Deus, o criador do Universo
O que é Deus? Como sabemos se Ele existe?
É a causa primária de todas as coisas, inteligência suprema
que a tudo criou. Conhecemos Deus através da sua criação, observando a natureza
e a perfeição existente nas leis naturais, no encadeamento lógico de tudo o que
existe.
Deus sabe antecipadamente que vamos falhar em
nossas provações?
Deus não nos enviaria para situações que estariam
antecipadamente condenadas ao fracasso. As provas e expiações são proporcionais
à necessidade do Espírito. É claro que Ele conhece a todas as suas criaturas e
sabe de suas tendências e potencialidades. Sabe que um poderá falhar em áreas
onde outro terá sucesso. Mas se o Espírito pede determinada prova ou expiação,
evidentemente é porque sabe que tem condições para suportá-las. Poderá falhar,
como poderá sair vitorioso, dependendo da melhor disposição para vencer as más
inclinações. Em tudo a Sabedoria Divina nos encaminha para vivenciar as
situações necessárias ao avanço do Espírito. A beleza das leis está justamente
na possibilidade que se têm de refazer o trabalho, caso se tenha falhado em
algum ponto.
Qual a natureza de Deus?
A natureza de Deus difere de tudo o que chamamos matéria,
pois de outra forma Ele seria mutável. Não existe na linguagem humana, palavras
que possam definir a verdadeira natureza da Divindade. Quando o Espírito atinge
o estágio de pureza, ele compreende o Criador de modo mais amplo. Até lá, sua
idéia a respeito do Pai é apenas relativa ao seu grau de adiantamento.
Espírito, perispírito e mundo espírita
O que é Espírito?
O Espírito é o princípio inteligente da Criação. São
criados todos da mesma forma, simples e ignorantes, sujeitos à Lei da Evolução.
Progridem em tempo que varia conforme as condições e necessidades de cada um,
dentro de uma trajetória que vai das sensações à angelitude, passando pelos
caminhos do instinto, inteligência e razão. Através de milhares de encarnações
no plano físico, a evolução do Espírito se consolida no campo da sabedoria e da
moralidade. Nos estágios inferiores, são conhecidos como demônios ou diabos. No
estágio de pureza, que adquirem depois de inúmeras reencarnações, são os anjos,
os arcanjos e os serafins.
O que é perispírito?
É o corpo astral do Espírito, para usarmos uma linguagem
mais popular. É o elo que liga o Espírito (ser abstrato) à matéria. Deriva do
fluido universal e sua textura varia de acordo com o ambiente do planeta onde o
Espírito habita. É o intermediário entre o corpo e o Espírito. Morfologicamente
seria como uma cópia do corpo físico, só que menos denso, pois feito de uma
matéria diferente, imponderável e imperceptível aos nossos sentidos físicos
normais. O apóstolo Paulo chamou-o "corpo espiritual". Quanto mais
evoluído for o Espírito, mais etéreo será o corpo espiritual.
O que é um Espírito errante?
É o Espírito que permanece no mundo espiritual, no intervalo entre uma encarnação e outra, aprendendo e se preparando para novas experiências. O tempo de erraticidade depende do grau evolutivo do Espírito e de suas necessidades de aprendizado. Só os Espíritos puros não são errantes, pois não mais necessitam reencarnar.
Podemos ser influenciados pelos Espíritos?
Sim, podemos. A Doutrina Espírita nos instrui que somos
guiados pelos Espíritos muito mais do que podemos supor. Uns nos inspiram a
seguir o caminho do Bem e das boas realizações. Outros, nos influenciam
sugestionando-nos para o mal. Pela nossa vontade e livre arbítrio podemos
resistir ou ceder a essas influências. Entendendo a dinâmica da relação entre
os fluidos espirituais e nosso corpo espiritual, podemos compreender como se dá
essa influenciação.
O que é e como se procede uma lavagem do
perispírito? O conceito desse procedimento está expresso no livro
"Consciência" de Luiz Sérgio.
Conceitos estranhos podem ser encontrados em muitos livros
psicografados, por isso torna-se necessário que se proceda ao estudo sério das
obras de Allan Kardec, que traduziu os pensamentos dos Espíritos superiores, a
fim de que não se absorvam ensinamentos falsos e fantasiosos. O perispírito é o
corpo astral do Espírito e varia segundo a moralidade deste. Pode-se energizar
o perispírito de alguém, derramando sobre ele fluidos salutares, o que o
tornará mais limpo. Porém, tal procedimento é apenas passageiro. A única forma
de "limpar" o perispírito definitivamente é moralizando o Espírito,
tornando o seu envoltório mais leve e diáfano, à medida que atinge estágios
mais avançados de evolução.
Como é a constituição do perispírito em função
da moralidade do Espírito?
O perispírito é uma condensação do fluido cósmico universal
em torno de um foco de inteligência ou alma. É formado pelos fluidos
ambientais, sendo, portanto, diferentes de acordo com os mundos habitados. Nos
mundos mais atrasados o perispírito é mais grosseiro e denso; nos mundos mais
adiantados ele é mais leve e etéreo, pois habitam ali Espíritos mais evoluídos,
favorecendo, evidentemente, ambiente energético melhor e mais purificado.
Percebe-se, então, que a natureza do corpo espiritual está sempre em relação
com o grau de adiantamento moral do Espírito, sendo mais grosseiro nos
atrasados e mais diáfano nos adiantados. Será tanto mais tênue quanto mais
elevado for o Espírito.
Uma alma que atingiu a perfeição não volta a
reencarnar? Nesse estado tem perispírito?
Os Espíritos que atingem a perfeição são os chamados
Espíritos Puros. Eles reencarnam apenas em missão, com o objetivo de fazer
progredir a humanidade. Segundo Allan Kardec, são os mensageiros e os ministros
de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. O
perispírito, como sabemos, é o envoltório da alma. É a forma de manifestação do
Espírito e sua natureza fluídica está sempre em relação com o grau de
adiantamento moral do Espírito. Portanto, os Espíritos puros possuem
perispírito, mas de uma matéria tão etérea que, para nós que habitamos os
planos mais próximo da matéria, é como se não existisse.
Onde está a memória do Espírito? Alguns livros
dizem que é no perispírito. O que diz a Codificação?
A sede da memória, ou seja o patrimônio adquirido pela
individualidade, não pode estar no perispírito e sim na Alma ou Espírito. O
perispírito também é matéria, embora de uma natureza diferente da que
conhecemos. É o corpo do Espírito e por onde ele se manifesta em plenitude.
Cada perispírito é formada das substâncias fluídicas do ambiente onde o
indivíduo habita. Portanto, o Espírito ao mudar de mundo também muda de
perispírito, como se trocasse de roupa. Se admitíssemos que a sede da memória
estivesse no perispírito, neste ato toda experiência acumulada ficaria no mundo
anterior, o que certamente a razão repudia. Portanto, a sede da memória, ou
seja, toda a história e patrimônio moral e intelectual do ser encontra-se no
"sensorium comune" do Espírito, como um arquivo de onde o indivíduo
retira de lá os dotes acumulados durante toda a sua trajetória evolutiva.
Relata o espírito "André Luiz" em um
dos livros psicografados por Chico Xavier, que após período de trabalho na
Terra, retorna à colônia Nosso Lar e, em repouso deixa seu corpo
(perispiritual), indo ao encontro de sua Genitora. Pergunto: Com que corpo? O
Espírito tem mais de um perispírito?
É necessário levar em consideração que a tese abordada pelo Espírito André Luiz não recebeu a chancela do Controle Universal dos Espíritos, mecanismo que, segundo Allan Kardec, deveria aferir as novas revelações vindas da Espiritualidade. Por alguns equívocos dos espíritas, tal mecanismo nunca foi criado. A projeção astral de André Luiz a um plano superior ao que se encontrava, durante o repouso, fundamenta-se na hipótese de que o corpo de manifestação do Espírito no mundo exterior se divide em sete camadas. A mais interior seria o próprio Espírito e a exterior, o corpo carnal. Desse modo, estando estacionado nas regiões onde os Espíritos estariam de posse do seu sexto veículo fluídico, André teria se projetado num plano onde as entidades espirituais (mais desmaterializadas) usariam seu quinto corpo astral. Ambas as revelações, no entanto, só devem ser admitidas como hipóteses de estudos, até que possam se submetida ao Controle Universal dos Espíritos, se é que ele um dia vai ser criado.
É necessário levar em consideração que a tese abordada pelo Espírito André Luiz não recebeu a chancela do Controle Universal dos Espíritos, mecanismo que, segundo Allan Kardec, deveria aferir as novas revelações vindas da Espiritualidade. Por alguns equívocos dos espíritas, tal mecanismo nunca foi criado. A projeção astral de André Luiz a um plano superior ao que se encontrava, durante o repouso, fundamenta-se na hipótese de que o corpo de manifestação do Espírito no mundo exterior se divide em sete camadas. A mais interior seria o próprio Espírito e a exterior, o corpo carnal. Desse modo, estando estacionado nas regiões onde os Espíritos estariam de posse do seu sexto veículo fluídico, André teria se projetado num plano onde as entidades espirituais (mais desmaterializadas) usariam seu quinto corpo astral. Ambas as revelações, no entanto, só devem ser admitidas como hipóteses de estudos, até que possam se submetida ao Controle Universal dos Espíritos, se é que ele um dia vai ser criado.
Se o nosso arquivo desta vida e das vidas
passadas se encontram gravadas em nosso perispírito e ele tende a desaparecer
com a nossa evolução, como e onde ficam estes arquivos?
Já dissemos em perguntas anteriores que a memória do Espírito não se encontra no perispírito. Este é um conceito retirado de livros psicografados (que não foram submetidos ao Controle Universal - inexistente) e não do pensamento dos Espíritos superiores responsáveis pela Codificação. A teoria contraria as Obras Básicas e evidentemente não encontra fundamento lógico que possa explicá-lo. A memória da individualidade se encontra na intimidade do Espírito, em seu arquivo permanente, no que se chama "sensorium comune". O perispírito é matéria. Seria uma incoerência acreditar que a coisa mais importante para Espírito, que são suas experiências vividas, pudesse estar atrelada e confinada à matéria. Veja mais sobre o assunto em perguntas anteriores, nesta mesma página.
Há inferno, céu e purgatório?
O céu ou o inferno, como lugar circunscrito, não existe.
Allan Kardec, em "O Céu e o Inferno", nos diz que o céu, o purgatório
e o inferno são estados de consciências e não um lugar físico. Evidente que
através das afinidades de pensamentos, os Espíritos agrupam-se em determinadas
regiões do mundo astral, dando origem a ambientes agradáveis, de sofrimento ou
conturbados, que caracterizaram e deram origem aos termos usados no
catolicismo.
Existem anjos e demónios?
Deus que é soberanamente justo e bom, não poderia ter
criado criaturas destinadas infinitamente a permanecer no mal, como também ter
criado Espíritos perfeitos desde sua origem, sem que eles fizessem nenhum
esforço para isso. Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e,
através das experiências, vai adquirindo saber e moralidade até atingir a
perfeição. Em sua trajetória evolutiva permanece na ignorância por algum tempo,
vivendo as experiências do bem e do mal, dependendo de seu livre arbítrio. Os
demônios é a denominação que foi dada para Espíritos que ainda não evoluíram
moralmente, e que se comprazem no mal, mas que um dia perceberão seus erros. Os
anjos são Espíritos puros, que já evoluíram moral e intelectualmente, através
de seus esforços desde a sua criação. Só assim se explica a bondade e a justiça
de Deus.
Os Espíritos, que não necessitam mais da
matéria continuam com o perispírito no plano espiritual?
Sim, continuam a necessitar dele. Aprendemos com a Doutrina
Espírita que o corpo espiritual se eteriza na medida em que o Espírito evolui
na senda do progresso. O perispírito é necessário à manifestação da
individualidade no mundo espiritual. Na encarnação é elo entre o Espírito e
matéria. Quando desencarnados podemos dizer que é o próprio Espírito se manifestando
plenamente. Mais subsídios podem ser encontrados em A Gênese, capítulo XIV,
itens 7 a 12.
Como os Espíritos se locomovem?
Os Espíritos esclarecidos se locomovem através do
pensamento. Movimentam-se mais ou menos rápido dependendo da evolução de cada um.
Os Espíritos pouco adiantados se movem no mundo invisível, como o fazem os
homens na Terra.
Os Espíritos podem nos visitar?
Freqüentemente o fazem. Nunca estamos sozinhos. Os bons
Espíritos procuram nos ajudar através da intuição, e os maus nos trazem
influências que nos perturbam o equilíbrio (obsessões). O hábito da oração e
vigilância constantes nos faz menos sujeitos às más influências.
Todos os Espíritos podem se comunicar logo
após sua morte?
Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se
comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina
que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com
desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida
que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são
desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão
fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados
apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo
tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se
concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que
desencarnam precocemente, não merecem credibilidade.
O que acontece com o nosso Espírito quando
dormimos?
No descanso do corpo físico, o Espírito desprende-se e
aproveita para retomar parcialmente sua relativa liberdade, permanecendo ligado
ao corpo físico por um cordão fluídico/energético. Dependendo de seus
interesses e evolução poderá aproveitar estes momentos para visitar outras
esferas espirituais onde terá oportunidade de aprender e trocar idéias com
seres que com ele se afinizam. Pode também visitar amigos que estão no plano
físico ou no plano espiritual. Se são Espíritos excessivamente apegados a
matéria, poderão buscar ambientes mundanos para se satisfazerem. Se ao
despertar sentimos paz e alegria, é que estivemos em boas companhias, mas se
acordamos de mau humor, cansados e oprimidos, é porque estivemos com Espíritos
ignorantes. Portanto devemos ter como hábito, antes de dormir, orar a Deus e
aos bons Espíritos para que, durante o sono, nossa Alma possa estar em sintonia
com os planos elevados da Criação.
Os Espíritos fazem sexo após a morte? Eles
conservam suas vontades sexuais?
Normalmente não há relação sexual após a morte, pois este é
um ato ligado à experiência no plano carnal. O que pode acontecer no mundo
invisível, é que o Espírito desencarnado ainda obcecado pelo sexo, envolva-se
com outros da sua mesma natureza e se mantenham alimentando-se mentalmente dos
hábitos e costumes que cultivaram em vida. É comum ligarem-se a pessoas
encarnadas, cujas tendências lhes são afins, para satisfazerem suas
necessidades sexuais. Nos planos espirituais onde habitam os Espíritos
esclarecidos não há qualquer atividade no campo da sexualidade.
Existem almas gémeas?
Não existem almas gêmeas no sentido que normalmente se dá a
esse termo. Não há um homem criado especialmente para uma mulher ou vice-versa.
Essa idéia, usada para justificar paixões transitórias, é puramente humana e
nada tem a ver com as informações dadas pelos Espíritos superiores que
revelaram a Doutrina Espírita. O objetivo de todos os Espíritos é atingir a
perfeição e nesse estado todos se reconhecerão como verdadeiros irmãos.
Os Espíritos podem ler nossos pensamentos? É
certo dizer que deve-se orar sempre com a mente, e nunca com os lábios,
falando?
Os Espíritos podem ler nossos pensamentos sim, dependendo
de seu grau de afinidade para conosco ou de sua condição evolutiva. Quanto à
prece, você pode fazer com o pensamento, mas acima de tudo com o sentimento
sincero de respeito e gratidão a Deus. As preces altas e longas são feitas mais
para serem vistas pelos homens do que para serem ouvidas por Deus.
Gostaria de saber, no que diz respeito ao
estado de perturbação espiritual, o que se passa com Espíritos que quando
encarnados não tiveram a oportunidade de se esclarecerem quanto ao seu estado
futuro nos seguintes casos: por ocasião de seu enterro; em caso de cremação de
seu corpo; em caso de doação de órgãos?
Em todos os casos referidos, o Espírito que não tenha a
compreensão da vida após a morte sofre muito. Pode ver seu enterro e se
angustia. Pode ver seus órgãos sendo retirados e é um desespero por sentir-se
ainda vivo. Pode sentir-se queimando, pela mesma razão. Mas o seu sofrimento
depende do nível moral dele, da forma como encarou a vida, da sua condição
evolutiva. Mesmo que ele não tenha a compreensão da vida verdadeira
(espiritual) se ele foi uma pessoa digna, justa e se preocupou com o outro,
será atendido mais prontamente e poderá compreender rapidamente o que se passa
com ele. Neste caso, não passará por essas provações acima ditas. O que importa
não é conhecimento que ele tem da vida espiritual, mas o que ele tem no coração.
Tem pessoas que tinham um grande conhecimento da Doutrina Espírita e depois que
desencarnam sofreram grandes decepções e sofrimentos.
Os fluidos e o passe
Que são fluidos?
Os fluidos são o veículo do pensamento dos Espíritos, tanto
encarnados quanto desencarnados. Todos estamos mergulhados no fluido cósmico
universal, substância básica da Criação, que varia da imponderabilidade até a
ponderabilidade. Os fluidos espirituais estão impregnados dos pensamentos dos
Espíritos, portanto varia de qualidade ao infinito. A atmosfera fluídica é
formada pela qualidade dos pensamentos nela predominantes.
O que é o Passe?
É a transferência de fluidos de uma pessoa a outra, através
da prece e imposição de mãos, procedimento largamente usado nos centros espíritas.
As energias são oriundas dos fluidos humanos (do passista) e fluidos
espirituais (dos Espíritos que trabalham com a equipe de médiuns). Existem três
tipos de magnetismo: o humano, o espiritual e o misto. O tipo de magnetismo
utilizado nas casas espíritas é o misto, pois à ação dos encarnados soma-se a
ajuda benéfica dos Espíritos que trabalham na área, qualificando, direcionando
e potencializando os fluidos.
O que é um passe anímico?
Animismo é um termo usado para designar a ação oriunda do
próprio médium. Passe anímico é aquele em que se utiliza o magnetismo humano
(do médium). Allan Kardec nos ensina que os fluidos oriundos do magnetizado
sempre recebe a ação espiritual, mesmo que ele não acredite nisso, pois todos
possuem anjos guardiães ou guias espirituais. Além do mais, estando mergulhado
no fluido cósmico universal, o passista sofre a ação do mundo espiritual sobre
ele. Nos centros espíritas, onde teoricamente os Espíritos estarão trabalhando
em muito maior escala, não se concebe que tenha um passe sem a ajuda deles.
Seria um contra-senso. Os passes aplicados nos centros espíritas não são,
portanto, anímicos. Algumas técnicas e conceitos sobre o passe foram divulgadas
no Movimento Espírita por Edgar Armond (um esoterista que converteu-se ao Espiritismo)
orientada no passado por ele. É daí que vem as teorias dos passes anímicos e
outros tantos que vemos nas casas espíritas. Mais instruções sobre o assunto
podem ser encontradas na apostila Espiritismo para Iniciantes, no capítulo
"O Passe".
Existe passe especial?
O passe especial foi uma denominação inadequada dada ao
passe ministrado às pessoas em tratamento nos centros espíritas. Logo foi visto
como sendo "diferente" e as pessoas querem recebê-lo a todo custo. Na
maioria das vezes é desnecessário, pois o passe convencional atende às
necessidades gerais. A diferença entre os passes está na equipe espiritual que
secunda os passistas no momento do atendimento, no tempo de imposição das mãos
sobre o paciente e nas diversas fases do processo terapêutico utilizado nas
casas. E, é claro, depende das condições morais de quem o aplica. De nada
adiantam técnicas, formas ou teorias especiais se o passista for pessoa de má
índole ou não trabalhar por sua depuração moral.
Qual diferença entre passe magnético e passe
espiritual?
O passe magnético é aquele onde a energia utilizada provém
apenas do encarnado, ou seja, é utilizado o magnetismo humano. No passe
espiritual são utilizados os fluidos dos Espíritos, que do mundo invisível agem
sobre os indivíduos. No passe misto existem os dois tipos de fluidos, o humano
e o espiritual, sendo largamente utilizado nos centros espíritas na cura das
doenças físicas e psíquicas.
Existem milagres?
O milagre é fenômeno que não se consegue explicação
racional e nos parece sobrenatural. Na verdade é apenas a manifestação
intencional (provocada por agentes conscientes) ou espontâneas (causadas por
agentes inconscientes) de determinadas leis da natureza, ainda desconhecidas
pelo homem. Deus criou leis perfeitas e imutáveis. Se o milagre existisse seria
uma transgressão a estas leis. O que existe é a ignorância dos princípios que
regem as leis de Deus. O que pode parecer milagre para uns, é perfeitamente
explicável para outros. Por exemplo um índio selvagem que visse um eclipse do
sol, acharia aquilo um milagre, mas estudando astronomia, percebe que um astro
se sobrepõe a outro com um fenômeno natural. A ciência ajuda na desmistificação
dos milagres. Chegará o dia em que em todos conhecerão as leis que regem os
fluidos, a mediunidade, a influência do mundo espiritual sobre o mundo físico,
a ação dos Espíritos sobre a matéria etc.
Com relação à água fluidificada, a quantidade
de um recipiente pode ser tomada por todos os membros de uma família, ou teria
que ser um recipiente para cada membro da família?
A água fluidificada é considerada magnetizada pelos
Espíritos, contendo portanto alterações ocasionadas pelos fluidos salutares ali
colocados para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual. Deve
ser usada como um medicamento. Manda o bom senso que não se usem remédios sem
necessidade, portanto só deve usar a água fluidificada quem estiver
necessitando dela. O hábito de levar para casa litros e litros de água
fluidificada para ser usada por toda a família todos os dias, não faz sentido,
quando a prevenção energética ou reposição de fluidos do corpo espiritual é
feito através do passe regular.
Por que fechar o vaso que contém a água a ser
fluidificada?
O frasco que contém a água a ser fluidificada tanto pode
estar aberto quanto fechado. Por uma questão de higiene certamente que será
muito melhor que ele esteja com tampa. Isto não influi no resultado da
magnetização, pois as substâncias colocadas na água pelos Espíritos que
trabalham na fluidoterapia, através da imposição das mãos dos encarnados,
atravessam os campos da matéria tangível com facilidade.
Qualquer pessoa pode aplicar passes?
Sim qualquer pessoa pode doar de suas energias, mas nem
todos devem fazê-lo, pois a condição moral do indivíduo influencia diretamente
na qualidade dos fluidos doados. A tarefa do passista, como qualquer outra que
se desempenha no campo religioso, carece de preparo moral e esforço constante
para vencer as más inclinações. Só a boa vontade não basta. Os Espíritos
superiores ensinam que os fluidos espirituais podem ser alterados quando passam
pela estrutura do encarnado e que apenas a moralização deste pode dar a
garantia de bons resultados. Daí a razão pela qual nem sempre as pessoas se
beneficiam com os passes a que se submetem por anos a fio nas casas espíritas
que não primam pela boa qualidade espiritual de suas práticas.
A atividade do princípio vital está
condicionada ao trabalho dinâmico dos órgãos? Ou seja, os órgãos são a causa
geradora do princípio vital?
É o contrário. Allan Kardec diz que o princípio vital é a
força motriz dos corpos orgânicos, mas uma coisa depende da outra, ou seja o
princípio vital não existe sem a matéria e a matéria não tem vida sem o
princípio vital. Os Espíritos afirmam que uma das modificações mais importantes
do fluido universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que
movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Podemos dizer que ele é
responsável pela animalização da matéria, pois, segundo os Espíritos, a vida é
resultado da ação de um agente sobre a matéria. Esse agente é o fluido vital. É
ele que dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam. A matéria sem ele
não tem vida assim como ele sem a matéria não é vida. Quando os seres orgânicos
perdem a vitalidade, por ocasião da morte, a matéria se decompõe formando novos
corpos e o fluido vital volta à massa, ao todo universal, para novas
combinações e utilizações no Universo.
No caso dos vegetais e animais como funciona o
princípio vital?
Da mesma maneira, ou seja, produzindo energia, como uma
força motriz.
O princípio vital absorvido pelo corpo humano
é o mesmo que anima os animais e vegetais?
O princípio vital é o mesmo, mas sofre modificações segundo as necessidades das espécies.
O fluido animalizado do médium, nome dado por
alguns autores, é o mesmo que ectoplasma?
