente na Terra. No Capítulo XVIII, o Codificador faz uma síntese magistral da situação da Terra neste início de um novo ciclo. Tomando como ponto de referência a Lei do Progresso, ele destaca o duplo aspecto da evolução planetária, o físico e o moral, o que conduzirá à depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que povoam a Terra. Enquanto a primeira se realiza de forma brusca e caracterizada por impressões muito acentuadas, a outra segue um ritmo lento, gradual e insensível. Daí a razão da distância que ainda separa as duas formas de evolução.
5. O “ponto de mutação” dos filósofos e sociólogos, com todas as consequências que as grandes transformações sempre provocaram, está definido de uma maneira clara e incontestável no seguinte trecho da referida obra: “A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhe ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, estos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho” (p. 404).
José Carlos Monteiro de Moura
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[1] Boff, Leonardo e Muraro, Rose Marie – FEMININO E MASCULINO, Editora Sextante, Rio, 2002, pp 10 e 11.
[2] Capra, Fritjof – O PONTO DE MUTAÇÃO, Editora Cultrix, 1987.
[3] Hobsbawm – ERA DOS EXTREMOS – O breve século XX – 1914-1991 Cia. das Letras, São Paulo, 2003.
[4] O HOMEM INTEGRAL, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Livraria Espírita Alvorada – Editora, Salvador, Bahia, 1991, p. 60.
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