sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POLÍTICA E RELIGIÃO

Hábito inveterado e condenável é esse dos oradores de comícios procurarem envolver questões de consciência religiosa nas campanhas políticas. Padres e pastores falam nos púlpitos, nos comícios, envolvendo a religião e acusando candidatos contrários de estarem a serviço de inimigos da sua igreja; outros, mais imaginosos, organizam procissões e festejos e lá se derramam pelas ruas da cidade, exibindo andores e cantores, que passam a ser elemento eleitoral, pedindo votos para adeptos do vigário, do pastor, bispo ou apóstolo (quando não para os próprios) e ainda pragas para os "inimigos" da sua (deles) religião. Imitando agrupamentos políticos que defendem interesses comuns como, por exemplo, a bancada ruralista, surgiu também a ‘bancada evangélica’ com se o Cristo de Deus necessitasse de representantes seus no Congresso Nacional. Nosso Governador governa e não se submete às miudezas daqueles que buscam a matéria através de neg ociações nem sempre muito claras e oriundas dos calabouços da política. A errada e perigosa mania de usar-se dessa ferramenta de paz e amor para fins eleitorais, suporta o que há de condenável e desenfreado no processo partidarista. O bispo disse, o arcebispo não disse, quem disse foi o pastor, a Cúria negou... É assim que se costuma fazer política partidária, vingativa, odienta, sectarista e intolerante, deseducando o povo, habituando a mocidade e as crianças que leem ou vão ouvir oradores nos comícios, a desrespeitar o direito de voto, a desprestigiar o regime democrático, a estimular mentiras, a nutrir desavenças, a robustecer ódios. Entendemos que, trocando o púlpito por uma tribuna de achincalhes partidários, estarão os sacerdotes e pastores se nivelando a qualquer pecador, não lhes sendo mais razoável falar como Pastores de Almas mas sim como caçadores de votos mundanos . AS IGREJAS – A DE ROMA OU AS REFORMADAS - vão mal com sacerdotes que mais se entregam à paixão política do que à beleza espiritual de seu magistério divino. Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instruí-vos, eis o segundo. No mais, oremos para que nossas escolhas políticas acertem em seus mandatos de forma a refletirem os ensinamentos do Mestre Jesus em seus atos e palavras. Decalcado de um artigo de Reformador (FEB) de Jan 1948

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