É a mesma coisa. Apenas uma questão de forma.
No caso da escrita direta, com ou sem
utilização do lápis pelo Espírito, é necessário o fornecimento do ectoplasma
para se dar o fenômeno?
Sim, em todos os fenômenos, inclusive de cura, é necessário
o ectoplasma.
O que é água fluidificada?
É a água magnetizada por fluidos espirituais e humanos,
realizada com as preces e imposição das mãos.
A prece
O que é a prece?
A prece é uma evocação das forças espirituais. É um ato de
comunhão dos nossos pensamentos com os Espíritos superiores e atitude de
submissão a Deus. Através da prece entramos em sintonia com o plano espiritual,
e somos assistidos por Espíritos bons. A prece feita com sinceridade de
sentimentos atrai o concurso dos amigos espirituais ou do anjo da guarda que
nos assistem, dando-nos sustentação em nossas dificuldades.
Quando realizamos uma oração direcionada aos bons
Espíritos até mesmo a Jesus, nesse mesmo instante estaremos sendo ouvidos por
Eles?
A prece feita com sinceridade e fervor é sempre ouvida
pelos Espíritos superiores encarregados de fazer cumprir a vontade de Deus. São
esses Espíritos que nos assistem, dependendo do nosso merecimento, não
importando muito a quem estamos endereçando o pedido. Sugerimos a leitura do
Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, itens 5 a 15.
Qual a importância da oração Pai Nosso?
Colocaremos aqui a opinião de Allan Kardec, encontrada em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, item 2, por acharmos de importância
que se conheça a opinião dele sobre o assunto, já que no movimento espírita,
infelizmente, não se têm o hábito de valorizá-la por acharem tratar-se de prece
católica. Diz o mestre o seguinte: "De todas as preces é a que eles (os
Espíritos superiores – grifo nosso) consideram em primeiro lugar, seja porque
vem do próprio Jesus (Mateus, VI:9-13), seja porque ela pode substituir a todas
as outras, conforme a intenção que se lhe atribua. É o mais perfeito modelo de
concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade, na sua simplicidade. Com
efeito, sob a forma mais reduzida, ela consegue resumir todos os deveres do
homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra ainda uma
profissão de fé, um ato de oração e submissão, o pedido das coisas necessárias
à vida terrena e o princípio da caridade. Dizê-la em intenção de alguém é pedir
para outro o que desejaríamos para nós mesmos".
O fenómeno da
morte
O que acontece com o nosso Espírito quando morremos?
Continuamos com nossa individualidade, isto é, teremos os
mesmos conhecimentos, qualidades e defeitos que tivemos em vida. A morte não
nos livra das imperfeições. Seguiremos pensando da mesma forma. Nosso Espírito
será atraído vibratoriamente para regiões astrais com que se afiniza moralmente.
Se formos excessivamente apegados à vida material, ficaremos presos ao mundo
terreno, acreditando que ainda estamos fazendo parte dele. Essa situação
perdurará por certo tempo, até que ocorra naturalmente um descondicionamento
psíquico. A partir desse ponto, o Espírito será conduzido às colônias
espirituais, onde receberá instrução para mais tarde retornar à carne.
Todos os Espíritos podem se comunicar logo após sua
morte?
Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se
comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina
que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com
desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida
que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são
desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão
fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados
apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo
tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se
concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que
desencarnam precocemente, não merecem credibilidade.
O que acontece com os recém-nascidos que logo
morrem? E por que isto acontece?
O Espírito de criança morta em tenra idade recomeça outra
existência normalmente. O desencarne de recém-nascidos, freqüentemente,
trata-se de prova para os pais, pois o Espírito não tem consciência do que
ocorre. A maioria dessas mortes, entretanto, é por conta da imperfeição da
matéria.
Se uma criança desencarna de acidente na idade de 11
anos, ela é socorrida pelos Espíritos na mesma hora?
Os desencarnes súbitos, de uma forma geral, são muito
traumáticos para o Espírito. Allan Kardec diz que no processo de desencarne,
todos sofrem uma espécie de "perturbação espiritual", que pode variar
de algumas horas a anos, dependendo da evolução de cada um. Nos desencarnes
convencionais geralmente os Espíritos permanecem sem consciência do que lhe
aconteceu por um certo tempo e, se têm merecimento, são recolhidos às colônias
socorristas existentes próximas da crosta terrena. Ali são devidamente
atendidos. Nos casos de desencarne de crianças, suspeita-se que sejam atendidas
de imediato pela Espiritualidade, em função de estarem num estado psíquico
especial, próprio da infância. Não estando de posse de todas as suas
faculdades, não seria lógico admitir que ficassem em estado de sofrimento por
causa dos atos da vida. Claro, a responsabilidade aumenta na medida em que a
maturidade avança, criando condições para o Espírito ficar em estado de
sofrimento por um tempo mais longo, se for necessário. Não há uma idade
definida, que marque o início da fase adulta, assim como não há um ponto
definido que separe o dia da noite. Em determinado período se confundem, mas
acabam se definindo a seguir. De uma maneira geral, pode-se concluir que todos
os Espíritos que desencarnam em fase infantil são imediatamente atendidos pela
Espiritualidade.
Porque pessoas jovens, boas, desencarnam
prematuramente, enquanto há pessoas más que vivem por muitos anos?
Se olharmos as coisas dentro da ótica materialista,
certamente não encontraremos resposta para esta delicada questão. Se, no
entanto, partirmos do princípio que somos seres imortais e que estamos em uma
escalada evolutiva em direção à perfeição, compreenderemos com facilidade que a
vida terrena é apenas parte desse processo. A verdadeira vida é a espiritual e
quando encarnados cumpre-se as etapas necessárias ao aprimoramento do Espírito
imortal. As diferenças existentes entre as pessoas são as várias etapas em que
o Espírito se encontra em termos de evolução. O viver muitos anos, portanto, é
muito relativo. A vida terrena é a escola que a criatura precisa para se
aprimorar e o tempo que deve demorar aqui depende de sua necessidade. Os
Espíritos bons, geralmente necessitam mesmo de menos tempo.
Uma criança, quando desencarna, seu Espírito terá a
mesma idade que ela tinha, quando era encarnada?
Sim, dependendo no entanto de sua maturidade espiritual. O
Espírito, quando desencarna, permanece com os mesmos condicionamentos mentais
que tinha na Terra, até que se conscientize de sua real situação. Permanecerá
em estado de criança ou de adolescente, por um determinado tempo, dependendo de
sua evolução, ou seja, de seu grau de entendimento, até que adquira plena
consciência de sua condição e de suas necessidades. Isso, geralmente acontece
com Espíritos que ainda estão em situação de pouca evolução espiritual. Por
isso, nas colônias socorristas próximas à crosta terrestre, encontram-se
Espíritos em condição de crianças e adolescentes. Deve-se saber, entretanto,
que esta situação perdura apenas por um determinado período.
Quando uma pessoa morre de morte acidental, por
exemplo por afogamento, e ainda é muito jovem (18 anos) como fica o seu
Espírito?
Todas as pessoas, ao desencarnarem, passam por um período
mais ou menos longo de perturbação espiritual, podendo durar de algumas horas a
anos, dependendo de seu grau evolutivo. Quando o Espírito é muito jovem, e
certamente experimenta uma vida de muita atividade, pode permanecer sem
entender sua situação por um tempo, como pode ser logo socorrido pelos
Espíritos amigos que trabalham nessa área. Isso vai depender do seu
merecimento. Se permanecer revoltado por ter retornado cedo, criará para si um
ambiente vibratório ruim, que o levará a experimentar grandes dores morais nas
zonas de sofrimento.
Os Espíritos ao desencarnarem conservariam intactas
suas auras externas ? Seriam ainda emanações de seu perispírito?
Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do
esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas
emanações energéticas do seu corpo espiritual. Allan Kardec não deu atenção a
isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a
compreensão da ciência dos fluidos. A "aura" nada mais é do que um
efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito. Não, a "aura" não
é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa
fluídica estruturada pelo Espírito com sua projeção interior, para se
manifestar no mundo exterior.
Quando desencarnamos, sendo levados para as colónias
socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos
encontramos?
Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade
espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles. Também se deverá levar
em conta a condição evolutiva de cada um. Se são pessoas muito diferentes em
moralidade, certamente irão para lugares distintos. Os mais atrasados podem
desconhecer onde estão os mais adiantados. Os que nos precederam, dependendo de
suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e,
evidentemente, saber para onde vamos.
Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios.
O que acontece ao nosso
anjo da guarda quando desencarnamos?
O anjo de guarda é um Espírito protetor de uma ordem
elevada que Deus, por sua imensa bondade, coloca ao nosso lado, para nos
proteger, nos aconselhar e nos sustentar nas lutas da vida. Cumprem uma missão
que pode ser prazerosa para uns e penosa para outros, quando seus protegidos
não os ouvem seus conselhos.
Quando desencarnamos, ele também nos ampara e freqüentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne. Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão. O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos.
Quando desencarnamos, ele também nos ampara e freqüentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne. Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão. O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos.
Todos os Espíritos sem exceção, mesmo os sofredores,
podem conhecer a intimidade dos nossos pensamentos?
Para os Espíritos nada há que seja escondido. O pensamento
é a forma de comunicação no plano invisível. Quando se emite um pensamento, ele
impregna o ambiente e logicamente os que estão na dimensão espiritual o captam
com facilidade. Quanto a conhecer na intimidade o que vai na alma de cada um,
depende do estado mais ou menos lúcido do desencarnado em questão e ainda de
suas condições morais. Como regra geral, pode-se afirmar que uma natureza má
simpatiza com uma natureza má que lhe conhece a intimidade. Assim também é com
os bons Espíritos. Os Espíritos sofredores podem estar passando por um período
de perturbação (mais ou menos longo, conforme o caso) e não se encontrarem em
condições de sondar a intimidade daqueles com quem tinham relações. Porém, não
deixam de sofrer as influências vibratórias das coisas boas ou ruins que forem
feitas por essas pessoas.
É possível, mesmo a pessoas menos esclarecidas, a
comunicação com entes desencarnados a que foram intimamente ligados na Terra, e
dos quais sentem muitas saudades?
Sim é possível, pois o intercâmbio entre os dois mundos é
muito fácil e comum. Mas deve-se ter muito cuidado com as comunicações ditas de
parentes desencarnados, pois como se sabe, embora a mediunidade seja um fator
ligado à potencialidade orgânica, o uso que se faz dela depende da moral do
médium. Muitas vezes não há como identificar se aquela comunicação é autêntica,
principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Freqüentemente
ligam-se a esses, Espíritos enganadores que se comprazem em brincar com a dor
alheia, ou então que querem estimular o ego do médium, emprestando a este uma
importância que não tem.
A reencarnação
O que é a Reencarnação? Para que serve?
Reencarnar é voltar a viver num novo corpo físico. É uma
nova oportunidade de aprendizado, como prova do amor de Deus para seus filhos.
Só através da reencarnação se prova a justiça e a bondade de Deus, pois é a
única explicação racional para as desigualdades sociais existentes no mundo.
Como explicar o fato de crianças que morrem em tenra idade, enquanto outras
criaturas vivem quase 100 anos? Como explicar os que nascem com saúde perfeita,
enquanto outros nascem com deficiências físicas grosseiras? Somente a
reencarnação nos dá a chave desse "mistério". Com as múltiplas
experiências na carne, temos a chance de adquirir e aprimorar conhecimentos que
ainda nos faltam nos campos do intelecto e da moral. Além de reatar as amizades
com nossos inimigos e reparar erros do passado. Quando estivermos evoluídos
moral e intelectualmente, não mais necessitaremos reencarnar.
Quantas reencarnações tivemos e teremos?
Não se pode precisar o número de reencarnações que uma
pessoa já teve, pois isso depende do estado evolutivo em se encontra o
Espírito. Uns evoluem mais rápido por seu maior esforço, portanto necessitam de
passar menor número de vezes na carne, outros são mais lentos permanecendo mais
tempo no mundo de sofrimentos. Tudo dependerá de nós. Quanto mais rápido
progredirmos moral e intelectualmente, menos encarnações teremos que sofrer.
Quando nosso Espírito tiver alcançado todos os graus de evolução moral e
intelectual, seremos Espíritos puros. Um exemplo de Espírito puro é o Mestre
Jesus.
E quando chegarmos à perfeição, o que faremos?
Seremos encarregados de cumprir os desígnios de Deus,
colaborando com a manutenção da ordem universal e transformando-nos em Seus
mensageiros nos mais diversos mundos habitados. O trabalho nunca acabará, pois
a criação divina é incessante e há diversos mundos em faixa de evolução
diferentes. Os Espíritos fazem parte do conjunto de inteligências que governam
o Universo, mas, em termos de existência, estão ligados a Deus assim como as
folhas em uma árvore.
O Espírito sempre reencarna no mesmo sexo?
Não, pois o Espírito necessita vivenciar as experiências
específicas aos dois sexos, como aprendizado para seu aprimoramento moral e
intelectual. A escolha de cada sexo, depende da prova ou expiação que se deve
passar. Não é verdadeira a idéia de que a cada encarnação o Espírito mude de
sexo. Às vezes, vive diversas vidas com um mesmo sexo, para só depois situar-se
em outro campo da sexualidade. Também não é correto o pensamento de que a
homossexualidade é produto da mudança de sexo do Espírito antes da sua
encarnação. O homossexual é um ser em desequilíbrio moral ou vivencia uma vida
resgatando um passado delituoso.
Por que não nos lembramos das nossas vidas passadas?
O esquecimento temporário das vidas passadas é uma
necessidade. Não devemos nos lembrar das vidas passadas enquanto estamos
encarnados, e nisso está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que
fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou
daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles
atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos,
irmãos, pais e amigos, que, presentemente, se encontram junto de nós para a
reconciliação. Por isso a reencarnação é uma bênção de Deus para seus filhos.
As lembranças de erros passados certamente trariam desequilíbrios de toda
ordem, uma vez que estamos muito mais perto do ponto de partida do que do ponto
de chegada, em termos de caminhada evolutiva. Depois de desencarnado,
normalmente nos lembramos de parte desse passado, conforme o grau evolutivo em
que nos situamos.
Como posso saber das minhas outras encarnações?
Convém, por enquanto, não saber. Allan Kardec nos mostra
com coerência e bom senso, que não devemos buscar saber o que fomos noutras
vidas. Os Espíritos estão todos sujeitos à lei de evolução e, por isso, quando
se remonta ao passado, depara-se com situações morais bem piores do que aquela
em que atualmente se encontra. Ao recordarmos experiências infelizes de outras
vidas, certamente ficaríamos perturbados mentalmente. Seria muito difícil para
alguém viver uma encarnação, sabendo que fora noutras existências um assassino
cruel, ou alguém que tivesse tirado a própria vida. Assim, o esquecimento das
vidas passadas ajudaria, por exemplo, um rei que agira com irresponsabilidade
no passado, e que foi condenado a viver encarnado numa favela. Ele aproveitaria
sua encarnação, sem que as lembranças da boa vida que tivera o perturbasse. Do
mesmo modo, um antigo inimigo poderia reencarnar como nosso filho, facultando
assim as condições de reparar erros e extinguir mágoas. A lembrança de outras
vidas seria um tormento para a vida de relação e impediria a ação inteligente
da Lei, contribuindo para a melhoria do Espírito. Mas, não podemos nos esquecer
que o esquecimento do passado é apenas momentâneo. Na vida espiritual as
recordações voltam à mente do Espírito com naturalidade, segundo as condições
evolutivas de cada um. Só em casos excepcionais Deus permite que durante a vida
carnal, o homem saiba de alguns fatos ligados ao seu passado.
Qual o tempo que separa as encarnações?
Não há tempo definido, pois depende da necessidade do Espírito
em depurar-se, expandindo seus conhecimentos intelectuais e morais, passando
por provas e expiações. Quanto mais endividado com a Lei de Deus, menos tempo
permanece o Espírito no mundo espiritual. Digamos que aqui seja o local onde se
pagam as contas e se conseguem novas oportunidades de crédito. Se tem muitas
dívidas e deseja novos créditos, ele vem mais freqüentemente e em menor espaço
de tempo, pois quer se ver livre dos débitos e abrir novas possibilidades para
sua felicidade como filho do Altíssimo. Portanto, o tempo que separa as
encarnações depende da condição evolutiva do Espírito.
Os líderes umbralinos também organizam encarnações?
As encarnações dos Espíritos obedecem, como tudo, a uma
lei. É evidente que tudo se fundamenta em uma ordem universal e seria acreditar
no caos e na desordem pensar que coisas tão importantes como a programação da
vida de um ser imortal pudesse ser feito por entidades sem nenhum compromisso
com o Bem, com a lei de Deus. As encarnações obedecem a um projeto divino, mesmo
que aparentemente possa parecer o contrário, em algumas situações. Nada
acontece sem que o Criador de todas as coisas o queira. Os Espíritos superiores
trabalham em Seu nome e realizam todas as suas obras, desde os planos mais
primitivos até os mais elevados.
Uma alma que atingiu a perfeição, não volta a
reencarnar?
A reencarnação é uma necessidade da alma imperfeita que,
através das experiências na matéria, aprende o que necessita para sua
definitiva libertação da ignorância e conquista do direito de viver na Vida
Eterna. Os Espíritos puros não necessitam mais dessa experiência, pois já
atingiram seu objetivo. Só reencarnam nos mundos materiais para cumprirem
missões de grande importância, nas regiões onde houver necessidade. O maior
exemplo de encarnações missionárias é Jesus.
Se o nosso arquivo desta vida e das vidas passadas
se encontram gravadas em nosso perispírito e ele tende a desaparecer com a
nossa evolução, como e onde ficam estes arquivos?
Já dissemos em perguntas anteriores que a memória do
Espírito não se encontra no perispírito. Este é um conceito retirado de livros
psicografados (que não foram submetidos ao Controle Universal - inexistente) e
não do pensamento dos Espíritos superiores responsáveis pela Codificação. A
teoria contraria as Obras Básicas e evidentemente não encontra fundamento
lógico que possa explicá-lo. A memória da individualidade se encontra na
intimidade do Espírito, em seu arquivo permanente, no que se chama
"sensorium comune". O perispírito é matéria. Seria uma incoerência
acreditar que a coisa mais importante para Espírito, que são suas experiências
vividas, pudesse estar atrelada e confinada à matéria. Veja mais sobre o
assunto em perguntas anteriores, nesta mesma página.
A partir de qual momento é considerada o surgimento
do ser humano: fecundação, do surgimento do sistema nervoso, ou do nascimento?
A partir da fecundação já existe a ligação da alma com o
corpo, embora a concretização da reencarnação
Sim, a Terra passa por um processo acelerado de
transformação. Suspeita-se que a profunda crise humana, chamada pelos Profetas
de "A grande tribulação", esteja se aproximando do nosso tempo. Não
há uma época específica para o ponto crítico dessa crise e o próprio Jesus
afirmou que só Deus saberia o dia exato que isso aconteceria. Disse, no
entanto, que por determinados sinais seus seguidores poderiam reconhecê-la.
Veja mais detalhes nas Escrituras, Evangelho Segundo Mateus, capítulos 24 e 25.
Quanto aos Espíritos que desencarnam, se não tiverem condições para viver numa
sociedade de regeneração, certamente serão levados para outros mundos, conforme
seu próprio grau evolutivo. Claro, isso acontecerá num tempo específico. Só em
períodos distintos existem migrações de Espíritos humanos para outros orbes.
A Mediunidade
Todos somos médiuns?
Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal
psíquico pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as
experiências do Espírito na vida terrena. Porém, nem todos somos médiuns,
conforme denominou Allan Kardec.
Então o que é um médium?
Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a
presença ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o
mundo visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o
mundo físico e o mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma
disposição orgânica, porém o uso que se faz.
Como sabemos se somos médiuns? E se formos, o que
devemos fazer?
Allan Kardec diz que todos somos mais ou menos médiuns,
pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico através do qual somos
estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns propriamente ditos são aqueles
que recebem manifestações ostensivas dos Espíritos. A única forma de sabermos
se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como servidores sinceros
da causa de Jesus. Ou seja, deveremos primeiro fazer parte da equipe de
trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da
disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os
Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos Médiuns, que não se deve nunca
iniciar um trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade.
Existem algumas pessoas que sentem influências dos Espíritos, em diversos graus
de intensidade, e acham que, por isso, estão prontas para trabalhar nesse
campo. Geralmente não aceitam a idéia de que precisam se instruir mais e mais.
Vão às casas espíritas somente para trabalhar com mediunidade e se não a
aceitam naquela, buscam outra, e assim permanecem por toda a vida.
Isto pode acarretar algum problema para as pessoas?
Sim, pode. Desde perturbações leves, até obsessões graves,
o que infelizmente não é pouco freqüente, pela forma com que a mediunidade é
tratada no Brasil. Todos somos suscetíveis às más influências devido às
imperfeições próprias dos Espíritos que habitam os planetas de provas e
expiações. Em muito maior escala são os médiuns que, se não cuidam do estudo e
do preparo moral, funcionam como verdadeiras antenas e situam-se como focos
freqüentes de perturbações espirituais. Se os médiuns não tiverem os cuidados
necessários com a sua edificação e se colocarem a serviço do intercâmbio sem o
devido preparo, poderão cair presas de Espíritos pouco adiantados de que está
cheia a atmosfera.
Podemos nos comunicar com outros Espíritos?
Sim. Todos somos Espíritos vivendo em planos diferentes da
vida e estamos mergulhados na atmosfera fluídica que nos rodeia e serve de
elemento de contato. Portanto, podemos nos comunicar com o mundo espiritual
freqüentemente, seja através da mediunidade ostensiva consciente, dos fenômenos
inconscientes, das preces ou intuições que recebemos constantemente do mundo
espiritual.
Existe a incorporação de Espíritos?
No sentido semântico do termo não existe incorporação, pois
nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da
sua Alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito
a perispírito, ou seja mente a mente, dando a impressão de que o médium está
incorporado. Na mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua
faculdade e o fenômeno mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos
obsessivos graves (doenças mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a
mediunidade está perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de
pouco conhecimento podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do
enfermo. Foi esse fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo.
Tenho bastante dificuldade para definir a diferença
entre Clarividência, Vidência, Audiência, Clariaudiência, Dupla vista.
A vidência e a clarividência são essencialmente anímicas.
Trata-se da visão que o próprio Espírito encarnado tem do mundo invisível. Não
há interferência de Espíritos e por isso não deveria (segundo Allan Kardec),
ser considerada mediunidade. Mas, para fins de classificação, ele é tida como
sendo uma mediunidade. Mesmo nos casos em que um Espírito amigo mostra um
quadro projetado no ambiente astral, ainda assim, é o médium quem vê. Há ajuda
na formação do quadro, mas não na visão propriamente dita. Vidência é a
faculdade superficial. Clarividência, a mesma faculdade, mas com alcance mais
profundo, podendo estender-se no espaço e (em alguns casos) no tempo. A
dupla-vista é a clarividência, acompanhada da projeção do Espírito no mundo
astral. Trata-se do chamado "desdobramento". Entendemos a mediunidade
de audiência como aquela em que a voz aparece na intimidade do ser. A
clariaudiência é diferente, por tratar-se de uma voz clara, exterior.
O que é ideoplastia?
Ideoplastia é um fenômeno de transfiguração que pode
acontecer durante as manifestações dos Espíritos. Quando a influência do
desencarnado é muito intensa junto do campo psicossomático do médium ele poderá
assumir algumas feições do comunicante.
Já que não existe a incorporação, como médiuns dão
passividade a Espíritos menos esclarecidos, tomando formas físicas diferentes,
falando com voz alterada. Isto seria charlatanismo?
O processo de incorporação tal qual essa palavra exprime
não existe, pois ninguém pode "entrar" no corpo de outro. Mas o
Espírito pode, e é isso o que normalmente faz, agir no campo mental através de
sintonia (e por afinidade fluídica), assumindo a personalidade e a vontade do
indivíduo. Nos casos de subjugação, por exemplo, o domínio é tão intenso que dá
a impressão que o Espírito toma posse do corpo da pessoa. Na prática da
mediunidade, quanto maior o esclarecimento do médium menor o domínio que o
Espírito terá sobre ele. Se tem pouco esclarecimento sobre essa faculdade,
certamente deixará que Espíritos pouco adiantados a usem da forma que bem
entenderem. No que diz respeito a mudança de fisionomia, Allan Kardec instrui
que trata-se do fenômeno da transfiguração, coisa mais comum nas manifestações
dos Espíritos inferiores, podendo, sem dúvida acontecer também com os
superiores.
Qual o conceito e as características de médiuns
curadores e médiuns pneumatógrafos?
Os médiuns curadores são aqueles que têm o dom de curar com
a imposição das mãos (em alguns casos com o olhar ou com fenômenos provocados à
distância), secundados pelos Espíritos que trabalham na área de cura das
enfermidades físicas. Allan Kardec diz que são pessoas que possuem um fluido
humano especial, que potencializado pelos fluidos do mundo dos Espíritos, podem
modificar a estrutura da matéria, promovendo as curas.
Os médiuns pneumatógrafos são aqueles que têm aptidão para
obter a escrita direta dos Espíritos em papel guardado em gavetas ou
recipientes fechados. Ou seja, o médium doa de seu fluido especial para que os
Espíritos escrevam diretamente sobre o papel. É muito rara e limita-se aos
casos de comprovação da existência das potências ocultas e sua influência no
mundo material.
Gostaria de saber se existe algum método para
aprofundar o dom da mediunidade, se existe algum meio de "exercitar" a
mediunidade.
O melhor meio para exercitar a mediunidade é ingressando
nas fileiras de trabalhadores de uma casa espírita idônea, que prime pelos
estudos em todos os sentidos. Sem o estudo sério, disciplinado e
consequentemente a necessidade da reforma interior, a possibilidade de cair sob
a influência dos Espíritos enganadores é muito grande. O exercício da
mediunidade deve ser feito dentro de um sentimento de dedicação, abnegação e
sinceridade, a fim de que possa-se merecer a atenção dos bons Espíritos. Desconfie
sempre de quem "descobre" sua mediunidade à primeira vista. A
mediunidade é estudo e prática.
Em que estado permanece o Espírito do médium quando
este recebe uma entidade desencarnada?
Seu Espírito continua em seu corpo ou fica à sua
volta? A Codificação fala algo sobre este assunto?
O processo de influenciação do médium pelo Espírito se dá
todo no campo mental. O médium é consciente de seu trabalho e quanto mais
desenvolvido nas lides mediúnicas, mais consciente de sua capacidade permanece.
Tudo se dá no sentido da afinidade fluídica, estimulando a mente do médium a
transmitir as sensações do mundo invisível à sua volta. A influência será mais
ou menos intensa, conforme o grau intensidade da faculdade. Mesmos nos casos de
mediunidade sonambúlica, o médium jamais abandona seu corpo físico.
Devemos acreditar em tudo o que os Espíritos dizem?
Os Espíritos desencarnados são almas de homens que já
viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e qualidades que
tinham quando encarnados. Podemos acreditar nas palavras dos homens bons, mas
não devemos dar crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma
deveremos proceder com o mundo dos Espíritos. Devemos analisar cada comunicação
dada pelos Espíritos, qualquer que seja o nome que assinem. Os bons trazem
mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade.
Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e melífluas, podendo
tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos
impressionar. Desses devemos nos precaver, conforme nos ensina Allan Kardec em
O Livro dos Médiuns.
Alguém pode ser obrigado a desenvolver sua
mediunidade?
Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a
idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas.
Geralmente, sofre-se por ignorância e por falta de cuidados com a vida no plano
material. Aqueles que quiserem dedicar-se à tarefa mediúnica deverão trabalhar
para vencer suas imperfeições, além de ter que estudar a Doutrina Espírita com
seriedade e disciplina. Um médium que não toma esses cuidados, poderá
permanecer sob a influência dos Espíritos maus. Quem for médium e não quiser
praticar sua mediunidade, deverá pelo menos esforçar-se para sua melhoria
moral, procurando libertar-se dos vícios mais grosseiros (cigarro, bebida e
drogas).
As cirurgias espirituais são realmente feitas por
Espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo
ilegalmente a medicina?
Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de
médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à
ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo
que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei.
As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas
utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com
instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são
consideradas trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como
os de José Pedro de Freitas (Arigó) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser
cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da
vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo
próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado
prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não
devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan
Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma
prática que possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo
são feitas exclusivamente com a imposição de mãos.
Gostaria de saber, se é possível uma pessoa que está
estudando kardecismo não poder ajudar por não ter dons mediúnicos. E no caso, o
que as pessoas devem fazer para saber se têm dons ou não?
Qualquer pessoa pode ajudar no centro espírita, desde que
disponha de boa vontade e preparo moral e doutrinário adequados. Isso se
consegue com estudo e boa dose de seriedade, dedicação, abnegação e disciplina.
Não é necessário ter dons mediúnicos para servir. Existem inúmeras frentes de
trabalho nas casas espíritas onde se pode desempenhar tarefas que não dependem
da mediunidade. Para se saber dos possíveis dons mediúnicos, Allan Kardec nos
diz que devemos testar as pessoas. Não existe uma fórmula e nem podemos
adivinhar quem tem ou não. Os melhores servidores nesta área são aqueles
formados dentro das casas espíritas que tratam o estudo da Doutrina Espírita
com seriedade. Aqui entra a grande responsabilidade do dirigente que
teoricamente deveria estar apto a conduzir as pessoas de forma equilibrada ao
desenvolvimento e exercício desta nobre tarefa. Os médiuns ostensivos, que já
demonstram algum dom desde cedo, devem ser submetidos igualmente ao estudo
disciplinado e à orientação de alguém experiente dentro do centro espírita que
possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade. Caso contrário, poderá
desequilibrar-se.
É certo o procedimento que alguns centros espíritas
têm de colocar pessoas, que estão indo pela primeira vez à casa, em trabalhos
mediúnicos?
Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade
sem conhecê-la. O bom senso e a razão nos falam a mesma coisa. Em todos os
departamentos da vida o homem busca aperfeiçoar-se para servir melhor. Sem
conhecer o seu ofício não poderá desempenhar a tarefa a que se propõe com
conhecimento de causa. Portanto, colocar pessoas para lidar com Espíritos sem
se preparar para isso é o mesmo que realizar experiências químicas sem conhecer
as leis da química, diz o Codificador. Seria uma insensatez. Os medianeiros
devem ser preparados com muita cautela para servir nesse campo. Primeiro devem
estar inseridos nos trabalhos habituais da casa, servindo com dedicação e
seriedade, transformando-se em trabalhadores. Devem ser instruídos nas aulas
sobre a Doutrina Espírita e depois, então, poderão ser experimentados no
ministério da mediunidade. A pessoa que chega à casa espírita pela primeira vez
com a intenção de servir apenas no campo da mediunidade, não entendeu ainda o
papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de
servir com equilíbrio no campo do Bem. Necessita de instrução nesse ponto. Se
for sincero o seu desejo de servir, permanecerá no aprendizado. Se não,
procurará outra casa que lhe dê o que deseja.
Há algum impedimento de mulheres grávidas
participarem de reuniões mediúnicas?
Não é aconselhável. O processo reencarnatório do Espírito é
uma experiência delicada que envolve muitos aspectos energéticos e psíquicos.
Um deles é o estado psicológico da mãe que, sem sombra de dúvidas, se altera
por alguns meses, enquanto aguarda a chegada do Espírito que lhe foi
encaminhado como filho. Ela necessita de tranqüilidade, descanso e não deve se
submeter a atividades que lhe exijam grandes perdas de energias de qualquer
natureza. Sabe-se que, nas atividades de intercâmbio espiritual, há toda uma
movimentação de fluidos energizados, podendo haver gastos que poderá ser
prejudicial para a mulher em estado de gravidez. Além disso, há o aspecto do
reencarnante. É sabido pela ciência oficial da extrema importância do
equilíbrio e interação mãe-filho desde o ventre. Por conta disso é prudente que
se isente a mulher grávida das tarefas da mediunidade. O melhor que ela poderá
fazer será cuidar de ter seu bebê em paz. Ao fazê-lo, estará praticando a
caridade maior, que é a de dar vida a um novo ser. Quando puder, retornará às
suas atividades mediúnicas normalmente.
Pode o Espírito encarnado promover fenómenos
físicos, tipo materialização ou transporte de objetos, sem o concurso dos
Espíritos do mundo invisível?
O fenômeno de transporte, materialização, transcomunicação
ou qualquer outro de efeitos físicos, necessita do concurso dos Espíritos
desencarnados, pois segundo Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, capítulo IV,
é necessária a união do fluido animalizado perispiritual (do médium) com o
fluido universal do Espírito para que aconteçam esses os fenômenos. Não pode
ser isolado, ou seja sem o concurso de ambas as partes. Alguns manipuladores
desses fenômenos não acreditam em Espíritos, porém, mesmo assim, estão sempre
secundados por eles.
A prática da mediunidade
O público pode freqüentar as reuniões mediúnicas do
Centro Espírita?
As reuniões mediúnicas são atividades íntimas da casa
espírita e só devem ser freqüentadas por pessoas habilitadas para a tarefa.
Allan Kardec ensina que: "a concentração e a comunhão de pensamentos sendo
as condições necessárias de toda reunião séria, compreende-se que o grande
número de assistentes é uma das causas mais contrárias à homogeneidade".
Portanto, as reuniões mediúnicas devem ser realizadas apenas pela equipe da
casa, formada por médiuns, doutrinadores, passistas e secretário. O hábito de
realizar reuniões mediúnicas na presença de pessoas obsediadas ou do público
estranho ao quadro de trabalhadores é completamente inadequado e não atende aos
propósitos kardequianos dessa atividade. Além de não resolver nenhum problema
na área desobsessiva, ainda coloca as pessoas sob risco do desequilíbrio.
Quantas reuniões mediúnicas podem existir numa Casa
Espírita?
A quantidade de reuniões mediúnicas de um Centro Espírita
fica a critério de cada casa, de acordo com a necessidade apresentada.
Entretanto, via de regra, deveria ter, no mínimo, três sessões: uma reunião de
desenvolvimento ou educação da mediunidade, uma de desobsessão e uma de
psicografia.
Quais os pré-requisitos para participar de reuniões
mediúnicas? E quando a pessoa que participa não se encontra bem (ex: transtorno
do pânico), como proceder?
A primeira condição a ser considerada é se a pessoa faz
parte do quadro de trabalhadores do centro espírita. Não se pode admitir
ninguém em um trabalho dessa natureza se não fizer parte da equipe de
tarefeiros, estando integrada nos ideais da casa. O simples fato de ser médium
não credencia ninguém a trabalhar nas sessões espíritas de intercâmbio
espiritual. Sendo trabalhador do centro espírita, ela deve estar inserida nas reuniões
de estudo das Obras Básicas para que possa se instruir sobre a doutrina que
professa. O trabalhador que não estuda não se instrui, estando, portanto,
despreparado para desempenhar tão grave tarefa. Deve trabalhar incessantemente
pela sua melhoria a fim de merecer a assistência dos bons Espíritos. Precisa
participar ativamente dos trabalhos da casa, inclusive no campo da assistência
social, desenvolvendo assim o sentimento de amor ao próximo, quando em contato
com o sofrimento dos irmãos necessitados. Se a pessoa, quando no exercício da
mediunidade, não se encontra bem psiquicamente, deve ser afastada das
atividades práticas, submetendo-se à assistência dos Espíritos no tratamento
que a casa espírita deve oferecer. Os transtornos do pânico são ligados a
processos obsessivos e como tal devem ser tratados. As comunicações vindas de
um médium sob o império da obsessão não devem ser consideradas, diz Allan
Kardec.
Todo trabalho mediúnico deve ser pautado pela
disciplina dos trabalhadores com relação à assiduidade e ao comprometimento com
a tarefa abraçada. Quais seriam os melhores procedimentos a serem adotados no
caso de trabalhadores que faltam com alguma freqüência?
Todo trabalho da casa espírita deveria ser pautado em
normas que norteassem uma disciplina, o que facilitaria sobremaneira a tarefa
de todos os integrantes da equipe. Entretanto, existe no movimento uma estranha
aversão à disciplina devido à mentalidade de que no centro espírita tudo pode
ser feito por todo mundo, bastando para isso que tenham boa vontade, mesmo que
não se tenha preparo ou maturidade para a tarefa. Dizem que fazer o contrário é
falta de caridade. Este procedimento tem trazido imensos prejuízos para o
crescimento das casas espíritas como um todo. A tarefa mediúnica deve, mais que
qualquer outra, obedecer a critérios de admissão que são os mecanismos de
segurança de que fala Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, capítulo 29, quando
trata da questões das reuniões e sociedades. Trabalhadores que faltam a um
trabalho dessa natureza devem ser avaliados para analisar as razões pelas quais
estão faltando. Caso sejam problemas temporários, que possam ser resolvidos em
breve tempo, devem ser afastados da atividade até que se organize de forma a
cumprir com dedicação e afinco sua responsabilidade. Quando resolverem,
voltarão para suas atividades. Se forem razões que não atendam a uma
justificativa aceitável, ou seja, cada dia é por um motivo, sem uma razão
específica, demonstra que esse trabalhador ainda não compreendeu a gravidade da
tarefa com a qual se comprometeu. Geralmente são pessoas que acham estar
fazendo uma grande caridade e que a casa espírita necessita dela, quando é o
contrário. Devem ser afastadas da atividade de intercâmbio espiritual, pois
causam mais prejuízos para o equilíbrio vibratório das reuniões que qualquer
outra coisa.
Como estabelecer regras num trabalho de desobsessão?
As regras para um trabalho dessa natureza começam na
organização da casa espírita com um todo. Passa pela admissão da pessoa como
trabalhador da casa, pela sua instrução quando entra nos cursos oferecidos pela
casa, e pela sua moralização que é a razão de ser do Espiritismo. Portanto não
se pode falar em regras em um trabalho mediúnico sem observar essas condições
básicas antes. Uma vez obedecidos esses critérios, o médium é admitido na
tarefa para experiência, sabendo que poderá ser afastado se não adequar-se às
normas, que são basicamente: estudo, seriedade, regularidade nas reuniões bem
como nas outras atividades da casa espírita e trabalho incessante para vencer
suas más inclinações.
Quando um grupo de estudo, com o tempo,
transforma-se num grupo de trabalho mediúnico, trabalhando há mais de 7 anos
atendendo Espíritos sofredores, suicidas, endurecidos e com ódio, fazendo o
trabalho de orientação, doutrinação e passe, esse seria um grupo de desobsessão
ou um grupo de desenvolvimento e educação da mediunidade?
O trabalho de desobsessão tem o objetivo preciso de
trabalhar para atender os casos de obsessão atendidos na casa espírita. Tem
método e desenvolvimento próprios e só trabalham médiuns já educados, com certa
experiência, que certamente já passaram pela reunião de educação da
mediunidade. Não é aconselhável atender entidades endurecidas e com ódio nas
reuniões de desenvolvimento, pelos danos psíquicos que poderão causar ao médium
novato por conta de sua natural inexperiência e insegurança. Certamente que
esse critério e controle fica a cargo do dirigente da reunião, que é o
responsável por tudo o que ali acontece. Geralmente na desobsessão atendem-se
às evocações dos casos graves de obsessão, os Espíritos maus inimigos da casa e
da Causa e as manifestações espontâneas, onde os mentores trazem aqueles que
julgarem necessários.
Por favor expliquem-nos o que vem a ser educação e
desenvolvimento mediúnico e qual a diferença da desobsessão.
O termo educação e desenvolvimento da mediunidade são
usados para o mesmo fim. Nós preferimos desenvolvimento, pois na verdade no
trabalho que é feito nessas reuniões, a mediunidade vai se desenvolvendo na
medida do esforço e da característica pessoal do médium. O termo educação
pressupõe que a pessoa já tem uma mediunidade ostensiva e vai apenas educá-la,
o que na maioria das vezes não é verdade. Mas isso é uma questão de forma. O
que se deve saber é que nas reuniões de desenvolvimento estamos trabalhando o
dom para servir mais e melhor, ou seja desenvolvendo e disciplinando um
tarefeiro de intercâmbio espiritual, para desempenhar suas atividades servindo
a Jesus no amparo dos necessitados da alma. Quando estiver seguro e maduro na
compressão do que se propõe, bem como se sua mediunidade for de fato produtiva,
o médium passará a realizar sua tarefa nas reuniões de desobsessão, se lá
houver necessidade dela. Nas reuniões de desenvolvimento ou educação da
mediunidade deve-se trabalhar com Espíritos sofredores de uma forma geral. Os
Espíritos maus, devem ser instruídos e doutrinados nas reuniões de desobsessão,
pois eles caracterizam manifestações que necessitam de médiuns mais maduros e
experientes para o serviço.
Como proceder em relação ao desenvolvimento
mediúnico e de que forma coordenar esse trabalho?
Quando o médium estaria apto para vencer essa etapa
de "desenvolvimento" e iniciar o trabalho na desobsessão?
Na verdade o trabalho mediúnico é toda uma ciência prática,
que deve estar amplamente fundamentada na teoria kardequiana e nas mãos do
dirigente da reunião, que por sua vez deve ser pessoa séria, disciplinada,
dedicada ao ideal do Cristo e com autoridade moral sobre o grupo com quem
trabalha. Deve ter uma vida de exemplos, se quiser realizar um trabalho que
produza no campo do Bem. Visto isto, ele forma sua equipe, sempre tendo em
mente que vai fazer experiências com algumas pessoas no campo da mediunidade.
Deve ficar bem claro que se a pessoa não produzir bem, será afastada da tarefa
e irá servir em outra área da casa. Dentro da própria reunião pode ser
aproveitado no trabalho de passes ou do secretariado, funções igualmente sérias
e importantes. Este procedimento só poderá ser feito se houver um perfeito intercâmbio
entre o dirigente e os membros da equipe, com inteira confiança entre eles, o
que necessariamente depende do tipo de organização e administração que tem a
casa espírita. Casas espíritas desorganizadas e que não tenham muito critério
na admissão de trabalhadores e conseqüentemente na composição do quadro de
médiuns, esse tipo de norma é quase impossível de ser implementado, por conta
dos melindres que são filhos do orgulho e da vaidade. Se for criado um laço de
compromisso eterno entre o médium e o dirigente, certamente será quase
impossível afastar uma pessoa improdutiva da reunião, permanecendo alguns
indivíduos, às vezes, por anos a fio nas sessões, sem produzirem absolutamente
nada. Dormem por todo o tempo e ainda encontram explicações de que "são médiuns
excelentes doadores de fluidos". O médium poderá ser experimentado no
trabalho de desobsessão quando já tenha segurança ou potencial mediúnico
confiável. Ele estará pronto quando der mostras de sua maturidade espiritual
(seriedade, disciplina, dedicação, abnegação etc) e se sua mediunidade for
produtiva. Ou seja, se der comunicações fáceis, variadas, sem floreios e
fantasias. Médiuns imaturos costumam fantasiar muito, acham-se especiais,
rejeitam quaisquer observações, são por demais suscetíveis, resistem à qualquer
mudança de planos, melindram-se por tudo e não aceitam orientação. Esses não
deveriam servir no ministério da mediunidade, pois ainda não compreenderam que
o dom é de Deus e que a Ele devemos servir sem barreiras.
Como se dá, em regras gerais, a rotina do trabalho
mediúnico? Qual a experiência do Grupo responsável pela seção Perguntas e
Respostas?
Buscamos trabalhar dentro da racionalidade kardequiana,
abraçando o trabalho com a seriedade devida, com o recolhimento necessário,
exercendo a mediunidade de forma religiosa, como nos adverte Allan Kardec, no
Evangelho Segundo o Espiritismo. Inicia-se com uma prece, depois faz-se 1 (uma)
hora de estudo do Evangelho, ou então 30 minutos de Evangelho e 30 minutos de O
Livro dos Médiuns, caso não tenha outro dia dedicado ao exame desse Livro, na
casa. Depois disso, inicia-se a parte prática que deve durar cerca de 1 hora.
Na parte prática propriamente dita, inicia-se com manifestação de um instrutor
e depois abre-se espaço para as comunicações espontâneas de sofredores. Pode-se
também, evocar Espíritos sofredores de determinada faixa vibratória, como
suicidas, acidentados etc. Esta prática ajuda muito no desenvolvimento dos
médiuns, bem como serve para aferir o grau de confiabilidade da mediunidade de
quem já está há mais tempo na tarefa. Por fim, abre-se espaço para as
manifestações de instrutores ou guias espirituais dos médiuns, para as
considerações finais. Encerra-se com uma prece. Nas reuniões de desobsessão,
segue-me o mesmo roteiro, com a diferença de que ao final, antes das
manifestações do Benfeitores, evoca-se os casos graves de obsessão, que estão
sendo tratados na casa. Além, é claro, das manifestações espontâneas dos casos
trazidos pelos mentores espirituais do trabalho.
Como formar e coordenar um grupo de pessoas novas,
para "desenvolvimento" e educação mediúnica?
Só se deve formar novos grupos de médiuns na casa, se
houver necessidade de aumentar o quadro de trabalhadores dessa área. A
mediunidade não deve ser exercida para atender a necessidade do médium, como
comumente se vê, mas para trabalhar em prol de uma causa. O médium disciplinado
pode trabalhar em qualquer das frentes de serviço da casa, sem prejuízo nenhum
para si, desde que o faça com o verdadeiro sentimento de amor ao próximo. Se a
casa já tem sua equipe de desenvolvimento e sua equipe de desobsessão, deverá
zelar delas com carinho, tratando de faze-las crescer para produzirem cada vez
mais. Cerca de 10 médiuns em cada reunião é mais do que suficiente para atender
as necessidades de uma casa espírita que tenha uma freqüência de mais ou menos
500 pessoas por semana. Se for um casa menor, pode-se ter uma reunião com a
metade desse número e funciona muito bem, desde que se guie por métodos e deixe
de lado o empirismo, as longas conversas com Espíritos endurecidos, as
intermináveis comunicações de "guias" e por aí afora. Não se deve
esquecer que a maioria dos casos de obsessão encontrados na população podem ser
tratados apenas com a correta instrução ministrada nas palestras públicas, com
a ajuda da fluidoterapia. Portanto, que não sejam criados novos grupos apenas
para "formar" médiuns se a casa já tem sua equipe formada. Se
porventura aparecer alguém do grupo de trabalhadores que tenha uma mediunidade
muito ostensiva, coloque-o na reunião de desenvolvimento para observar seu
comportamento mediúnico por algumas semanas, não sem antes submetê-la a um
tratamento espiritual, pois devemos sempre desconfiar das "mediunidades
que começam prontas para servirem". Tenhamos cautela com isso, diz Allan
Kardec. O ideal em uma casa espírita é que tenha 3 reuniões mediúnicas na
semana: uma de Desenvolvimento, uma de Desobsessão e uma de Psicografia.
Gostaria de saber se Allan Kardec fez alguma alusão
à prática de doutrinação, ou seja, se podemos doutrinar mais de um Espírito ao
mesmo tempo.
Há uma grande polêmica sobre esta questão. Algumas figuras
do movimento instruem que não se deve colocar barreiras para as manifestações
dos Espíritos nas reuniões de intercâmbio, pois isso seria faltar com a caridade.
E defendem a prática das manifestações simultâneas, deixando a mercê dos
médiuns, e evidentemente do mundo espiritual, toda a rotina do trabalho
mediúnico. Se o que se quer é quantidade de manifestações, esta prática serve,
mas se o que se almeja é o auxílio aos irmãos necessitados que são trazidos nas
reuniões, deve-se mudar o rumo das coisas. Allan Kardec, na Revista Espírita,
instrui incansavelmente sobre a forma de conversar com os Espíritos, e
certamente conversava com um de cada vez. Para analisar com racionalidade a
questão basta que apliquemos a dúvida em nossa vida prática: consegue-se
conversar com duas ou três pessoas ao mesmo tempo? Em assembléias onde muitas
pessoas falam simultaneamente logo se estabelece a confusão. Nas reuniões mediúnicas
isso deve ser muito mais considerado, pois necessita de um clima vibratório
propício de calma e recolhimento, o que é impossível conseguir com a desarmonia
que estabelece um ambiente de barulho e desordem.
É proibido evocar os Espíritos? Podemos evocá-los
nas reuniões mediúnicas?
Sim, podemos e devemos evocar os Espíritos. Allan Kardec
dedicou um capítulo inteiro do Livro dos Médiuns (capítulo 25) ensinando como,
por quê e para quê servem as evocações. São suas estas palavras: "Podemos
evocar todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam"
(item 274 de O Livro dos Médiuns). Disse ainda que não é possível tratar de
obsessões graves sem evocar as entidades envolvidas no processo. Certamente as
evocações, bem como toda e qualquer atividade no campo da mediunidade, só devem
ser praticadas por grupos experientes, que tratam a questão com a seriedade
devida. Caso contrário, permanecerão sob jugo de Espíritos enganadores e
brincalhões, pois eles existem por toda parte.
O espírita deve buscar na sua reforma íntima mudar a
alimentação, evitando ou eliminando as carnes de seu cardápio? O consumo de
carne prejudica o exercício mediunidade?
O objetivo da Doutrina Espírita é modificar moralmente o
homem, fazendo-o melhor em todos os sentidos. A idéia de que o "não comer
carne" contribui para a purificação do Espírito vem das doutrinas
esotéricas. Isso não tem qualquer fundamento lógico e contraria as orientações
dos Espíritos superiores a respeito do assunto. O que acontece é que a carne
vermelha tem uma metabolização mais difícil que as carnes brancas ou alguns
vegetais, tendo o organismo que despender maior gasto energético para
concretizá-la. O hábito alimentar ocidental é cheio de vícios e temos que nos
disciplinar para conter os excessos alimentares, que como todo excesso, faz mal
para a saúde do corpo. Um corpo em desequilíbrio traz conseqüências danosas ao
Espírito e vice-versa. Portanto, é prudente alimentar-se com moderação sempre.
Nos dias de atividades mediúnicas, aconselha-se o consumo de alimentação mais
leve para evitar desgastes energéticos com a digestão e facilitar a tarefa de
intercâmbio, já que em tudo há a movimentação de energias. O consumo de carne
em nada prejudica o exercício da mediunidade. O que o afeta profundamente são os
vícios morais, esses um tanto mais difíceis de serem erradicados, do que o
simples costume de se comer carne.
Gostaria de tirar uma dúvida em relação a saídas
fora do corpo (viagem astral). Isto é uma característica de mediunidade?
A experiência do Espírito fora do corpo chama-se
Desdobramento e é um dos tipos de mediunidade. Como existe muita facilidade da
pessoa fantasiar visões e experiências, deve ser feita com muita cautela e sem
qualquer objetivo de colher informações precisas do mundo espiritual.
Questões sobre as evocações
As evocações para tratamento de casos graves de obsessão,
devem ser realizadas sempre em reuniões mediúnicas sérias, com médiuns
experientes e seguros. Deve ser realizada uma primeira evocação e dependendo do
caso poderá ser feitas mais duas ou no máximo três, pois se tiver uma boa
assistência espiritual não será necessário mais que isso para se tratar com os
Espíritos obsessores. Em qualquer circunstância o médium deverá se concentrar
em Jesus e os Espíritos instrutores do trabalho trarão o Espírito, não
importando onde ele esteja, se isso for necessário. Não é necessário que os
médiuns se concentrem na casa do obsediado. De uma maneira geral, os
instrutores espirituais levam o Espírito para locais onde possam ser
instruídos.
b) Quais perguntas que um dirigente deve fazer para
o Espírito evocado e quantas vezes é necessário evocá-lo?
As perguntas dependem do caso, mas não devem ser muitas,
nem se deve estender nas conversas com Espíritos muito endurecidos. Mais vale
fazer as preces e encaminhá-los aos planos espirituais para que os amigos
espirituais cuidem dele. A necessidade da evocação depende da evolução do
processo obsessivo. Mas, na maioria dos casos graves, não excede três vezes.
c) Como o referido Espírito deve se comportar em um
centro espírita kardecista, isto é o dirigente deve deixar o mesmo à vontade e
fazer o que quer, ou deve manter o controle do referido Espírito, sem cair no
chão, dizer palavrões, ficar andando etc.?
O Espírito só faz o que o médium permite. Se o Espírito faz
arruaça, quer quebrar, andar, falar palavrões etc, o médium precisa ser
educado, pois provavelmente está sendo mal conduzido em sua mediunidade. O
Espírito não pode conduzir o médium, mas o médium conduz o Espírito. O
dirigente é o responsável por essas coisas. Se for bem orientado na Doutrina
Espírita não deixará que coisas dessa natureza aconteçam.
Gostaria de saber se a prática do desdobramento é
saudável, pois há quase 3 anos venho saindo de meu corpo físico.
Desdobramento não é coisa muito sadia se não for feito em
ambiente de segurança. Os transes só são mais ou menos seguros quando feitos em
casas espíritas kardecistas equilibradas, que possam dar uma orientação mais
fundamentada na Doutrina Espírita. Sair do corpo solitariamente é muito arriscado,
ainda mais nesse ambiente espiritual que aí está. Além disso é muito sujeito à
interpretação pessoal do médium. Portanto aconselhamos ter muita cautela com
essa prática, apesar da maioria dos espíritas acharem que não é nada demais.
Nossa experiência com a mediunidade e os estudos da Doutrina Espírita, nos
dizem o contrário.
Sobre a evocação dos Espíritos, Kardec fala das
equipes que se prestam às evocações e são procuradas para atender interesses
particulares. Ele diz que só com reservas esses pedidos devem ser atendidos,
evitando que o médium se transforme em instrumento de consultas. Diante deste
fato o trabalho de pesquisa mediúnica, realizado no atendimento fraterno não
estaria em contradição com a orientação do Codificador?
O texto de Allan Kardec se refere às pessoas que fazem da
mediunidade meio de vida, ou seja, transformam-se em consulentes, coisa muito
comum naquela época e ainda hoje. Portanto ele alertava para esse perigo e
orienta nesse sentido, quando trata das evocações. O exame espiritual realizado
em alguns casos sérios detectados nas entrevistas nada tem a ver com isso, pois
trata-se de uma investigação espiritual no sentido de auxiliar o diagnóstico
(como um exame complementar). Além disso, a investigação é feita por solicitação
de quem faz a entrevista e não de quem está sendo entrevistado, ou seja, apenas
em casos de necessidade. As pessoas só são informadas dos resultados em
situações de exceção. Portanto a pesquisa mediúnica não entra em contradição
com a orientação de Allan Kardec.
Há centros que alternam médiuns em trabalho
ostensivo e médiuns de apoio à mesa, durante o trabalho mediúnico. Existe razão
para isso, como troca de fluidos, ou não tem fundamento?
Essa prática não encontra fundamentação nas obras de Allan
Kardec. Não existe nenhuma razão para ter médiuns de apoio à mesa. A
mediunidade serve para intermediar, como diz o nome. Essa idéia nasceu dos
livros subsidiários e encontra ressonância no meio espírita que pouco sabe da
obra de Allan Kardec. Esse tipo de alternância na tarefa mediúnica também não
faz sentido e tem pouca ou nenhuma produtividade.
Como proceder com pessoas que estão envolvidas por
um processo obsessivo, que foram forçadas a desenvolver mediunidade?
No Brasil é muito comum encontrarmos pessoas obsedadas pela
prática indevida da mediunidade. São criaturas que acabaram vítimas de
dirigentes equivocados, que ainda pensam ser a mediunidade uma forma de se
fazer "caridade". A vulgarização da prática mediúnica, a
irresponsabilidade das federações e dos líderes espíritas frente ao problema
deu origem a uma legião de médiuns improdutivos, de mentalidade fantasiosa que
pouco fazem em termos de mediunidade. Quando se percebe que alguém está sob o
império da obsessão por causa do exercício da mediunidade, basta afastá-lo das
sessões e submetê-lo, durante algumas semanas, a um tratamento. Ela ficará
livre das contaminações adquiridas na mesa ou da obsessão, caso a tenha, e o
mal desaparecerá. Se o problema for num outro centro, não tenha receio de pedir
à criatura que se afaste de lá. Faça-o, pois estará prestando-lhe um grande
serviço em nome da caridade.
A obsessão
O que é Obsessão?
A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre
outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios
psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um
indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para
desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado.
Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas problemas diversos,
o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença.
Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas
sérios.
Se a Obsessão é uma doença da alma, quais são seus
sintomas?
A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia,
depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse
pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas,
desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os
portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas,
conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante.
E como se pode tratar essa doença espiritual?
A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada
definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O
Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro para essas
doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um
Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas
reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização
do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a
evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes),
levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal.
Como o Espírito recém-desencarnado recebe um novo
envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não
o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o
cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou?
Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma
outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das
coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais
confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e
que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências
necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um
Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as
situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e
sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com
desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se
seus "amores" interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na
vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos.
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa
espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro,
essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é
a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja
adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação
de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente
quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em
seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações
difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em
problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste
caso, é o que menos importa.
Gostaria de saber como se identifica uma obsessão de
encarnado para desencarnado. E como se livrar disso?
Sabe-se que a obsessão é uma espécie de constrangimento de
um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das afinidades
espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem partir dos
encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece nas situações
onde entre os dois indivíduos existe uma relação em desequilíbrio, tanto de
"amor" quanto de "ódio". Pode parecer estranho que se
afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor
desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que seja entre mãe e filho),
geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles desencarna é claro que o
sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles venha a se libertar dele
através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de pessoas que desencarnam
deixando heranças em que os herdeiros ficam insatisfeitos e não tinham boa
relação de afeto com o desencarnado, gerando condições fluídicas mórbidas que
envolvem os dois planos. A única forma de se livrar desses problemas é buscando
o esclarecimento, procurando uma casa espírita que tenha experiência nesse tipo
de atendimento. O tratamento espiritual, esclarecendo os envolvidos no
processo, aliado à mudança de postura do indivíduo é a chave para os problemas
espirituais de toda ordem.
A depressão pode estar relacionada com obsessão?
Como?
Os processos obsessivos moderados e graves levam quase
sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente os estados
depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz. Entretanto, nem
todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às influências espirituais.
Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em sínteses hormonais que
explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que mesmo nesses casos,
pode haver influenciação espiritual por conta da atitude mental da criatura,
embora não seja esse o agente causador do processo.
Há a possibilidade de ocorrer uma auto-obsessão, ou
seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?
Sim, há essa possibilidade e não é rara. São pessoas que se
encontram numa condição mental doentia, atormentando-se a si mesmo. Vivem em um
mundo de desarmonia interior e buscam culpar tudo o que há em sua volta,
gerando cada vez mais sofrimentos para si mesma e para quem com ela convive. As
causas geralmente residem nos problemas anímicos do indivíduo, ou seja, nos
seus próprios dramas pessoais. São traumas, remorsos, culpas e situações
provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua normalidade psicológica.
Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em sintonia com ambiente
espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora não seja esta a causa
determinante da enfermidade. Além da evangelização espírita, costumam-se
beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que devem ser estimulados.
Uma convulsão poderá ser sintoma de uma obsessão?
Geralmente as convulsões não são sintomas de obsessão
(embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As convulsões propriamente
ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica do homem e necessita de
tratamento médico especializado. As alterações do sensório ocasionadas por
influências espirituais, não configuram convulsões com o cortejo clínico
estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter cautela ao lidar
com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se nas casas
espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e necessitam de
avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas características das
crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia quase sempre o
paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores involuntátios.
Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de comportamento e o
perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e comporta-se como se fosse
uma outra pessoa.
Como devemos proceder junto a uma pessoa que está
sob o império da fascinação?
Casos de fascinação são muito comuns entre encarnados, e
mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns ou dirigentes. Antes
de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível fascinação, é
preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao exame de
sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias, para
opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar aquele que
padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos poucos,
fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria das vezes,
é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que esteja mal
assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência em que se
compraz. Só aprenderá com a dor.
O Espiritismo e as religiões
Só o Espiritismo salva?
Não é o Espiritismo ou qualquer outra religião que salva. O
que faz o Espírito se salvar (tomar consciência da Verdade) é seu esforço em
praticar boas ações, instruir-se para vencer suas más inclinações, adquirir
sabedoria e fazer todo o bem possível ao seu próximo. O que salva é a doutrina
de Jesus, entidade responsável pelo planeta, que esteve no plano físico para
revelar a Lei na sua maior clareza. Todo aquele que a compreende e a vivencia
em espírito e verdade, entrará no Reino de Deus, ou seja, no mundo do
entendimento da realidade.
Porque o Espiritismo teve seu início na Europa e não
se desenvolveu? O Brasil é a maior pátria espírita no mundo?
No princípio, quando surgiu a Doutrina Espírita, havia um
espírito da época, onde se achava que os ensinamentos da Espiritualidade iriam
transformar o mundo para melhor em alguns anos. Certos Espíritos que
trabalharam na Codificação e o próprio Allan Kardec assim pensavam. Porém, a
história tomou outro rumo. O planeta ainda iria ter de conviver com uma forma
bem mais perniciosa de materialismo, ou seja, aquela que hoje predomina na
sociedade, onde o ser humano é tratado como mero objeto de consumo. O
positivismo da época relativa ao nascimento do Espiritismo desapareceu.
Infelizmente o sistema planejado pelo Codificador para dar corpo ao movimento
espírita nascente não foi criado. Sem método, sem organização racional e homens
de coragem, a doutrina simplesmente desapareceu da Europa. Transferida para o
Brasil por alguns intelectuais, a Doutrina continuou não encontrando espaço
para se desenvolver conforme esperava Kardec. Transformou-se num movimento
caracterizado pela total ausência da metodologia kardequiana, com tendências
católicas e segmentos fanáticos que cultivam a idolatria de vivos. Um espírito
chamado Ismael, ligado às teses do advogado francês Jean Baptiste Roustaing,
usando de uma política católica chamada "unificação" (que mantém a
unidade na Igreja), sufocou todos os esforços em se kardequizar o sistema.
Pode-se dizer que o Brasil é o maior país espírita do mundo. Mas não é por
nenhuma razão especial. Simplesmente é porque quase não há
"Espiritismo" em outros lugares do mundo. Enquanto aqui existe cerca
de oito mil casas espíritas, no resto do mundo elas não passam de alguns
centenas.
Quem é o Consolador Prometido por Jesus: Espírito de
Verdade? Jesus? A Doutrina?
O Consolador prometido por Jesus é a Doutrina Espírita. Ela
veio fazer renascer no mundo a doutrina do Cristo (cristianismo) que estava
esquecida, abafada pelo ceticismo do século XIX.. Trouxe as explicações
necessárias às palavras de Jesus, que permaneceram envoltas em um véu desde o
seu aparecimento. Alargou os horizontes do conhecimento humano falando ao homem
de suas origens, de seu destino e de seu objetivo como Espírito imortal. O
Espírito de Verdade é a expressão do pensamento divino manifesto nos Espíritos
Superiores responsáveis pela Codificação kardequiana. É uma plêiade de
Espíritos que trabalham em nome do Bem e para estabelecimento do Reino de Deus
na face da Terra.
Algumas pessoas pretendem retirar o caráter
religioso do Espiritismo. O que vocês acham? O Espiritismo é Cristão ou não?
Transcreveremos abaixo a opinião do Espírito de Verdade,
encontrada no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 5:
"Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o
segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se
enraizaram são de origem humana...". E ainda um comentário de Alan Kardec,
no capítulo XVII, item 4, que resume esta polêmica a zero: "O Espiritismo
não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da
moral do Cristo ao dar uma fé sólida e esclarecimento aos que duvidam ou
vacilam". Rejeitar o caráter cristão do Espiritismo é rejeitar toda a
essência da doutrina, que é a mesma da doutrina de Jesus.
Mas, no caso de intelectuais
espíritas, tal atitude é incompreensível. Os ensinamentos dos Espíritos
superiores resume a questão, dizendo que o Espiritismo não só é cristão, como é
o próprio Cristianismo que ressurge mais forte, trabalhando com a
racionalidade, ampliando o conhecimento do homem e endereçando o mesmo ao
entendimento de si mesmo.
Como é a hierarquia do movimento espírita? Como o
movimento faz para se defender de seitas que se intitulam espíritas e que não
seguem o kardecismo?
Não há hierarquia no Movimento Espírita. Todos são livres
para praticarem o Espiritismo como bem entendem. Isso, por um lado tem vantagens,
mas apresenta também seus problemas. A liberdade excessiva e a falta de
compromisso com alguma coisa superior, levou ao enfraquecimento das práticas,
dando origem a distorções, condutas e pensamentos que envolvem os adeptos da
Doutrina Espírita. Os espíritas nada fazem para se defender daqueles que se
intitulam "espíritas", sem o ser. Na maioria das vezes, esperam que o
tempo resolva o problema ou freqüentemente nem se importam com isso.
A Religião deve temer a Ciência?
Ciência e Religião é igual a razão e fé. Toda fé deverá ser
fundamentada na razão, caso contrário sucumbirá às evidências do progresso da
ciência. Allan Kardec nos diz que "fé inabalável é somente aquela que pode
encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade". Com o
progresso da humanidade, ciência e religião caminharão juntas. Assim é a Lei.
Infelizmente, muitas religiões ainda têm a ciência como inimiga da fé.
Como os espíritas celebram o Natal (nascimento de
Jesus Cristo) e a Páscoa (ressurreição de Jesus Cristo)?
Da mesma forma que qualquer cristão, com o respeito que as datas merecem. Entretanto, não se pode esquecer que essas datas estão inseridas em um contexto comercial, com forte apelo consumista, que deve deixar alerta qualquer pessoa sensata. Sabe-se que a data do Natal foi criada muito depois do nascimento de Jesus, no ano de 749, quando o imperador Bernardino, o Pequeno, por ocasião da inauguração da Nova Roma, aproveitou a data festiva (25 de dezembro) e instituiu como o dia do nascimento de Jesus. Embora a data comemorada não seja a real, pois na verdade não se sabe ao certo o dia em que nasceu o Mestre, ela tem seu valor por concentrar um número grande de bons pensamentos nessa época, onde as pessoas, por seus sentimentos inatos de religiosidade, ficam mais dóceis, amáveis e fraternas. A Páscoa é uma festa judaica que comemora a saída do povo hebreu do Egito. Como nesse dia foi realizada a crucificação de Jesus, os cristãos absorveram, desde aí, como comemoração de Sua imolação. Deve ser vista apenas como um festa cultural religiosa, sem maiores conseqüências.
Da mesma forma que qualquer cristão, com o respeito que as datas merecem. Entretanto, não se pode esquecer que essas datas estão inseridas em um contexto comercial, com forte apelo consumista, que deve deixar alerta qualquer pessoa sensata. Sabe-se que a data do Natal foi criada muito depois do nascimento de Jesus, no ano de 749, quando o imperador Bernardino, o Pequeno, por ocasião da inauguração da Nova Roma, aproveitou a data festiva (25 de dezembro) e instituiu como o dia do nascimento de Jesus. Embora a data comemorada não seja a real, pois na verdade não se sabe ao certo o dia em que nasceu o Mestre, ela tem seu valor por concentrar um número grande de bons pensamentos nessa época, onde as pessoas, por seus sentimentos inatos de religiosidade, ficam mais dóceis, amáveis e fraternas. A Páscoa é uma festa judaica que comemora a saída do povo hebreu do Egito. Como nesse dia foi realizada a crucificação de Jesus, os cristãos absorveram, desde aí, como comemoração de Sua imolação. Deve ser vista apenas como um festa cultural religiosa, sem maiores conseqüências.
Como os espíritas avaliam as diversas religiões
orientais espiritualistas, que desenvolvem, também, um trabalho voltado para a
evolução do ser humano tendo o altruísmo como ensinamento básico?
O Espiritismo é a doutrina de Jesus e, como tal, oferece
aos homens a possibilidade de libertar-se da situação de ignorância espiritual,
através de Seus ensinamentos, que se sustenta basicamente no exercício do amor
ao próximo. Portanto, todas as doutrinas que professem o mesmo sentimento podem
levar o homem a compreender melhor sua essência divina. Entretanto, as
religiões orientais por desconhecerem os ensinos libertadores de Jesus, embora
tenham conhecimento da imortalidade do Espírito, permanecem presas ao atraso
material e intelectual reinante nas regiões onde se localizam. Certamente, são
religiões que foram criadas para atender um fim específico, ligado ao
desenvolvimento de Espíritos encarnados em determinadas áreas do planeta. Mas,
de um modo geral, não se coadunam com a modernidade do mundo ocidental, nem com
as necessidades dos seus habitantes. A doutrina de Jesus é superior a elas em
todos os sentidos, pois não se atrela a ritualismos, exterioridades, nem
fanatismos.
É normal que nos Centros Espíritas haja imagens de
"preto-velho" ou qualquer tipo de imagens e quadros?
A Doutrina Espírita direciona o homem em busca do
entendimento de si mesmo, libertando-o da ignorância das coisas essenciais. As
imagens de qualquer natureza denotam o apego do homem à idolatria e aos
costumes de suas antigas crenças. Não faz sentido existir imagens em centros
espíritas, quer sejam de pretos-velhos, Nossa Senhora ou Jesus, quer sejam
quadros de Espíritos benfeitores como comumente se vê. A casa que acolhe esse
costume com naturalidade, certamente está ainda sob o jugo do atraso. Falta-lhe
o hábito do estudo libertador. Como o costume católico está impregnado na
consciência dos espíritas, comumente se vê nos centros quadros dos grandes
luminares do Movimento Espírita, alguns ainda encarnados, o que denota uma
condição de fanatismo e idolatria.
O que o Espiritismo entende a respeito do que é o
Espírito de Verdade?
O Espírito de Verdade é um corpo de idéias trazidas para
nós por iluminados missionários de Deus, sob a égide de Jesus Cristo. Não é uma
única entidade como a igreja fez crer por longos anos (e ainda acredita até
hoje), mas uma plêiade de Espíritos que trabalham em nome do Bem. O Espírito de
Verdade e o Espírito Santo são a mesma coisa, ou seja, esse conjunto de idéias que
move o mundo em direção à Verdade, à Justiça e à Paz.
Por que a Doutrina Espírita não aceita o Antigo
Testamento, como um livro confiável, sendo que Jesus testifica todos eles como
inspirados por Deus?
A Doutrina Espírita aceita a Bíblia como um livro de muita
sabedoria, pois é lá que estão todos os fundamentos da mensagem de Deus aos
homens. Allan Kardec e os Espíritos superiores tratam das Escrituras Sagradas
com muito respeito e com o devido valor. O Velho Testamento se ocupa da Lei
antiga e o Novo Testamento, da Boa Nova que Jesus, o Cristo, trouxe à
humanidade, para todos os tempos. Não sabemos onde você ouviu esta informação,
mas saiba que ela não é verdade. Os espíritas que acham que a Bíblia não é
confiável estão equivocados e muito longe da compreensão da profundidade da
Doutrina Espírita.
Qual a importância de Moisés? Podemos, como
espíritas, nos ocupar de seus escritos?
Moisés foi o homem escolhido por Deus para semear entre os
primitivos a lei de todos os tempos e de todos os povos. Estruturou-a em Dez
Mandamentos, resumindo os deveres que fariam das criaturas, homens de bem. Ao
lado disso, porém, estabeleceu leis disciplinares que pudessem deter uma
comunidade de homens primitivos dentro de um sentido mínimo de convivência. Há,
portanto, que se separar o que é divino (Lei de Deus) do que é humano (lei
disciplinar) na obra desse legislador hebreu. A grande missão dele foi preparar
o terreno para que mais tarde Jesus pudesse semear a mensagem da fraternidade
universal. Recebeu, portanto, a Primeira Revelação de Deus aos homens. A Lei
disciplinar de Moisés está contida nos cinco livros atribuídos a ele: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A Lei divina são os Dez Mandamentos.
Como espíritas temos o dever de saber a gênese de nossa doutrina que não é
outra senão a do Cristo, que por sua vez, veio desdobrar os Dez Mandamentos da
Lei de Deus.
Porque diz-se que o Espiritismo é a Terceira
Revelação?
O Espiritismo é a Terceira Revelação de Deus aos homens.
Antes dela vieram a Primeira, com Moisés e a Segunda, como Jesus Cristo. É uma
Revelação porque mostra a existência e natureza do mundo espiritual e suas
relações com o mundo material; desenvolve, completa e explica o que foi dito de
forma alegórica por Jesus; dá um sentido à vida e explicação lógica ao
sofrimento e dificuldades vivenciadas pelas criaturas e abre um vasto campo de
possibilidades de crescimento e dá ao homem a definitiva certeza de sua
imortalidade e universalidade. Allan Kardec diz: “Ele (o Espiritismo) é
portanto obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente
anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a
terra” – (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 1, 7).
O que é niilismo. O que se entende por postura
niilista da vida?
O niilismo é a doutrina do nada. A postura niilista da vida
é a maneira imediatista do homem ver a vida, sem a salutar confiança no futuro.
A idéia de que a vida se resume entre o nascer e o morrer tem sido a grande
razão pela qual a humanidade se mantém no atraso moral. A dúvida sobre o futuro
faz com o que o homem concentre seus pensamentos apenas na vida terrena. Sem
idéia do porvir, dedica-se inteiramente ao presente, depositando sobre ele
todas as suas esperanças de felicidade. Considera os bens terrenos muito
preciosos e sua perda causa-lhe pungente dor e sofrimento.
A idéia da nulidade é o mais grave engano da humanidade, o
que leva o homem a posturas de extremo egoísmo que tem caracterizado o
comportamento em todos os tempos. Com esse pensamento, o homem elaborou seu
alicerce em valores transitórios, dando à vida uma importância calcada
unicamente na aquisição de riquezas materiais, único bem a que se dispõe
adquirir. Tivesse a idéia da conseqüência danosa desse pensamento para a
sociedade e para a edificação de seu Espírito imortal, trataria de rever
urgentemente seu ponto de vista. Sem perspectivas de futuro (para o Espírito)
todas as suas lutas resumem-se em superar o outro, em contraponto com o
verdadeiro objetivo da vida, que é a superação de si mesmo. Como a idéia da
vida futura lhe é vaga, e às vezes resume-se apenas a frágeis concepções
religiosas ou filosóficas, trata de suprir apenas o presente, esbaldando-se em
esforços nas conquistas da matéria, única coisa real e justificável em sua ótica
niilista.
Qual o papel do Espiritismo no mundo de regeneração?
O Espiritismo tem preponderante papel nesse processo.
Deverá oferecer aos homens as ferramentas para a compreensão das leis de Deus.
Ou seja, dar aos homens as condições de entendimento a fim de que possa
promover a paz pessoal e coletiva. Os centros espíritas poderão ser
estruturados de forma a ensinar a conduta cristã aos homens, que a absorverão
com facilidade e rapidez. Serão, no mundo de regeneração, o que deveriam ser
hoje, ou seja, núcleos equilibrados onde o homem possa abastecer-se da mensagem
de Deus, sem os fanatismos, sem fantasias e idolatrias de vivos, próprios de
mundos atrasados. Templo e escola, oferecendo os saberes humano e divino. O
Espiritismo oferece um vasto horizonte de crescimento, explicando ao homem sua
origem e a origem de seus males. Através da compreensão de seus princípios de
reencarnação e da lei de causa de efeito, a humanidade poderá mudar seu ponto
de vista e assim melhorar suas condições de vida terrena.
Como proceder para realizar o Culto do Evangelho no
lar?
O culto do Evangelho no lar é muito simples e traz grandes
ensinamentos e equilíbrio para a família. Deveria ser um hábito de todos as
pessoas que se dizem cristãs. Não existe uma fórmula, mas pode-se dar alguns
conselhos nesse sentido. Faz-se uma prece no início, pedindo a proteção de
Jesus. Lê-se um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, do Novo Testamento
ou de livros e mensagens de procedência idônea. Faz-se breves comentários, de
maneira que todos exponham seus pensamentos sobre a lição. Depois, o mais
experiente fecha o comentário, se houver necessidade. A seguir realiza-se a
prece de encerramento e está feito. Dura, no máximo, 30minutos (de 15 a 30).
Numa reunião dessa natureza não comporta manifestações de Espíritos, mesmo que
sejam supostos guias familiares. Se houver insistência dos Espíritos para essa
prática deve-se ter cautela e observar duas coisas: ou o grupo está sob
influência de Espíritos pouco esclarecidos ou conta com a presença de alguma
pessoa em desequilíbrio de sua mediunidade. O lugar de manifestações de
Espíritos é nas reuniões criadas para esse fim, nas casas espíritas.
Tenho um colega, que já foi espírita e hoje é
presbiteriano, que afirma ter evoluído ao abraçar a nova doutrina espiritual.
Diz, ainda, o referido rapaz, que as lembranças de vidas passadas, tão bem
documentada pela Doutrina Espírita, não passam de recordações provenientes do
inconsciente coletivo, fato cientificamente comprovada. Sempre ouvi dizer que a
nossa doutrina caminha lado a lado com a ciência e isso foi o que me trouxe a
ela. Como argumentar?
Em primeiro, dizemo-lhe que não adianta argumentar as
teorias da Doutrina Espírita com os irmãos protestantes. Embora seja uma crença
séria e muito ligada aos valores do Espírito (exceção feita às pentecostais,
que mercadejam com as coisas de Deus), eles se apegam demais à letra das
Escrituras e não adentram no espírito dela. E como diz nosso mestre Paulo de
Tarso, a letra mata e o espírito (da letra) vivifica.
Não nos causa surpresa a afirmativa dele de que tenha
evoluído ao deixar a Doutrina e entrar no presbiterianismo, que é de muita
seriedade. Deve ter tido contato com algo que nada tem a ver com o Espiritismo,
como estamos cansadas de ver por esse país a fora. Pois, digo-lhe que quem
compreende de fato a Doutrina dos Espíritos dela não quer mais se afastar. Mas
nem sempre é assim.
A certeza da reencarnação é única e exclusivamente a crença
na justiça divina. Se Deus é bom, justo e perfeito, jamais criaria um mundo de
desigualdades, sem que suas criaturas tivessem novas chances de se redimir de
seus erros. Seria injusto e incompreensível. A tese do inconsciente coletivo é
usada largamente pelas ciências psíquicas, que sem acreditar em nada além desta
vida, acharam este gancho para explicar os tantos fatos inexplicados de
loucura, desajustes, acessos de ódio, violência etc. Essa tese anula a
individualidade após a morte e me admira que doutrinas tão belas como o
protestantismo, defenda isto que nada mais é que o materialismo escondido por
trás da ciência, que lhe dá o aval de seriedade. É a condição de atraso da
humanidade. Sugiro que não procure argumentar, mas leia o capítulo IV do
Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos, no capítulo VI também,
perguntas 166 a 221.
Qual a visão espírita com respeito a centenas de
pessoas que morrem em acidentes naturais como o que ocorreu no terremoto da
Turquia há pouco tempo? Como explicar um acidente de avião onde outras centenas
de pessoas morrem? Será que todas tinham que morrer daquela maneira? E o que
dizer de um motorista que dorme ao volante de um ônibus levando todos os
passageiros à morte? Esse motorista foi um instrumento, quer dizer ele estava
fadado a cometer esse ato, causando a morte dessas pessoas que tinham que
morrer? Ou será que o descuido do motorista levou todas aquelas pessoas à morte
sem necessidade?
Para bem compreender o tema sugerimos a leitura do capítulo
VI de O Livro dos Espíritos, sobre guerras, destruição e flagelos. As mortes
nem sempre estão programadas, pois muitas vezes são consequências do descuido e
irresponsabilidade de alguns. Mas, nos grandes acidentes, muitos expiam seus
débitos. De todo modo, no mundo atual, devido à situação de dificuldade moral
que se vive, muitas pessoas retornam prematuramente por conta dos excessos de
toda ordem. Os acidentes por negligência não estão programados e seria injusto
se o fossem, mas nessas situações alguns se encontram em situação de resgate,
outros já terminaram mesmo sua jornada e outros vão antes da hora. Em tudo , a
Lei de Deus, mesmo que nos escape ao entendimento. Sugerimos o estudo de todo o
capítulo IV de O Livro dos Espíritos.
Atualmente, temos visto muitos problemas com
comunidades carentes e formamos uma Instituição cujo objetivo principal é a
filantropia. Estamos atendendo semanalmente 40 (quarenta famílias), sendo estas
de diferentes religiões. Seria prudente entrarmos com a divulgação de nossa
doutrina?
Existe um equívoco quanto ao que se faz em todo o Brasil em
termos de Espiritismo. Por toda parte se pratica apenas assistencialismo. A
Doutrina Espírita não veio à humanidade para assistir o homem em suas
necessidades materiais. Sua missão principal é a de esclarecer a respeito da
verdade em todas as suas consequências. Isso, pouca gente sabe fazer de maneira
produtiva.
A assistência social deve ser praticada pelos grupos
espíritas, mas como consequência do entendimento de que é preciso fazer alguma
coisa para ajudar quem tem fome. Mas, se não ensinarmos aos homens o caminho do
Evangelho, quando desencarnarem, permanecerão em trevas. Concluí-se daí, que o
verdadeiro alimento é o conhecimento. O verdadeiro espírita não faz apenas
filantropia sem ensinar a Doutrina que liberta o Espírito.
Como interpretar o culto do Candomblé?
O Candomblé é um culto africano. Os negros africanos, ao
chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria,
conhecido como Candomblé. Cultuavam alguns deuses chamados por eles de
"orixás". Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e
por outro aos homens. Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do
Candomblé, não aceitavam e não aceitam até hoje, a "incorporação" em
seus médiuns de Espíritos de "mortos". No Candomblé um Espírito
errante é chamado de "egum". Nos terreiros de Candomblé, só se
manifestam mediunicamente as divindades chamadas de "orixás".
O Panteão Africano constitui-se basicamente por sete Orixás
Maiores e ainda por muitos Orixás Menores. Os primeiros, são voltados para o
lado mais divino da obra de Deus. Os últimos, são mais ligados à própria
criatura humana.
Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado "Orixá". tem a ver com Espiritismo.
Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado "Orixá". tem a ver com Espiritismo.
Gostaria de saber se em um centro espírita, onde
tudo foge da Doutrina de Allan Kardec como: não tem hora para começar e nem
terminar, assuntos supérfluos, moral do dirigente inadequada, consultas nos
trabalhos mediúnicos, etc., um médium pode se afastar da tarefa por não
concordar com o trabalho? Haverá influência negativa em sua vida? A mediunidade
ficaria desequilibrada? Seria falta de caridade?
A respeito de suas perguntas, e levando em consideração seu
relato, temos a dizer que estará melhor longe desse grupo, pois está sob jugo
de Espíritos atrasados. Procure um grupo sério onde você possa estudar a
Doutrina com dedicação e discernimento. Se não encontrar, estude em casa e
visite os sites sérios sobre o Espiritismo, lendo os trabalhos escritos sobre
as atividades doutrinárias. Estará melhor assistida e terá mais proveito, sem
dúvida. Se puder esclarecer outras pessoas de lá sobre essas coisas, tanto
melhor. Alguns não sabem que estão se prejudicando nesse tipo de núcleo em
completo desequilíbrio.
assim, sem dúvida.
Os Adventistas do Sétimo dia e os Judeus têm o dia
do Sábado como dia escolhido por Deus para a louvação. Faz parte dos Dez
Mandamentos das Antigas Escrituras. Gostaria de saber mais a respeito disso,
pois tenho parentes adventistas e amigos judeus, que combatem o Catolicismo por
"guardarem" o Domingo.
Guardar o sábado ou o domingo é apenas uma questão de forma. Quando as Leis vieram através de Moisés, o sábado já era um dia reservado à adoração pelos povos antigos. Santificar o dia de Sábado, na verdade quer dizer que pelo menos um dia da semana o homem teria que se dedicar às coisas de Deus. Mas tanto pode ser sábado, como domingo, como qualquer outro dia. É apenas uma questão de forma. Na verdade o homem de bem teria que se dedicar a observar a Lei todos os dias. Mas ainda somos atrasados para compreender isso. Que seja pelo menos em um dia. Não faz sentido achar que é neste ou naquele. Pensar assim é grande sinal de atraso espiritual ainda.
Guardar o sábado ou o domingo é apenas uma questão de forma. Quando as Leis vieram através de Moisés, o sábado já era um dia reservado à adoração pelos povos antigos. Santificar o dia de Sábado, na verdade quer dizer que pelo menos um dia da semana o homem teria que se dedicar às coisas de Deus. Mas tanto pode ser sábado, como domingo, como qualquer outro dia. É apenas uma questão de forma. Na verdade o homem de bem teria que se dedicar a observar a Lei todos os dias. Mas ainda somos atrasados para compreender isso. Que seja pelo menos em um dia. Não faz sentido achar que é neste ou naquele. Pensar assim é grande sinal de atraso espiritual ainda.
Kardec falou desse procedimento?
Importante se definir sob qual orientação espiritual
queremos nos manter.
Em todos os seus ensinamentos, ele e os Espíritos superiores
que trabalhavam com ele, nunca prescreveram qualquer tipo de talismã ou objetos
que pudessem servir para ajudar uma pessoa na solução dos seus problemas. Ora,
quando examinamos os ensinamentos do Cristo, também encontramos o mesmo
espírito. Kardec afirma que certas pessoas utilizam de objetos materiais para
despertar a sua fé. Mas deixa claro que isso é uma estreiteza de visão desses
Espíritos. Claro, uma doutrina não pode nivelar seus conceitos por princípios
ligado à transitoriedade e relatividade das coisas. Quem precisa de objetos
para despertar sua fé está mais atrás na senda do progresso e não deve, em
hipótese alguma, ser tomado como exemplo a ser seguido.
O passe nada mais é que a imposição das mãos, ensinada por
Jesus e muito utilizada na época do Codificador para magnetizar enfermos e
obsediados. Quanto à água fluidificada, ela fundamenta-se no princípio de que
os objetos materiais podem ser magnetizados. No caso da água, supõe-se que ela
seja o elemento mais fácil de receber energias, por causa de sua natureza
etérea. Daí nasceu a idéia de se magnetizar esse elemento, para os enfermos
pudesse utilizá-los no tratamento de suas doenças. Nas Obras Básicas e na
Revista Espírita, Allan Kardec fez longos e sérios estudos sobre o magnetismo e
natureza e utilização dos fluidos humanos e espirituais.
A Bíblia condena o Espiritismo?
A Bíblia não condena o
Espiritismo, pois o termo Espiritismo surgiu em 1857 com Kardec. O que a Bíblia
proíbe, e com justiça, é a pratica da mediunidade de forma incorreta. E a
mediunidade não é exclusividade do Espiritismo. Este comentário existe porque
Moisés proibiu a evocação dos mortos, pois essa prática havia se tornado um
abuso entre os judeus, com videntes sendo consultadas a todo instante, por
motivos fúteis, causando grande confusão na coletividade.
Questões morais
O que é o pecado, segundo o Espiritismo?
Pecado é todo e qualquer ato que contrarie as leis de Deus
(leis naturais). Paulo de Tarso, na Bíblia, diz que sem Lei não existe pecado.
Isso quer dizer que à medida que o homem toma consciência da Lei de Deus,
aumenta sua responsabilidade em relação aos erros e igualmente o rigor em seu
próprio julgamento. É somente nessa transgressão que se resume o pecado.
Qual a definição, segundo o Espiritismo, de moral e de
intelectualidade?
Moral é um conjunto de princípios que rege a vida dos
indivíduos em uma sociedade. São valores adquiridos pelos homens em suas
inúmeras experiências encarnatórias. A moral sadia é aquela que se fundamenta
nos princípios da doutrina de Jesus que é o modelo maior de virtude que já
esteve no planeta. Reconhece-se o adiantamento de um povo quando as leis que
regem a sociedade são justas e as pessoas vivem de forma equilibrada. A
intelectualidade é o crescimento do indivíduo dentro do conhecimento
científico, no sentido mais amplo que se pode dar a esse termo. É o saber
conseguido pelo seu esforço pessoal no campo das ciências humanas. O ser
intelectualizado, teoricamente, teria condições melhores de compreender os
mecanismos das leis divinas (naturais). Entretanto, no nível evolutivo em que
se encontram os Espíritos neste planeta, freqüentemente dá-se o contrário, pois
julgam-se doutos e sábios por si mesmos, nada atribuindo à sabedoria de Deus.
Mas haverá um tempo em que os homens inteligentes também serão sábios (no
sentido da moralidade), fazendo avançar mais rápido a humanidade.
Qual a finalidade da infância no homem?
A infância é um estado especial do Espírito encarnado.
Nela, o indivíduo ainda não possui o livre arbítrio totalmente disponível. É
nesta fase que se pode receber os ensinamentos dos pais, sem refutar. Na
infância os sentidos do Espírito estão mais sujeitos a modificações pelo
aprendizado através da instrução e principalmente do exemplo dos pais. Nos
mundos mais evoluídos o período da infância é menor, pois os seres que ali
habitam são mais adiantados, não necessitando de um período de infância muito
extenso. Na adolescência o Espírito readquire total liberdade de agir, o que
comprova a existência de crianças amáveis, que podem vir a ser adolescentes
rebeldes ou vice-versa. Só iremos saber que tipo de Espíritos são nossos filhos
nessa segunda fase da vida.
O homem e a mulher são tratados igualmente perante
às Leis Divinas?
Se assim não fosse não haveria justiça. Os Espíritos serão
reconhecidos pelo bem que fizeram, independentemente do sexo, raça ou condição
social que tinham quando encarnados. Reencarnar em ambos os sexos, serve apenas
como experiência para aprendizado do Espírito. Reencarnando como homem, podem
aprender a usar a razão com maior ênfase do que com o coração, desenvolver
atividades que utilizem maior força física etc. Como mulher poderá aprender a
usar maior sensibilidade e a abençoada maternidade. Não se segue daí que o
homem não tenha sensibilidade ou que a mulher não use a razão, claro. Se
reencarnarmos nos dois sexos, teremos um equilíbrio entre as duas forças e
formas de aprendizado. A Doutrina Espírita ensina que os homens e as mulheres
são iguais perante Deus, e são dotados dos mesmos direitos. No entanto, possuem
funções específicas na situação encarnatória em que se situam.
Por que existem tantas injustiças sociais na Terra?
Segundo Allan Kardec, através das instruções dos Espíritos
Superiores, a Terra é um planeta atrasado, de provas e expiações. Portanto,
morada de Espíritos imperfeitos que necessitam de ajustes decorrentes de sua
própria condição espiritual. Não se mandam pessoas sãs aos hospitais e a Terra
é um grande hospital, onde habitam criaturas enfermas da alma para sua
depuração através de suas experiências na matéria. As injustiças sociais são
conseqüências do egoísmo e orgulho do homem atrasado. Com a evolução social e
moral da humanidade, o homem aperfeiçoará suas leis e viverá numa sociedade
mais justa e fraterna.
Por que sentimos antipatias ou simpatias por algumas
pessoas que nem conhecemos?
Tudo se fundamenta na lei das afinidades fluídicas. Os
pensamentos que emitimos impregnam o ambiente onde estamos e atrai outros que
pensam da mesma forma, assim como funciona como força de repulsão para quem tem
pensamentos contrários. Nem sempre as antipatias gratuitas são resultados do
passado, como se costuma acreditar. Portanto somos atraídos para os que nos são
simpáticos e nos afastamos de quem não temos afinidades. Chegará um dia em que
toda a humanidade estará reunida em um único campo energético de amor e paz, e
aí não haverá mais sofrimentos, nem dores.
E quanto aos vícios, de cigarro, bebida ou drogas?
Porque dizem que esse vícios são morais? Não seriam vícios físicos?
Todos os vícios e virtudes são inerentes ao Espírito
encarnado. É uma incoerência afirmar que o vício do cigarro, por exemplo, é
físico e nada tem a ver com moral. Se assim fosse teríamos que admitir a
supremacia do corpo sobre o Espírito e não o contrário, como se dá de fato. A
razão repudia tal afirmativa. Os vícios são uma espécie de muleta psicológica
das criaturas que nele vivem, decorrentes de fraquezas em sua estrutura moral.
Entregam-se ao vício por alguma razão e é penoso para elas se desvencilharem
dele. São pessoas que necessitam de auxílio, se assim o quiserem. Além, é
claro, de adquirir débitos com a lei de Deus, por maltratarem seu corpo físico,
santuário da evolução do Espírito. Os vícios, quaisquer que sejam, devem ser
combatidos e as pessoas que com eles se envolvem, auxiliadas e estimuladas a se
libertarem deles.
O que acontece quando uma pessoa comete o suicídio?
Os suicidas são criaturas em débito com a lei de Deus,
assim como todos os que a infringem de uma forma ou de outra. Claro que
trata-se de grave delito e o Espírito sofrerá as penas dessa infração. Sofrerá
as conseqüências de seus atos, que depende muito das circunstâncias que
envolveram a situação em si. Cada caso é um caso, pois trata-se de
individualidades, e não se deve generalizar como se todos os suicidas tivessem
o mesmo destino, em termos da vida espiritual. As experiências de um Espírito
nesse campo pode ser completamente diferente de outro. As leis de Deus são
justas e sua justiça levará em conta os atenuantes e agravantes de cada caso.
Evidentemente que todos experimentam muito sofrimento quando entendem a
gravidade do ato que praticaram. Muitos permanecem presos a regiões astrais
onde estão outros irmãos com igualdade de pensamento, obedecendo a lei das
afinidades. O tempo que permanecem no sofrimento depende da consciência e da
condição evolutiva do Espírito.
Qual a opinião do Espiritismo sobre o divórcio?
A Doutrina Espírita nos incita à compreensão de nossas
responsabilidades como Espíritos imortais em experiências transitórias na
carne, que servem para nosso crescimento. Nos ensina, por exemplo, que estamos
juntos com essa ou aquela pessoa para acertar determinados débitos,
auxiliando-nos mutuamente, através da convivência baseado no amor e respeito
mútuo. O casamento, portanto, é um sério compromisso que deve ser cuidado com
zelo, na tentativa de viabilizar nessa experiência o que provavelmente não foi
possível em experiências passadas. A freqüência com que os casamentos são
desfeitos atualmente é deveras preocupante. São uniões frágeis por conta da
imaturidade espiritual dos homens. Entretanto, a Doutrina Espírita, embora
encaminhe o homem para encontrar seu equilíbrio dentro de seus lares, não
condena o divórcio, pois entende que é uma lei humana necessária, que trata de
separar legalmente o que já estava separado de fato. Mas, deve-se tentar por
todos os meios preservar o casamento, por conta do conhecimento das leis
divinas que é trazida aos homens através do Espiritismo.
Qual o papel dos pais perante os filhos?
Em o Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIV, item 9,
Santo Agostinho deixa um verdadeiro tratado sobre as responsabilidades dos pais
na educação dos filhos. São eles os responsáveis pela condução dos filhos ao
caminho reto. Deus coloca em suas mãos a tarefa de fazer deles homens de bem,
mas para isso é necessário que os pais também sejam pessoas conscientes da
grave responsabilidade assumida. A educação verdadeira demanda exemplificação,
pois sem o exemplo a palavra é vã. Quando se recebe um Espírito no seio
familiar ele vem com defeitos e qualidades adquiridos ao longo de sua
trajetória como Espírito imortal. Diz Agostinho que é necessário aplicar-se em
estudá-los a fim de que se possa extirpar os males oriundos do egoísmo e do
orgulho. Se isso não for feito e esse filho vier a se perder moralmente por
negligência dos pais, eles serão responsabilidades pela grave falta perante
Deus.
Podemos repreender uma pessoa? A crítica é falta de
caridade?
Para respondermos esta questão, basta que olhemos para
nossa vida privada. Se em nosso círculo familiar alguém se encontra em conduta
inadequada que possa prejudicar-lhe ou prejudicar outros, o que fazemos?
Deixamos a pessoa mergulhada no erro para não feri-la com admoestação ou agimos
conforme manda o bom-senso, chamando carinhosamente sua atenção? Seria
incompreensível se ficássemos calados, pois aí estaríamos faltando com a
caridade, nos omitindo vergonhosamente. Assim mesmo devemos agir em nossa vida
cotidiana, pois não podemos ter dois pesos e duas medidas. Podemos sim
repreender alguém, se acharmos conveniente, e isso não configura falta de
caridade. Mas para isso temos que ter autoridade moral sobre a pessoa em falta,
pois nada vale condenar uma falta se ainda a praticamos. O Espírito São Luís,
em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo X, item 21, nos diz:
"Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser
um dever, pois é melhor que um homem caia do que muitos serem enganados e se
tornarem suas vítimas".
que a Doutrina Espírita fala a respeito do homossexualismo?
É um erro ou um estado de espírito?
A homossexualidade é um desvio de comportamento do Espírito
e como tal, deve ser encarada. Às vezes, manifesta-se como uma prova (que
alguns deixam-se vencer) e em outras, como expiações tenazes. Todos os que
vivem neste planeta ainda atrasado, são portadores de imperfeições. A
homossexualidade é uma delas. O sentido da encarnação é justamente a luta para
libertar-se de uma forma ou de outra. Entretanto os problemas da sexualidade
envolvem muitos aspectos por tratar-se de área nevrálgica do comportamento
humano. Como tornou-se problema comum demais em nosso meio, por conta da
liberdade de ação do ser, naturalmente busca-se explicar o homossexualismo como
algo normal, apenas como uma opção sexual do homem. Daí a reação negativa
quando alguém fala que a homossexualidade não é simples opção e sim um
desequilíbrio da sexualidade.
Se essa conduta fosse normal não traria tantas dores,
decepções e sofrimentos para os irmãos que vivem dessa forma. E o sofrimentos
não são conseqüências apenas do preconceito de que são alvo os homossexuais,
mas advém principalmente dos danos psíquicos ocasionados pelas relações
conflituosas e em desequilíbrio, salvo raras exceções.
Como é algo de difícil controle e geralmente são pessoas
que sentem imenso prazer na prática, é muito mais fácil aceitar o círculo de
idéias de que é normal, de que trata-se apenas de uma opção sexual, do que
aquelas que o endereçam ao reformulamento de conceitos e ao esforço em
modificar-se.
Infelizmente, as idéias ditas "modernas" ganham
força e os irmãos que necessitariam de uma ajuda grande no sentido do amparo,
do amor e da compreensão do problema, são lançados na vida e estimulados a
viver cada vez mais intensamente os desvios da sexualidade, trazendo sem dúvida
problemas cármicos para futuras encarnações.
Como viver a homossexualidade em conformidade com a
Doutrina Espírita? Se a pessoa quer viver essa experiência, não estará
exercitando o seu livre arbítrio?
Sim, estará exercitando seu livre arbítrio, bem como quando
ama ou odeia, quando estuda ou permanece ignorante, quando trabalha ou prefere
a inércia etc. Todos somos imperfeitos e necessitamos de auxílio nos muitos
aspectos da vida. O homossexual também o é. Tem um problema e pode tentar
resolvê-lo ou fazer de conta que não o tem. Estará exercitando seu livre
arbítrio da mesma forma. A mitificação do problema só serve para exacerbá-lo
ainda mais, colocando essas pessoas como vítimas e não como criaturas que podem
ser auxiliadas, se assim o desejarem. Claro que, se sentem-se felizes e querem
vivenciar suas experiências de prazer carnal, deve-se respeitar isso. Porém,
quem compreende os objetivos essenciais da existência do Espírito imortal,
jamais poderá afirmar que esse é um comportamento normal ou que tal
procedimento não trará conseqüências para a vida futura do Espírito.
Jesus viveu entre adúlteros, cobradores de impostos e homens de má índole, não como um deles, mas para tirá-los da vida de erros em que se locupletavam por ignorância. Dizia "sede perfeitos" e não "continueis imperfeitos". No episódio da mulher adúltera, após todos terem ido embora, disse: "vá e não peques mais". Embora não tenha condenado a mulher, estimulou-a a deixar a vida de enganos. Poderia ter dito para continuar com a mesma vida para não ferir a suscetibilidade da mulher, "aceitando-a" entre os seus, mesmo com seus problemas morais. Mas agiu conforme a lógica de sua doutrina.
Jesus viveu entre adúlteros, cobradores de impostos e homens de má índole, não como um deles, mas para tirá-los da vida de erros em que se locupletavam por ignorância. Dizia "sede perfeitos" e não "continueis imperfeitos". No episódio da mulher adúltera, após todos terem ido embora, disse: "vá e não peques mais". Embora não tenha condenado a mulher, estimulou-a a deixar a vida de enganos. Poderia ter dito para continuar com a mesma vida para não ferir a suscetibilidade da mulher, "aceitando-a" entre os seus, mesmo com seus problemas morais. Mas agiu conforme a lógica de sua doutrina.
No âmbito da Doutrina Espírita quais são as consequências
para a sanidade de quem tem responsabilidade direta pela desencarnação de
outras pessoas?
Depende do caso. Tirar a vida de alguém é sempre uma
infração à Lei de Deus. Mas em todas as atitudes está sempre presente a
intenção. E a intenção agrava ou atenua a falta. Claro que envolve muitas
nuanças que não podem ser avaliadas com tanta simplicidade, mas quase sempre se
o móvel da ação foi futilidades e irresponsabilidades, a falta é muito maior
sobretudo se o agente causal é dotado de conhecimento dos princípios do
Evangelho. A sanidade está na razão direta da maturidade do Espírito. As consequências
estão atreladas à lei de causa e efeito que tomará providências para que
futuramente o mal seja corrigido.
Além dos transtornos inerentes a desarmonia de
consciência, haverá outras afetações por influências de fatores externos, por
exemplo: a possibilidade do indivíduo passar a ser obsidiado por sua vítima?
Sim, isso é possível e por este motivo é aconselhável que
se dê amparo espiritual à pessoa que cometeu o delito, inclusive para que ela
tenha a consciência da necessidade em mudar de atitudes. Assim poderá
dificultar a ação do inimigo invisível, se porventura sua vítima resolver
vingar-se. Jesus, em sua sabedoria, instava o homem a "reconciliar-se sem
demora com o inimigo, enquanto com ele a caminho", entendendo todas as
conseqüências do ódio e da mágoa de um indivíduo a outro, tanto no campo da
matéria, quanto no mundo espiritual.
O que uma pessoa que matou a outra pode fazer para
diminuir a aflição de sua consciência em virtude dessa atitude, absolutamente
grave, porém inexorável quanto a possibilidade de receber reparação direta,
pois não há mais vida?
A aflição da consciência pelo ato já dá mostras de que o
ser entrou no processo de arrependimento, imprescindível para o
restabelecimento do equilíbrio da alma do devedor. No mais, é trabalhar pela
sua melhoria moral, única maneira de enfrentar as adversidades da qual foi
artífice por conta da ignorância das Leis Divinas. Não há outro caminho. E para
isso necessita da ação moralizadora do Evangelho de Jesus e o amparo caridoso
dos entes queridos.
São válidas as iniciativas, daqueles que tem
responsabilidade pela morte física de uma outra pessa, dedicar orações à sua
vítima e ao exercício de reparações, trabalhando para que outras pessoas não
tenham o curso de suas vidas interrompidas por monstruosidades semelhantes as
por ele práticas?
Todas as iniciativas para minimizar erros e amparar os que
sofredores são muito válidas. Nesse campo, as preces feitas com sinceridade de
coração são verdadeiros bálsamos a amparar a alma do desencarnado. Quanto ao
mais, todas as atitudes no campo do Bem e principalmente naquele em que se
cometeu o delito, são extremamente válida, para minimizarem efeitos, tendo em
vida o futuro do Espírito imortal.
O que os familiares podem fazer para ajudar a um
filho que tem uma responsabilidade tão grave e hedionda, por haver transgredido
as Leis Divinas tirando a vida de uma pessoa?
Sobretudo amar com benevolência e caridade, lembrando
sempre que talvez muitos dos que o estão amparando já palmilharam esses
dolorosos caminhos da ignorância. Em todas as situações de erros graves dessa
natureza, os pais deverão assistir sem reservas, estimulando sempre as mudanças
internas do filho amado, não se deixando dominar pelo desânimo e descrédito nas
melhorias espirituais daquela alma difícil. Em tudo a Sabedoria Divina está
presente e coloca-nos sempre onde é preciso estar.
O Aborto é crime perante Deus?
Toda ação que contrarie as leis naturais de Deus são
consideradas infrações. Neste caso o erro consiste em interromper o reencarne
de um Espírito, tirando-lhe, portanto, a oportunidade de crescimento. Segundo o
Espírito de Verdade, somente é permitido o aborto em caso de risco de vida para
a mãe. As histórias existentes de que os abortados transformam-se em tenazes
obsessores de quem o abortou deve ser observada com desconfiança, pois não é
isso o que nos instrui o Livro dos Espíritos. O exagero com que certos livros e
mensagens encaram o problema, tratando quem pratica o aborto como assassinos, traz
graves conseqüências para essas criaturas que se vêem atormentadas com a
possibilidade de sofrerem penas cruéis nesta ou em outras vidas. Não há erros
irreparáveis. O aborto é falta grave como qualquer uma outra que desrespeite a
lei do amor ao seu semelhante. Sua gravidade será diretamente proporcional ao
grau de instrução espiritual dos envolvidos e das circunstâncias que cercaram o
fato.
O que acontecerá a uma mulher que provocou o aborto?
E os médicos que fizeram o aborto?
Como praticou um ato contrário às leis de Deus, ela irá
sofrer em sua consciência a dor moral pelo ato praticado. Como qualquer erro
grave cometido pelo Espírito, submeter-se-á a expiações necessárias ao seu
reajuste diante da vida imortal. O que acontecerá com ela vai depender de suas
necessidades evolutivas e da misericórdia do Alto. Tanto quem se submete ao
ato, como o médico que o pratica estão igualmente implicados na infração e não
se pode esquecer que a responsabilidade de quem sabe é sempre muito maior,
pois, "a quem muito foi dado, muito será pedido".
Interromper uma gestação, quando sabe-se que a
criança nascerá sem cérebro, é pecado?
Pecado, significa o ato de transgredir as leis naturais. A
interrupção de uma gestação é transgressão à Lei de Deus, em qualquer situação,
salvo em casos de risco de vida da mãe. No caso de fetos malformados, não se
pode avaliar espiritualmente qual a necessidade que tem as pessoas envolvidas
de passarem por esta prova. Certamente que tudo tem um fim útil e os mecanismos
da vida são ainda muito desconhecidos para nós, Espíritos que habitamos
planetas de provas e expiações. Os meios de reajuste do Espírito é determinado
pela lei de causa e efeito, sendo portanto, certas situações justas e
necessárias ao reequilíbrio do ser, mesmo que nos pareça incompreensível.
Por que o Espiritismo aceita que se interrompa a
gravidez se essa oferecer risco de vida à genitora? A vida desta teria mais
valor que a do feto?
Não se trata de valor ou não, mas de coerência. Nos casos
em que a vida da mãe está em perigo e se tiver que fazer uma escolha é mais
racional sacrificar a vida do ser que ainda não nasceu e pode ter outra
oportunidade do que aquele que já está em sua experiência de vida terrena, com
responsabilidades assumidas. Em tudo deve prevalecer o bom senso.
O que o Grupo Espírita "Bezerra de
Menezes" acha da atual legislação, no que diz respeito à este tema
(aborto)?
O Grupo Espírita Bezerra de Menezes é contra o aborto em qualquer circunstância, exceto para os casos que a gestação coloque em risco a vida da mãe. Porém, não trata o aborto como um crime hediondo, nem assassinato, como fazem alguns autores de livros espíritas. Acredita que a gravidade de cada caso será de acordo com as circunstâncias que os envolveram. Uma jovem, por exemplo, poderá se submeter a um aborto pela pressão de familiares incompreensivos, de um namorado ou noivo ignorante. Há casos em que maridos obrigam esposas a cometê-los. Claro, ambos serão responsabilizados pelo ato insano, porém, Deus os julgará conforme a intenção íntima de cada um. A gravidade da responsabilidade pela realização do aborto é diretamente proporcional ao esclarecimento que os envolvidos possuírem a respeito das Leis de Deus, segundo nos ensina o Espiritismo.
O Grupo Espírita Bezerra de Menezes é contra o aborto em qualquer circunstância, exceto para os casos que a gestação coloque em risco a vida da mãe. Porém, não trata o aborto como um crime hediondo, nem assassinato, como fazem alguns autores de livros espíritas. Acredita que a gravidade de cada caso será de acordo com as circunstâncias que os envolveram. Uma jovem, por exemplo, poderá se submeter a um aborto pela pressão de familiares incompreensivos, de um namorado ou noivo ignorante. Há casos em que maridos obrigam esposas a cometê-los. Claro, ambos serão responsabilizados pelo ato insano, porém, Deus os julgará conforme a intenção íntima de cada um. A gravidade da responsabilidade pela realização do aborto é diretamente proporcional ao esclarecimento que os envolvidos possuírem a respeito das Leis de Deus, segundo nos ensina o Espiritismo.
Acertada a opção do aborto no caso em questão?
O caso em questão é um tanto dramático e envolve fatores
referentes à situação moral da sociedade e necessidade de alguns Espíritos
sofrerem resgates de situações delituosas ocorridas no passado. O Espiritismo
elucida até essas graves questões morais, fazendo ver em tudo o cumprimento da
Lei de Deus e de sua justiça. Claro que ninguém veio à Terra para ser
estuprado, mas as contingências da vida e sua necessidade evolutiva, às vezes
levam o indivíduo a viver situações difíceis, que levarão à redenção de seu Espírito,
embora pareça ao homem algo incompreensível, por causa da sua estreita visão da
vida. O aborto só é justificado quando a gravidez põe em risco a vida da mãe, o
que não é este caso, segundo consulta feita a profissionais da área.
Entretanto, se os pais da gestante optaram por essa alternativa por julgarem
estar evitando o que acham um mal maior, estão exercendo o seu livre arbítrio,
e mesmo que o caso tenha atenuantes, devido a ignorância dos envolvidos no que
diz respeito às leis naturais, cada um receberá segundo suas responsabilidades
na decisão de realizar o ato. Quanto maior o esclarecimento, maior a cobrança.
O que leva a concluir que a pobre criança/gestante, na verdade, terá menor
responsabilidade.
Um ser humano clonado teria Espírito?
Todo ser vivo é portador do princípio espiritual e o homem,
que é a mais alta expressão da Divindade, é Espírito imortal criado por Ele
para manifestar Seu poder no Universo. Portanto, se um dia for dado ao homem
clonar homens (coisa pouco provável), é claro o clonado teria Espírito.
Entretanto seriam individualidades diferentes.
Seria pecado o homem praticar a bissexualidade se
lhe dá prazer e não lhe prejudica o corpo, e lhe supre a carência?
A pergunta é um tanto complexa para se dar uma resposta
objetiva, pois diz respeito a um problema que envolve uma série de questões.
Mas, diremos que se olharmos apenas sob o ponto de vista da vida presente,
talvez não tivesse nenhuma conseqüência, a não ser os riscos de contaminação,
caso não tenha cuidado com parcerias (risco de doenças sexualmente
transmissíveis).
Entretanto, somos seres espirituais também. Temos uma vida
futura e uma grande responsabilidade quando encarnamos. Existem as leis divinas
(naturais) que são inexoráveis, quer acreditemos ou não. E nelas está a lei e
causa e efeito. Num relacionamento bissexual não há compromissos com nada a não
ser com os prazeres. E não viemos ao mundo para viver apenas os prazeres, mas
para buscar o equilíbrio entre corpo e alma. Procuremos meditar sobre nossas
vidas e encontraremos as respostas dentro de nós mesmos. Todas as carências são
doenças da alma e se buscarmos resolvê-las com as coisas materiais ou com os
prazeres da carne, poderemos entrar em um caminho de grandes insatisfações
pessoais. O pecado está em se praticar o erro, quando já se tem condições de
discernir a verdade do engano. Estamos em época de luzes, de conhecimento. Não
se pode mais pretextar ignorância das coisas do Espírito imortal.
Não é um aborto a rejeição dos embriões congelados
pela família? A destruição deles também não constitui um aborto?
Isso não constitui aborto, a não ser quando é realizado
depois da implantação no útero, como vem fazendo a medicina moderna. O embrião
congelado é apenas um corpo, sem Espírito ainda.
De quem é a responsabilidade "espiritual"
(perante Deus) desses tipos de procedimentos que permitem descartar embriões
como se fossem um lixo qualquer? E mais, como ficam esses Espíritos que não
chegam a reencarnar?
Como dissemos, esses embriões ainda não estão destinados a
um Espírito e só o serão quando vão ser submetidos ao implante no útero da mãe.
A lei de Deus é justa e jamais poderia confinar um Espírito em um embrião
congelado esperando a implantação. De todo modo, esses procedimentos são
resultados do avanço do homem e quando são feitos sem a ética cristã certamente
têm conseqüências desagradáveis para a humanidade. Mas o homem avança só até
onde Deus permite.
Qual deve ser nossa atitude diante de trabalhadores
e dirigentes que fumam ou bebem?
Eis aí uma delicada questão. No Movimento Espírita, em todos estes anos, se folgou tanto com o mal, que até um ditado hipócrita foi criado. Dizem que é melhor a pessoa fumar ou beber sendo espírita do que não sê-lo. Os espíritas de fachada se escondem atrás deste tipo de filosofia de botequim para justificar seus vícios. Se for admitida uma mentalidade desta natureza, porque não se aceita também o adultério, a separação entre casais, a desonestidade, assassínio etc? E, por conseqüência, a religião de aparências. Todos somos portadores de vícios e imperfeições morais. Nos diálogos que desenvolvemos na intimidade do centro, este assunto deve ser discutido de forma sincera entre os trabalhadores. Para quem é espírita, vencer o hábito de fumar ou o costume de beber é um coisa relativamente fácil. Quem não tiver força moral para vencer isso, deve abster-se do posto diretivo no núcleo de trabalhos e afastar-se das relações com o invisível. Se não se pode com um cigarro, que se fará com a agressão de um Espírito mau?
Temas diversos
Teria Jesus um corpo físico ou fluídico?
O corpo fluídico que Jesus teve foi o mesmo que possuem
todos os Espíritos encarnados no planeta, ou seja, seu perispírito que age na
intimidade da matéria servindo de laço entre ela e o Espírito. Certamente,
tratava-se de um corpo espiritual bem mais etéreo que os que possuem os comuns
dos mortais. Entretanto sua pergunta diz respeito a uma teoria existente no
meio espírita de que Jesus não teve um corpo de carne, ou seja, que o corpo de
que utilizou quando de sua passagem pelo nosso planeta, foi fluídico, nada
tendo de real o seu nascimento, seu sofrimento e tudo o que vivenciou como
Espírito encarnado. Esta teoria foi introduzida no meio espírita por meio da
obra de um advogado francês, chamado Jean Baptiste Roustaing, que à época da
Codificação kardequiana publicou quatro volumes do que ele chamou de
"Revelação da Revelação", pois, segundo ele, foi ditado pelos
evangelistas e pelo profeta Moisés. Neste livro, chamado os Quatro Evangelhos,
ele diz textualmente que Jesus não teve um corpo carnal, mas um corpo fluídico,
e que sua evolução se deu em linha reta, ou seja, que não conheceu a ignorância
nem o sofrimento, contradizendo o próprio Cristo quando disse que não veio
destruir a Lei, mas cumpri-la. Segundo os princípios da Doutrina Espírita isto
não tem o menor fundamento e não encontra sustentação na razão. Jesus veio ao
mundo como o maior de todos os Espíritos que já encarnaram neste planeta, mas
da mesma forma que todos reencarnam: foi concebido através da conjunção carnal,
foi amamentado por sua mãe, cresceu normalmente como criança excepcional que
era e mais tarde apareceu já adulto para desempenhar sua divina missão de
reformador da humanidade. Se assim não fosse Deus teria dois pesos e duas
medidas. Essa teoria esdrúxula é apenas uma das muitas existentes nesses
livros, que entra em contradição fragorosa com a doutrina codificada por Allan
Kardec, mas que inexplicavelmente é editado e divulgado pela Federação Espírita
Brasileira.
Gostaria de saber se existe algum preconceito sobre
as obras de Ramatís e o porque de elas não serem tão divulgadas?
Não existe nenhum preconceito por obra nenhuma. O que
acontece é que a Doutrina Espírita foi codificada por Allan Kardec e tem um
corpo doutrinário deixado por ele para que seus seguidores pudessem avançar no
conhecimento das coisas espirituais. A isso chama-se Espiritismo. E é essa
doutrina que os espíritas (ou os que pretendem sê-lo) devem estudar
incansavelmente para compreender sua essência e objetivo. Existe no meio
espírita uma avalanche de obras que não são espíritas e que tomaram espaço
devido ao desconhecimento da doutrina kardequiana. São opiniões de Espíritos
que tem seu valor como opinião pessoal, mas não podem ser incorporadas como
parte da doutrina básica, pois não se submeteram à chancela do Controle
Universal dos Espíritos. As obras de Ramatís, em boa parte, são baseadas na
doutrina esotérica. O médium que as recebeu, chamado Hercílio Maes, nunca foi
espírita. Portanto, seus ensinamentos carecem de base doutrinária mais sólida.
Sem entrar no mérito dos ensinamentos ali existentes, nosso alerta é para que
as pessoas estudem antes a Codificação kardequiana a fim de que possam saber
separar joio de trigo existentes nos livros de Ramatís ou em qualquer outro.
Sem isso certamente será bem fácil introduzir práticas estranhas e
antidoutrinárias nos centros espíritas.
O que acontece com o Espírito da pessoa que entra em
coma?
O estado de coma é caracterizado por grave alteração
cerebral, com comprometimento das funções neurológicas normais e abolição dos
reflexos superficiais e/ou profundos, levando a uma interrupção temporária ou
definitiva da capacidade do indivíduo se comunicar com o meio exterior. Se for
um Espírito desenvolvido poderá desprender-se do corpo por alguns momentos e
mesmo entrever e compreender o que se passa com ele. Mas se for um indivíduo
atrelado ao lado material da vida, sem nenhuma noção da dimensão espiritual e
de sua condição de Espírito imortal, sofrerá todas as fases do processo,
permanecendo preso do corpo físico. Em alguns casos, o Espírito fica também em
estado torporoso, experimentado as mesmas sensações do coma.
Qual a opinião da doutrina kardecista sobre a
hipnose e a terapia de vidas passadas?
No capítulo V, item 11, de O Evangelho segundo o Espiritismo,
Allan Kardec assim instruiu: "Se Deus considerou conveniente lançar um véu
sobre o passado, é que isso deve ser útil. Com efeito, a lembrança do passado
traria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos
estranhamente, ou então exaltar o nosso orgulho e, por isso mesmo, dificultar o
exercício do nosso livre arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações
inevitáveis às relações sociais". Na verdade, o esquecimento do passado é
uma bênção. Fica fácil entender isso se levarmos em consideração o estágio
evolutivo da maioria dos Espíritos deste planeta. A Terra, sendo um local onde
ainda predomina o mal, o passado dos que nela habitam não deve ser nada
agradável, pois estamos bem mais próximos do ponto de partida que do de chegada,
em termos de evolução espiritual. Portanto, a lembrança de suas experiências
ruins certamente trará muito mais prejuízos para o Espírito, do que lucro. Além
do mais, muitas dessas chamadas "regressões" estão envoltas em muita
fantasia, não havendo a certeza absoluta de que a pessoa fez uma regressão real
ou não. As terapias baseadas em regressão a vidas passadas nada têm a ver com a
Doutrina Espírita, embora seja divulgada com muita ênfase nos congressos e
encontros espíritas. É bom lembrar que não se deve permitir que seja praticada
dentro das casas espíritas.
Há fundamento na reportagem que saiu dizendo ser
Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec?
Não, não há fundamento nessa afirmativa. Francisco Cândido
Xavier é um médium missionário, que teve a tarefa de popularizar a Doutrina dos
Espíritos. É um Espírito de inegáveis qualidades, mas de personalidade e
pensamentos sem qualquer semelhança com Allan Kardec. Essa afirmativa nasceu no
meio de seu "amigos" e é originada do fanatismo e idolatria que
infelizmente o envolve. Allan Kardec ensina que podemos reconhecer os Espíritos
através de suas idéias e pensamentos. Basta usar o bom senso e analisar as
patentes diferenças existentes entre ambos.
Devemos aguardar algum tempo depois de constatada a
morte cerebral no indivíduo? E se o corpo for cremado?
Em caso de morte cerebral, é prudente que se espere por um
certo tempo, até que as funções vitais orgânicas se esgotem, para que se
caracterize a morte propriamente dita. Esse tempo varia de indivíduo a
indivíduo e como tudo está atrelado às leis divinas, certamente que depende da
necessidade de cada um. Quanto ao ato de cremação, ele deve ser evitado, pois
se o Espírito não tiver entendimento da existência da vida espiritual ele
poderá sofrer uma perturbação momentânea, caso esteja assistindo o ato.
Entretanto, a queima do corpo físico nada significa para os que se desprendem
do corpo carnal com serenidade e compreensão dos ensinamentos da
Espiritualidade.
O Centro Espírita deve fechar as portas nos feriados?
O Centro Espírita bem orientado funciona como um pronto
socorro espiritual. É um posto avançado do Bem na terra. Da mesma forma que não
se fecha as portas das emergências nos hospitais, também não se concebe que as
casas espíritas não funcionem nos feriados, natal, carnaval, ano novo, ou que
tirem férias etc. Um Centro Espírita organizado se estrutura para que seus
trabalhadores tenham períodos de férias, havendo uma alternância de equipes, de
forma de que o trabalho não sofra prejuízos.
Nos eventos beneficentes da casa espírita devemos
servir bebidas alcoólicas? Em caso negativo, não seria desagradável para com os
visitantes que gostam da bebida, deixar de servi-la?
O Centro Espírita é uma escola onde o homem aprende a se
reeducar para a vida. É um local onde os princípios da moral de Jesus devem ser
vivenciados e exemplificados na sua integridade, pois Ele disse: "Sede
perfeitos". Os vícios, de qualquer natureza devem ser combatidos, pois
escravizam o homem. A Doutrina Espírita nada proíbe, mas mostra ao homem,
através da fé raciocinada, que ele é livre para realizar seus desejos, mas deve
ter consciência das consequências boas ou más de seus atos. O ato de beber ou
fumar jamais fez bem a quem quer que seja. Servir bebida alcoólica num evento
espírita, sob o pretexto de agradar as pessoas que fazem uso dela ou, como
querem alguns, para não ferir o livre arbítrio das pessoas, é uma grande
incoerência. Além do mais, as casas espíritas frequentemente estão envolvidas
no tratamento de pacientes que possuem problemas com o álcool e seria um
contra-senso tal atitude. Lembremo-nos que o exemplo arrasta mais que as
palavras.
É lícito fazer rifas e bingos para arrecadar
dinheiro para a instituição espírita?
Embora as rifas e bingos tenham sido legalizados para
atenderem interesses de determinados grupos que exploram esse tipo de prática,
tratam-se de jogo de azar, com todos os inconvenientes materiais e espirituais
que ele produz. Nem tudo o que é lícito é ético e correto, haja vista a
legalização do aborto, da pena de morte e da própria eutanásia em alguns locais
do planeta. Jogos, incluindo bingos e rifas, são imorais e não se coadunam com
os princípios espíritas. O fato de serem realizados com fins
"nobres", segundo a justificativa dos que defendem sua realização nas
casas espíritas, não os isentam de conseqüências desastrosas para o Espírito
imortal. Se os fins justificassem os meios, teríamos que aceitar como corretas
as ajudas vindas dos traficantes para as favelas que lhes dão apoio, pois
investem numa melhor qualidade de vida dos favelados, embora com dinheiro
retirado da podridão humana. Existem maneiras mais éticas e inteligentes de
serem arrecadados fundos para as obras dos centros espíritas.
Qual a diferença entre prova e expiação?
A expiação, como o próprio nome diz, é um cumprimento de
pena, é um resgate de débitos passados. Está ligada geralmente a existências
anteriores. As provas, são situações em que o Espírito será testado em sua
capacidade de suportar as dificuldades. Se sair-se bem estará apto a subir mais
um degrau na escalada rumo à perfeição. É como numa escola. O aluno assiste às
aulas para ser testado com as provas, em determinado tempo, se aprendeu mesmo
as lições. Caso comporte-se inadequadamente, será punido com reprovação ou
mesmo expulsão da escola, sofrendo as consequências de seus atos. É a expiação.
Quanto mais evoluído o Espírito, menos expiação ele passa.
O Centro Espírita deve utilizar das práticas de
cromoterapia, cristalterapia, receituários, regressão de memória, velas, imagens
ou rituais em seus trabalhos?
A casa espírita que se orientar pelos ensinamentos dos
Espíritos superiores não realiza tais práticas, pois elas nada têm a ver com a
doutrina codificada por Allan Kardec. O Espiritismo ensina tão somente a
moralização do indivíduo e suas práticas são desprovidas de aparatos
exteriores. Suas terapias, como as de Jesus, fundamentam-se na instrução moral
e na reposição de energias e fluidos espirituais, feita pela imposição das
mãos. Os centros que praticam tais terapias ou rituais, têm liberdade para
fazê-lo, porém não deveriam considerar-se "espíritas". Infelizmente,
os centros espíritas estão cheios de modismos e doutrinas estranhas, oriundos
da falta de conhecimento da doutrina básica. Não há como saber separar joio do
trigo se não soubermos identificar um e outro. Isso só é possível com o estudo
sério, disciplinado e sincero das obras da codificação kardequiana.
Os filhos de casais espíritas devem ser batizados? E
o casamento na igreja, é permitido?
O batizado é uma prática católica, oriunda do judaísmo.
Significa a entrada da criatura na religião cristã. É um ato eminentemente
exterior e que nada significa para o Espírito, uma vez que é feito quando ele
ainda não tem condições de maturidade para decidir por esta ou aquela crença.
Da mesma forma, o casamento na Igreja obedece um ritual que pouco tem a ver com
o lado espiritual da relação do casal. É muito mais uma questão cultural que
religiosa. Há pessoas que só foram à igreja no dia de seu casamento, portanto,
não professam de fato essa religião. Os espíritas, os que realmente compreendem
a Doutrina que abraçam, certamente não necessitam disso. Para eles, o casamento
é uma instituição humana que deve ser regularizada perante as leis da
sociedade. Se ainda optam por práticas religiosas convencionais, ainda estão
longe de entender de fato o papel do Espiritismo em suas vidas. São es
"espíritas-católicos", aqueles que freqüentam os centros, mas não
deixam de acender suas velas, batizar seus filhos, casar na igreja etc.
Por que a Doutrina Espírita aconselha que não sejam
acendidas velas para os desencarnados em nossa casa?
O ato de acender velas para os desencarnados vêm da crença antiga de que eles estão precisando de luz. Quando os homens ainda estavam na ignorância em relação às coisas espirituais, esse procedimento era compreensível, pois não se sabia como as coisas se davam de fato. Entretanto, depois do advento do Espiritismo, tudo ficou explicado e sabe-se que a luz que os Espíritos necessitam é a luz do esclarecimento e as boas vibrações enviadas a eles através das preces sinceras e amorosas de seus ente queridos. Apenas os Espíritos atrasados pedem velas por acharem que o escuro em que se encontram pode ser resolvido com a claridade material oferecida pela luz artificial. A Doutrina Espírita explica a razão das coisas, nos levando a ter um conduta cada vez mais racional e equilibrada, pois fundamenta a fé na razão e no bom-senso.
O ato de acender velas para os desencarnados vêm da crença antiga de que eles estão precisando de luz. Quando os homens ainda estavam na ignorância em relação às coisas espirituais, esse procedimento era compreensível, pois não se sabia como as coisas se davam de fato. Entretanto, depois do advento do Espiritismo, tudo ficou explicado e sabe-se que a luz que os Espíritos necessitam é a luz do esclarecimento e as boas vibrações enviadas a eles através das preces sinceras e amorosas de seus ente queridos. Apenas os Espíritos atrasados pedem velas por acharem que o escuro em que se encontram pode ser resolvido com a claridade material oferecida pela luz artificial. A Doutrina Espírita explica a razão das coisas, nos levando a ter um conduta cada vez mais racional e equilibrada, pois fundamenta a fé na razão e no bom-senso.
Gostaria de saber como a Doutrina Espírita explica a
Transcomunicação Instrumental?
A Doutrina Espírita não fala da chamada Transcomunicação
Instrumental - TCI, que tem sido objeto de comentários em artigos e livros
contemporâneos. Mas o Espiritismo explica como se originam esses fenômenos que
são simples efeitos físicos: ação dos Espíritos no mundo material, por meio de
ectoplasma. Nas pesquisas em torno da TCI existem muitas fantasias que devem
ser encaradas com cautela, pois a pretexto de explicação científica, os
investigadores defendem a tese de que o fenômeno não necessita de médiuns, o
que contraria frontalmente a teoria kardequiana. Querem os cientistas que a
máquina substitua o homem no intercâmbio espiritual também. Recentemente se
descobriu fraudes em uma "transfoto", que foi apresentada como
originárias no Além, mas que na verdade fora tirada na Índia, num templo
jainista. Muitas pessoas que se envolvem com esses fenômenos acabam fascinadas
por Espíritos inferiores e perdem-se em justificativas fantasiosas e
irracionais. É preciso ter cuidado, pois é uma área que carece ainda de muitos estudos
para que se tire conclusões que atendam ao bom-senso.
Os espíritas, assim como os católicos, são
contrários ao uso do preservativo? Por que?
Os espíritas não são contrários ao uso de preservativos,
pois seria um contra-senso fazê-lo. Eles são necessários, tanto como método
anticonceptivo para planejamento familiar como forma de prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis, como AIDS, Sífilis, Hepatite B e outras igualmente
graves.
Um casal tem o direito de escolher a quantidade de
filhos que quer ter? O Espiritismo aceita algum método anticoncepcional ?
A Doutrina Espírita ensina ao homem a arte de viver com bom
senso e equilíbrio, baseado na racionalidade e sabedoria dos ensinamentos dos
Espíritos superiores. O casal escolhe quantos filhos quer ou pode ter, assim
como faz todas outras tantas escolhas em sua trajetória de vida. Certamente
existe uma programação de vida para os Espíritos, obedecendo as leis das
probabilidades, bem como para atender às necessidades do Ser, mas não faz
sentido afirmativas de que viemos com uma quantidade de filhos predeterminados
para se receber. Se assim fosse teríamos que anular o livre arbítrio e condenar
as medidas de controle da natalidade, o que seria um contra-senso. Essa teoria
poderia nos levar a pensar também porque teria Deus programado mais filhos para
pessoas de condição social mais baixa, quando justamente estas são as que têm
menor possibilidade de proporcionar condições dignas de vida. Portanto, a
quantidade de filhos que se quer ter deve ser programado por nós, não
esquecendo porém que a tudo Deus rege e permite. Evidentemente estamos nos
referindo a Espíritos de condição mediana de evolução, pois a vida de Espíritos
atrasados obedece mais ao determinismo que ao livre-arbítrio, pela falta de
condições destes em exercitá-lo.
Onde é que um hipnotizador atua? Como consegue
induzir uma pessoa a fazer as mais bizarras atitudes? Em resumo como funciona o
hipnotismo à luz do Espiritismo?
O hipnotizador age como um Espírito obsessor que pudesse
materializar-se e exercer domínio diretamente naquele que lhe permite a
influência. Atua no campo fluídico, energético e psicológico do paciente,
através do consciente (no caso das obsessões a sugestão é feita no
inconsciente). Envolve o hipnotizado com suas energias magnéticas, submetendo-o
ao seu jugo. Freqüentemente o hipnotizador age secundado por Espíritos que se
divertem com suas traquinagens. Alguns profissionais tem usado a hipnose para
tratar de algumas tipos de anormalidades comportamentais, mas atuam nos efeitos,
sendo que a causa muitas vezes permanece inalterada. Nos casos de sugestão
hipnótica consciente, a ordem atravessa o consciente e instala-se no
inconsciente, embotando a vontade e a percepção. Atua no mesmo campo onde
acontecem os sonhos, sobre o qual, o hipnotizado não tem domínio. É aí que se
forma a ilusão de que se faz vítima. O indivíduo só é hipnotizado se tiver
afinidade energética com o hipnotizador e com os Espíritos que o assistem.
Li no livro "Os mensageiros" de André
Luiz, que antigamente era usado o método do 'sopro' para curar irmãos
encarnados. Hoje em dia não se utilizam mais esse método. Qual a sua opinião
sobre esse fato?
A técnica chamada "sopro" é de origem esotérica e
fundamenta-se na tese de que a respiração absorve um elemento vital chamado
pelos hindus de "prana". Seria o fluido vital do Espiritismo.
Pensa-se que o ato de soprar o ar (sem deixá-lo ir aos pulmões) sobre um
indivíduo poderia transmitir a ele essas energias. Sabemos pelos Espíritos
superiores e estudos feitos por Allan Kardec, que o fluido vital é transmitido
diretamente pela imposição das mãos. Portanto, não vemos motivo para usar o
método. E, não se pode esquecer que ele não tem qualquer base doutrinária.
Qual é a atitude do espírita perante as pessoas que
concordam com seus princípios mas gostam de freqüentar igrejas ou outros locais
de culto?
Aqui temos que separar as coisas. Há pessoas que concordam
com os princípios da Doutrina Espírita, mas têm suas crenças ou religiões, não
se dispondo a abandoná-las. Há outras que freqüentam as casas espíritas
regularmente, são simpatizantes do Espiritismo, mas permanecem também
freqüentando igrejas, e abraçando suas crenças de origem. Há aquelas que se
dizem espíritas, estão no trabalho espírita há anos, mas permanecem atreladas ao
atavismo das antigas religiões e ainda atendem a ritos e dogmas, como acender
velas, batizar filhos, encomendar missa de sétimo dia para entes queridos etc.
E há os espíritas verdadeiros, aqueles que abraçam o ideal por compreenderem
verdadeiramente a que se destina. Esses, segundo Allan Kardec, são reconhecidos
por lutar constantemente para vencer suas más inclinações, com sinceridade e
desejo ardente de aprimoramento. A posição do Espiritismo e do espírita é a de
respeitar cada um, dentro de suas limitações, entendendo que todos vivem
experiências que servirão, de uma forma ou de outra, para seu aprendizado como
Espírito imortal. Não esquecendo, entretanto, de se esclarecer pontos de vistas
para se fazer a luz nas consciências ainda dominadas pela ignorância das
verdades eternas.
Antes de dormir podemos pedir aos Espíritos
instruções a respeito de alguma decisão que eu tenhamos que tomar?
Quando dormimos, nosso Espírito desprende-se do corpo e vai
viver experiências no mundo espiritual, dependendo de sua evolução e
tendências. Freqüentemente nossos amigos do invisível nos instruem sobre
questões importantes de nossas vidas, mas nem sempre lembramos, pois assim
seria anular o livre arbítrio do ser. Tudo fica no campo da intuição, que
podemos aproveitar ou não.
Sendo Alan Kardec o maior expoente da Codificação,
gostaria de saber se após estes mais quase 150 anos ele já se comunicou com
algum médium e se há psicografias que se possa examinar.
Não há notícias confiáveis de que Allan Kardec tenha se
comunicado até hoje. As poucas comunicações que trazem o nome do Codificador
são provavelmente apócrifas, pois nada tem do pensamento lógico, racional e
lúcido do Mestre. Pelo contrário, são a antítese de sua linha de raciocínio.
Como a única forma de se reconhecer um Espírito é pelos seus escritos, é fácil
identificar as mistificações que vieram com seu nome. Além do mais, os grandes
missionários não se comunicam com a freqüência que se imagina e quando o fazem
quase nunca assinam seus nomes.
Explique-nos, por favor, o significado das campanhas
do quilo que são feitas pelos espíritas? De onde se originou esta idéia?
s campanhas do quilo, chamadas "Auta de Souza",
em homenagem a uma poetisa desencarnada no início do século e que dizem ser a
mentora espiritual do trabalho, foram criadas por um grupo de caravaneiros
espíritas na década de 50, com o objetivo de angariar recursos para as famílias
pobres assistidas por eles. São frentes de trabalho existentes em casas
espíritas do país inteiro, que se resumem em pedir, de porta em porta, gêneros
alimentícios que possam amenizar a fome de irmãos mais necessitados. Junto a
isso, se aproveita para levar mensagens de divulgação da Doutrina Espírita ao
povo, que ajuda com as doações. As campanhas de arrecadação de alimentos são
criticadas por algumas pessoas que entendem ser esta uma atividade menor dentro
da casa espírita. Entretanto, além de dar uma ajuda substancial aos irmãos em
estado de pobreza material, trata-se de excelente meio de exercício da
humildade. Compreende-se que deve ser prática bem difícil para os que se acham
importantes por terem alcançado espaço nos meios científicos ou acadêmicos do
mundo, pois geralmente é de onde vêem as críticas mais acerbas. Aos que têm
dúvidas se este é um trabalho de caridade ou não, aconselhamos a aplicar o
segundo maior mandamento da Lei: "amar ao próximo como a ti mesmo".
Ou então, meditar sobre a Parábola do Samaritano, em Mateus 10 - 30 a 37.
Qual a opinião da Doutrina Espírita sobre os métodos
de reprodução assistida como "bebê de proveta " e outros?
A Doutrina Espírita auxilia o homem na compreensão dos
mecanismos da vida e nisto está implícito a necessidade do progresso em todos
os sentidos. A ciência terrena é área onde o homem exerce suas potencialidades
evolutivas, seja no que diz respeito a novas descobertas, seja na constatação
de sua impotência diante da Criação. Os avanços científicos em todas áreas
servem de alavanca para o aprimoramento da humanidade e em tudo está a
Sabedoria Divina, que vê com naturalidade as tentativas do homem em busca de si
mesmo e seus esforços de melhorias.
Todas as investidas ousadas do homem no campo da ciência
está sob o controle da ordem universal, embora os cientistas não acreditem
nisso. Enquanto não subverter o equilíbrio do orbe serão consentidos por Deus,
que é a inteligência suprema que a tudo rege e provê. Os bebês de proveta são
uma realidade e uma conquista do homem nesse campo, resolvendo problemas de
muitos casais sem filhos. Entretanto, ultimamente têm assumido uma feição
preocupante, pois proporciona gestações múltiplas, muitas vezes inviáveis do
ponto de vista da vitalidade do feto, gerando a necessidade de sacrificar
alguns deles. Isso, em uma sociedade materialista nada representa, mas para os
que já compreendem a realidade da imortalidade do Espírito, certamente geram
situações dolorosas de luta íntima e evidentemente conseqüências futuras.
Outro aspecto que preocupa é o da existência de bancos de
sêmem, que fornecem espermatozóides de homens desconhecidos, para fertilizarem
óvulos de mulheres que desejam ter a chamada "produção independente de
filhos". Evidentemente, trata-se de uma questão de graves conseqüências,
quando se considera a moral cristã e os interesses da família como célula
estruturadora do equilíbrio do homem.
O embrião congelado possui Espírito?
Não possui. Ali está apenas a matéria com seu princípio
vital. Quando o embrião é designado para a fertilização "in vivo",
então se dará a ligação espiritual, como se naquele momento estivesse
acontecendo a fecundação. A matéria, nesse caso, poderá reproduzir matéria
orgânica sem que necessariamente haja Espírito ligado a ela.
Como a Doutrina Espírita vê a doação de órgãos?
A Doutrina Espírita não deu opinião sobre o assunto, pois
na época da Codificação ainda não havia o transplante de órgãos. O que se sabe
dos Espíritos superiores é que o corpo é apenas um instrumento para o progresso
do Espírito imortal quando ele está na carne. Depois do desencarne, não há
nenhuma razão para pensar no corpo carnal que voltará a integrar-se na natureza
pela decomposição. Porém, é preciso entender que em alguns casos onde ocorre o
desencarne de pessoas excessivamente apegadas ao corpo ou à vida, pode haver a
necessidade do Espírito assistir o período de seu velório. Nessas situações (que
normalmente são expiações) o transplante ou a cremação de corpos poderão causar
uma perturbação momentânea no desencarnado, por ele não compreender a razão de
seu corpo ter algumas partes retiradas ou o motivo pelo qual foi queimado. Tudo
isso, no entanto, acontece com a permissão de Deus e, infelizmente, por causa
do pouco entendimento das pessoas a respeito do que seja a imortalidade da alma
e as conseqüências de um excessivo apego à matéria.
Existe vida fora da Terra?
"Há muitas moradas na casa de Meu Pai", disse
Jesus no Evangelho de João, 14: 1 a 3, e assim é. Deus não criaria o Universo
para povoar somente um pequeno e atrasado planeta que é a Terra. Há mundos
habitados em vários graus de evolução e, segundo os Espíritos Superiores, a
Terra está em segundo lugar na categoria dos mundos, que varia de mundos
primitivos até mundos divinos, sendo nosso planeta um mundo de provas e
expiações.
Que tem o mundo espiritual a dizer sobre os seres
extraterrestres? Eles existem?
Um dos princípios da Doutrina Espírita é a pluralidade dos
mundos, portanto nada mais natural que existam seres extraterrestres. Mas é
preciso tratar do assunto com certa reserva. A vida se manifesta por princípios
lógicos e racionais. As leis orgânicas observadas na Terra são as mesmas em
qualquer lugar do Universo. Portanto, não há razão para se acreditar em seres
constituídos por outra matéria diferente daquela que encontramos no nosso
pequeno mundo. A Criação é a mesma em qualquer quadrante que estiver o
observador, assim como o mar é o mesmo em todos os pontos onde for examinado.
Pode-se supor, no entanto, que futuramente teremos contatos com seres humanos
de outros mundos, de feições mais delicadas que as nossas, mas nunca os
"monstrinhos" que a imaginação fértil dos produtores de filmes tem
apresentado à humanidade. Também não dá para se admitir que aconteçam
"guerras nas estrelas". As civilizações mais adiantadas
tecnologicamente e que viajam pelo Universo, são moralmente elevadas e não
possuem armas bélicas. Guerra é um procedimento de planetas primários como o
nosso. Se os extraterrenos estiveram na Terra em algum período, não se sabe.
Supõem-se que sim. Se vão estar no futuro, também não se tem certeza. Se estão
entre nós, devem ter motivos para se manter em silêncio. Mas o assunto ainda
está em aberto para ser estudado por quem se interessa por ele. De concreto,
ainda não se viu nada que convença qualquer uma destas hipóteses.
O Espiritismo acredita que, no futuro o homem poderá
viajar no tempo? É possível que um Espírito que viveu no século XX reencarne em
um século anterior? O que o mundo espiritual nos fala dessa relação
espaço-tempo?
O fundamento das encarnações é o progresso do Espírito como
ser imortal. Só existe o presente. O passado é o passado e não existe mais, a
não ser na memória da criatura que viveu a experiência. Serve apenas como
aprendizado para o Espírito, pois permanece gravado em seu patrimônio
espiritual. O mundo material também progride, juntamente com o progresso de
seus habitantes. O que ontem era novidade, hoje não é mais. Portanto, o século
passado, como o próprio nome diz, passou. Não ocupa lugar algum do passado como
costumamos ver nos filmes de ficção. Tudo é dinamismo na natureza e as mudanças
são necessárias para o aperfeiçoamento das duas grandezas da criação: a matéria
e o Espírito.
Na visão espírita, o que realmente significam os
sonhos? Mensagens ou avisos dos desencarnados?
Os sonhos são experiências que o Espírito tem no mundo espiritual, quando se desprende do corpo, no momento do sono. Nem sempre são boas por conta do atraso do mundo e das pessoas que nele vivem (nós). Dificilmente nos lembramos dos fatos com clareza. A maioria das lembranças são fantasias da mente das pessoas que sonham.
Os sonhos são experiências que o Espírito tem no mundo espiritual, quando se desprende do corpo, no momento do sono. Nem sempre são boas por conta do atraso do mundo e das pessoas que nele vivem (nós). Dificilmente nos lembramos dos fatos com clareza. A maioria das lembranças são fantasias da mente das pessoas que sonham.
Os embriões congelados já não constituem uma vida? E
assim sendo, ali já não habita um ser espiritual?
Os embriões congelados constituem vida orgânica, mas não
vida espiritual, pois o Espírito só estará ligado a ele quando tiver
possibilidade concreta de vir a ser implantando, pois de que adianta ligar-se a
um "corpo" que não dará seqüência em seu crescimento? Lembre-se de
que a encarnação se dá gradativamente, à medida que a gravidez avança e só se
completa no momento do nascimento. Sugerimos a leitura dos itens 330 a 360 de O
Livro dos Espíritos para melhor compreensão do assunto. Nesse capítulo tem toda
a explicação de como isso se dá.
Com relação a uma jovem que desencarna com 29 anos,
assassinada por assaltantes, pergunto: Ela teria algo a expiar neste sentido ou
é somente conseqüência da maldade que ainda existe na Terra e ela acabou sendo
uma vítima?
Não há como se saber com certeza a verdade dos fatos
relatados, mas a Doutrina dos Espíritos nos ensina que em todas as
circunstâncias a lei (de causa e efeito) está agindo. Neste caso, como foi em
conseqüência de assalto, provavelmente ela (que nada tinha a ver com o
assaltante) saldou um débito com a Lei. Claro que foi em conseqüência da
maldade humana, pois ninguém vem ao mundo para morrer assassinado dessa forma.
Mas Jesus disse que era necessário que o escândalo viesse, mas ai daquele por
quem o escândalo se desse. O escândalo é o mal. Ou seja, neste mundo de atraso,
onde o mal existe e predomina, freqüentemente as situações de dor são
ocasionadas pela maldade humana como esse caso e tantos outros semelhantes, sem
deixar de considerar as necessidade do próprio Espírito envolvido, sanando seus
débitos do passado. Em todas as circunstâncias devemos analisar os fatos de
maneira racional. Se, por exemplo, são situações decorrentes da imprudência e
da falta de moralidade das criaturas, nem sempre está ali a necessidade, mas a
conseqüência do livro arbítrio da criatura. É o caso dos assassinatos em brigas
de rua, entre pessoas de má índole etc., ou nos casos de morte no trânsito por
imprudência etc. Nem sempre é resgate, mas sim uma precipitação por parte do
Espírito e uma antecipação de seu retorno.
Se essa pessoa estivesse na prática da caridade, ela
evitaria a sua própria morte prematuramente?
A prática efetiva da verdadeira caridade (em seus aspectos
morais), conduz o homem no caminho do Bem. Andando por ele, certamente uma
pessoa desencarnará no período previsto pela Espiritualidade, quando de seu
regresso à verdadeira pátria do Espírito. Se por razões espirituais, tiver que
passar uma situação de perder sua vida, agredida por uma assaltante, ninguém
poderá livrá-la desse destino, pois ele foi criado por ações do passado. No
entanto, deve-se levar em conta que em todas as provas, a prática dos
princípios morais do Evangelho atenua o sofrimento e a necessidade.
Os amuletos tem algum poder sobre os Espíritos?
Os amuletos só impressionam os Espíritos de pouco
entendimento. Os superiores não se ocupam de ritos ou superstições, pois a
preocupação é com o lado essencial do ser, ou seja sua iluminação interior.
Pode-se consultar cartomantes e videntes?
Pode, mas não se deve, pois corre-se grande risco de
receber “orientação” de um Espírito atrasado. Afinal os Espíritos mais
adiantados não se prestam a esse tipo de atividade.
Os animais
Os animais tem alma? Existem animais no mundo
espiritual?
Os animais possuem um princípio inteligente, diferente
daquele que anima o homem. Mas não pensam, nem possuem o livre arbítrio, apenas
instinto. Quando desencarnam, o princípio espiritual que o animou é
reaproveitado em outro animal que vai nascer, quase que imediatamente, não
existindo, portanto, animais no mundo espiritual, como comumente se lê em obras
psicografadas.
Espíritos de animais, plantas e outras formas de
vida, podem um dia chegar a condição de Espíritos humanos? No caso da resposta
ser negativa, não seria uma forma de desigualdade Divina?
Também gostaria de saber sobre os objetos materiais.
Nunca evoluirão?
Tudo se encadeia na natureza e Deus não seria injusto
impondo uma condição de inferioridade a determinadas formas espirituais. Os
Espíritos superiores ensinam que a Criação se fundamenta em três princípios:
Deus, Espírito e Matéria. A matéria é o meio onde o Espírito encontra condições
para atingir a perfeição através das muitas encarnações. Todos os seres vivos são
constituídos por um princípio espiritual que os animam. Este princípio
espiritual um dia será um ser inteligente, dotado de vida moral e destinado a
atingir o estado de angelitude. Quanto à matéria propriamente dita, ela também
está sujeita ao processo de evolução conforme nos ensina a ciência terrena.
Basta ver a situação física do planeta hoje e compará-lo ao que era há milhões
de anos atrás. Mas é preciso considerar que o elemento material é apenas o
instrumento de progresso do Espírito. Não se pode confundir nenhum desses
princípios que são absolutamente distintos.
Nos livros de André Luiz, psicografados por Chico
Xavier, como também os livros da médium Ivone A. Pereira "Memórias de um
Suicida", falam a respeito de animais que ajudam no plano espiritual. Onde
está na Codificação de Allan Kardec o ponto ou resposta que diz não existirem
animais no plano espiritual?
A resposta à sua pergunta está no Livro dos Médiuns,
pergunta 283, sobre Evocações de animais, onde o Espírito de Verdade afirma
textualmente que "no mundo dos Espíritos não há Espíritos errantes de
animais, mas somente Espíritos humanos". Questionado por Allan Kardec
sobre o fato de certas pessoas terem evocado animais e recebido respostas, ele
responde: "Evoque um rochedo e ele responderá. Há sempre uma multidão de
Espíritos prontos a falar sobre tudo." Ainda encontrará precioso
ensinamento sobre o assunto também no Livro dos Médiuns, questão 236, onde
Erasto discorre sobre a suposta mediunidade dos animais e nos dá a clareza dos
fatos. Busque também no Livro dos Espíritos, questão 600, onde os Espíritos
Superiores deixam claro que o princípio que dá vida ao animal é utilizado quase
que imediatamente para novas experiências na matéria, não sendo Espírito
errante e não se pondo, obviamente, em relação com outras criaturas. Daí se
conclui que as obras que divulgaram essas teorias estão em patente contradição
com a Doutrina codificada por Allan Kardec.
Se os animais quase não existem do outro lado, se
não têm alma e sim um princípio inteligente, se o princípio inteligente é
reaproveitado em outro animal, como eles evoluem? Como se individualizam? Não
se reconhecem instintos individuais?
Jamais se afirmou que o animal não tem alma. Se têm um
princípio inteligente tem algo mais que a matéria e isso é a alma ou o
Espírito. O Espírito dos animais são reaproveitados geralmente na mesma
espécie, pois a natureza não dá saltos. Só depois de muitas encarnações numa
mesma espécie o Espírito que anima o animal muda para uma outra espécie. São
focos de inteligência já individualizados, embora mantenham-se cativos de um
Espírito grupo, caracterizado pela própria espécie no mundo invisível. Os
instintos fazem parte da individualidade, portanto os animais são
individualidades também. Em cada espécie ele assimila determinadas
características do futuro ser pensante. Necessário entender, porém, que o
Espírito não precisa passar por todas as espécies existentes, para chegar à
condição de ser humano.
Se o sofrimento com certas doenças significa às
vezes problemas relacionados com vidas passadas, porque então alguns animais
passam pelos mesmos problemas se eles não possuem Espírito?
Os animais possuem um princípio inteligente, portanto
possuem Espírito, porém, numa fase evolutiva anterior à do homem. Quando ficam
doentes, não sofrem no sentido em que normalmente se entende o sofrimento. No
homem, o sofrimento funciona como um depurador de suas imperfeições,
estimulando seu desenvolvimento moral. O animal não tem vida moral e por isso
suas dores são apenas físicas. Claro, todas essas impressões positivas e
negativas fazem parte das experiências que se acumulam para edificar o futuro
ser pensante. Certamente não se está afirmando que o animal (a espécie física)
de hoje será o homem de amanhã. Não. O Espírito que o anima, sim. Viaja nos
caminhos da evolução em busca do reino dos seres que pensam.
Se obras psicografadas como as de André Luiz, entram
em contradição com as obras de Allan Kardec, por exemplo, quanto à existência
ou não de animais no mundo espiritual, que segurança temos da validade dessas
obras? Será que toda essa literatura espírita sobre a vida no mundo espiritual
(André Luiz, Luís Sérgio e outros) é um logro? Não sabemos mais do que no
século XIX?
Não afirmou-se que as obras desses autores é logro. Mas
existem algumas contradições com os ensinos dos Espíritos superiores. Por isso
deve-se estudar e estudar muito. É a única forma de sabermos distinguir a
verdade da impostura. A psicografia de Chico Xavier é de grande credibilidade,
mas não incontestável, pois ele não é perfeito. Não devemos acreditar cegamente
no que os Espíritos dizem sem um exame racional. É isso o que nos ensina Allan
Kardec. Isso, no entanto, não invalida sua obra nem de outros médiuns idôneos.
A gente só precisa saber o que é certo, para aproveitar o que é útil. Como diz
Paulo de Tarso: analisa tudo, retenha o que é bom. Os Espíritos que se
aborrecem quando são questionados são de natureza atrasada, segundo o
ensinamento do Espírito de Verdade. Se tivermos que rever algum ponto onde se
tenha dado uma interpretação errônea das idéias da Codificação o faremos sem o
menor constrangimento, desde que seja para o restabelecimento da verdade que
emana dos ensinamentos dos Espíritos superiores.
Nota: Veja a mensagem dos
Espíritos sobre o assunto, recebida no Grupo Espírita Bezerra de Menezes e
Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec.
O sacrifício de animais para acabar com o sofrimento
de uma doença incurável ou para controle populacional é certo? Como o
Espiritismo vê esta questão?
O sacrifício de animais é visto com naturalidade pela
Doutrina Espírita, tendo em vista a natureza evolutiva do nosso planeta que
abriga seres que ainda necessitam sacrificar animais para satisfazer suas
necessidades básicas de nutrição, por exemplo. Tendo o sacrifício dos animais
um fim útil, não sendo para satisfazer desejos insanos (como, por exemplo, as
brigas de galo, os clubes de caça etc.), não pode se configurar em delito.
Certamente que o julgamento da necessidade ou não do ato deve ser baseado nas
leis vigentes estabelecidas, caso contrário o mundo entraria em colapso por
desequilíbrio do ecossistema.
Como podemos considerar a eutanásia nos animais?
Sendo atribuído aos animais um princípio espiritual, que após a sua morte são
utilizados quase que imediatamente, e não uma alma propriamente dita. Seria
permitida então a eutanásia, em animais, em casos terminais?
A eutanásia nos animais não pode ser analisada da mesma
forma como nos homens. O sacrifício de animais é visto com naturalidade pela
Doutrina Espírita, tendo em vista a natureza evolutiva do nosso planeta que
abriga seres que ainda necessitam sacrificar animais para satisfazer suas
necessidades básicas de nutrição, por exemplo. Tendo o sacrifício dos animais
um fim útil, não sendo para satisfazer desejos insanos (como, por exemplo, as
brigas de galo, os clubes de caça etc.), não pode se configurar em delito.
Certamente que o julgamento da necessidade ou não do ato deve ser baseado nas leis
vigentes estabelecidas, caso contrário o mundo entraria em colapso por
desequilíbrio do ecossistema. A eutanásia segue o mesmo raciocínio, pois o
sacrifício geralmente é para livrar o animal de um grande sofrimento.
Quando ficam doentes, os animais não sofrem no sentido em
que normalmente se entende o sofrimento. No homem, o sofrimento funciona como
um depurador de suas imperfeições, estimulando seu desenvolvimento moral. O
animal não tem vida moral e por isso suas dores são apenas físicas. Claro, todas
essas impressões positivas e negativas fazem parte das experiências que se
acumulam para edificar o futuro ser pensante. Portanto, o sacrifício dos
animais em fase terminal de doença não constitui uma infração à lei. Mas se
esse ato, trouxer dor e remorso para quem o faz ou o autoriza, melhor não
praticar e esperar a morte naturalmente.
Após a morte dos animais a alma irá habitar que
plano? A morada dos Espíritos? Eles continuarão a ser os mesmos? A alma dos
animais voltará ao todo? Seu dono quando desencarnar poderá vê-lo?
A vida dos animais não tem a mesma relevância que a vida
dos homens. Eles não têm a compreensão das leis, portanto não estão sujeitos a
ela com a mesma intensidade e responsabilidade dos homens. Quando morrem vão
para os planos espirituais também, mas não para aprender, como fazem os homens,
mas para uma breve parada, digamos assim, aguardando que seu princípio
espiritual seja quase que imediatamente aproveitado em outros corpos de
animais. O instinto de afeto que desenvolvem com seus donos é explicado pelo
amor que recebem deles (dos donos) que faz com que neles se desenvolva um
instinto, mas que não é um sentimento desenvolvido como nos homens. Basta ver
que quando se separam de seus donos rapidamente esquecem seus
"afetos" e se acostumam com outro. Se olharem novamente os antigos
donos poderão ser estimulados neurologicamente e lembrar da antiga vida, mas
isso nada tem a ver com laços verdadeiros de afeto existente entre os homens.
As pessoas que se ligam exageradamente a animais geralmente tem grande
dificuldade nas relações interpessoais. Os animais não se encontram na vida
espiritual com seus donos, principalmente porque não se demoram por lá. O local
onde estão é no plano espiritual mais próximo da Terra, nas colônias
transitórias. Nos planos superiores da vida não se vê animais.
Por que se verifica entre os animais domésticos, uma
variada diferença de sorte? Uns vivem na opulência e outros vagam pelas ruas em
estado de miséria. Há algum tipo de débito reencarnatório?
Os animais se encontram numa fase primitiva da evolução.
Possuem rudimentos da inteligência, mas não pensam. Como não possuem
consciência de si mesmos, não estão sujeitos ao processo expiatório. A situação
de abandono em que vivem alguns animais domésticos é reflexo da inferioridade
moral das espécie humana. Dentre outras coisas, seria mais justo que o homem
cuidasse melhor deles. Se observarmos os animais na natureza, longe dos lugares
onde vivem os humanos, veremos que todos são tratados por Deus da mesma forma.
Cada um deles vive a experiência orgânica de que necessita naquele estágio,
tendo em vista caminharem para um grau mais elevado na hierarquia do Espírito.
Recomendamos o estudo das questões 592 e 610 de O Livro dos Espíritos.
Evocações a
respeito de Espíritos de animais
Recebidas no Grupo Espírita Bezerra de Menezes e Sociedade
de Estudos Espíritas Allan Kardec
Evocação nº 01
Espírito: São Luís
Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec
Data: 30.03.99
Pergunta:
Existem animais na erraticidade?
"Analisemos a questão. Sabeis através dos estudos
realizados e dos ensinamentos deixados pelas Entidades Superiores que
trabalharam no advento do Consolador, que as almas dos animais não têm
utilidade e nem razão de ser no mundo espiritual mais elevado. Entretanto, nas
colônias transitórias próximos ao vosso orbe eles são encontrados e têm a
utilidade parecida com a encontrada na Terra. Razão pela qual encontram-se
relatos de cantos de pássaros, bem como de latidos de cães e caravanas de
animais que a vós vos parece tão familiar. Certamente que tudo regido pelas
leis de Deus e vontade dos Espíritos que trabalham em Seu nome.
Sabeis que as colônias transitórias são como uma projeção
mais bem elaborada de vossa morada terrena e tudo o que nela existe tem alguma
correlação também alhures, inclusive nos planos astrais mais inferiores.
Entendei, porém, que tudo se dá em outra dimensão. Não têm, portanto, a mesma
importância que se dá aos eventos da carne. Deveis compreender que a
Codificação foi elaborada visando moradas mais elevadas onde não mais existem
ambientes materializados como se encontram nas colônias e mundos semelhantes.
Moradas, onde os Espíritos já atingiram um grau superior de adiantamento moral.
É a esta situação que as obras primeiras se referem. Foi a esse respeito que o
Espírito de Verdade deixou instrução.
Vosso pouco conhecimento vos torna embotados ao ensino mais
profundo do que é a Verdade. Buscai na humildade e na sinceridade a chave para
adentrar num campo mais afortunado do aprendizado e vereis que conheceis muito
mais do que pensais, pois os Espíritos do Senhor buscam aqueles que, de
boa-vontade e de coração aberto, têm a sede sincera do saber" – São
Luís.
Evocação nº 02
Espírito: Erasto
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
São José do Rio Preto, SP
Data: 02.04.99
Evocação
de um Espírito instrutor para falar sobre os Espíritos de animais
- Aqui
estou para auxiliardes dentro dos meus conhecimentos sobre o tema
pretendido.
Poderíeis
nos esclarecer se os animais possuem erraticidade e se mantêm suas individualidades?
- Sim, eles
possuem certa erraticidade, pois suas individualidades são mantidas após a
morte do corpo físico. Porém, é necessário compreenderdes que não se pode
considerar seu estado como aquele que passam os Espíritos dos homens. São
duas condições diferentes. Numa, o Espírito tem inteligência e vida moral.
Noutra, apenas os rudimentos da inteligência e completa inconsciência de
si mesmos. Os primeiros aguardam a reencarnação para expiar o passado
delituoso. Os segundos, apenas um novo corpo para seguirem
desenvolvendo-se no processo que lhes é próprio.
Poderíeis
nos explicar melhor esta diferença?
- Um deles,
o Espírito do homem, encontra-se em determinada região do plano espiritual
devido a sua condição moral, que determina a posição na hierarquia espiritual.
O outro, o espírito do animal, é projetado após o desencarne em regiões
apropriadas ao seu grau de evolução. Como não possuem as mesmas condições
mentais, ou seja, de estrutura psicológica, não podem ocupar a mesma
situação no mundo dos Espíritos.
Mas, o
mundo espiritual não é semelhante ao mundo terreno?
- Depende
do que se entende pela palavra "semelhante". Determinadas
regiões astrais são muito parecidas com a superfície terrena e elas
freqüentemente abrigam Espíritos de homens e de animais. Mas não na mesma
faixa vibratória. Quando encarnados, eles vivem na mesma dimensão devido o
aprisionamento que o corpo lhes proporciona, mas, uma vez libertos da
matéria, cada um é atraído para as regiões que lhes são próprias. Não
deveis fazer confusão entre esses dois estados. Quando desencarnados, não
vereis a Jesus, pois entre vós e Ele há uma diferença vibratória
considerável, determinada pela alta condição moral e intelectual do seu
Espírito. Os animais estão para os Espíritos dos homens, assim como os homens
vulgares estão para o espírito do Senhor. Pensai e entendereis.
Mas os
Espíritos de animais podem ser vistos em regiões denominadas colônias
espirituais?
- Sim, eles
podem ser vistos em ambientes que se delimitam com as regiões astrais onde
suas almas estacionam, numa espécie de erraticidade, aguardando serem
conduzidos por Benfeitores dedicados à tarefa de os transportar à
experiência carnal.
Mas, já
se ouviu dizer que alguns Espíritos de animais são utilizados em caravanas
socorristas feitas em regiões umbralinas.
Isso é verdade?
- Sim,
esses Espíritos de animais podem ser guiados por entidades esclarecidas de
modo a procederem de determinada maneira. Mas sua ação no plano invisível
limita-se a certas faixas vibratórias e à vontade desses Espíritos que
lhes impõem o desejo à vontade.
Eles
sabem que estão fazendo um serviço junto a outros Espíritos?
- Como vos
foi dito. Animais são sempre animais. Não possuem consciência de que agem
por vontade de Entidades superiores.
Mas, sem
a ação dessa vontade superior, como ficaria o Espírito desses animais?
- Estacionados
nas faixas que lhes são inerentes, aguardando seu renascimento na matéria;
um tempo que poderá ser mais ou menos longo, conforme o plano dos
Espíritos diretores do orbe.
Tem-se
ouvido falar que em regiões trevosas Espíritos de animais ferozes e de
aparência horripilantes, aparecem a visitantes que "viajam" a essas
regiões. Como pode ser isso? Esses Espíritos são verdadeiros?
- Pensais e
encontrareis a resposta facilmente. Como determinar se o Espírito de um animal
é bom ou mal, se ele não tem vida moral? Qual lei determinaria sua
situação no plano invisível, se ele não pensa ou se conduz por atos
morais? Assim, podeis compreender que tais formas horrendas, que
atormentam almas ou Espíritos que vão a estas regiões são, em verdade,
Espíritos maus transfigurados, ou projeções mentais provocadas por eles.
Já afirmamos e repetimos: As formas espirituais que animam os animais e as
plantas, possuem cada uma, as faixas vibratórias das "regiões
espirituais" que lhes são apropriadas. Nos mundos transitórios,
"as colônias", só são observadas tais formas caso esses
ambientes estejam em relação direta com essas faixas. De outro modo,
plantas ou animais que ali são vistos são produtos da projeções mentais de
Espíritos superiores que cuidam de administrar esses lugares reservados a
desencarnados a caminho da luz.
Os
Espíritos afirmaram na Codificação que as formas espirituais que animam os
animais são utilizadas quase que imediatamente para novas reencarnações. Que
tendes a dizer a respeito?
- Afirmo-vos
que as coisas não se passam tão rapidamente como imaginam. Considerai que
o tempo entre o plano material e espiritual possui significativa
diferença. Já não foi dito que um ano para Deus é mil anos para os homens?
Pensais e obtereis a resposta.
Outras perguntas
Porque os livros de Ramatis não são estudados com
aprofundamento nos centros espíritas?
Os livros de Ramatis sofreram influência do esoterismo,
pois o médium Hercílio Maes, que os psicografou nunca foi espírita. Não vemos motivo
para que sejam estudados nas casas espíritas, uma vez que conceitos exarados
dessas obras, muitas vezes são contraditórios com os ensinos da Doutrina
Espírita.
Porque vocês evocam Espíritos se os livros
psicografados instruem para não fazê-lo?
O conselho para evitar as evocações dos Espíritos foi dado
pelo espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier e foi assimilado
pelo movimento espírita como uma verdade. Entretanto, Allan Kardec ensina
exatamente o contrário. Dedicou todo o capítulo 25 de O Livro dos Médiuns para
este tema, instruindo em como fazê-lo com segurança.
Qual a importância da Bíblia?
A Bíblia é o livro que mais influência exerceu e exerce em
toda a história da Humanidade. Contém a Mensagem Divina, trazida por Jesus para
libertar o homem da situação de ignorância espiritual em que vive, além da
evolução do pensamento divino e o plano do Criador para suas criaturas. Deveria
ser examinado com respeito e interesse de aprendizado, mas é visto com
preconceito pela maioria dos espíritas, pela pouca compreensão dos reais
objetivos da Doutrina Espírita.
Temos uma reunião de desobsessão para resolvermos
problemas da casa, dos trabalhadores e dos pacientes. É prudente separar as
reuniões em dias específicos só para trabalhadores?
As reuniões de desobsessão têm um objetivo só e todos que
precisam dela são necessitados de ajuda, quer sejam trabalhadores ou não. O
trabalhador que entra em tratamento, o faz como qualquer paciente e as reuniões
são realizadas do mesmo jeito, no mesmo horário, sem que haja necessidade de se
ter um dia apenas para atender trabalhadores. Convém recordar aqui que as
reuniões de desobsessão são privativas e não devem ter a presença de
trabalhadores ou mesmo pacientes obsediados.
Temos uma equipe médica espiritual que em uma sala
específica e incorporados atendem aos pacientes com problemas físicos. Em outra
sala ou na mesma do atendimento anterior, os pacientes que apresentam problemas
obsessivos são orientados a freqüentarem as reuniões de desobsessão, por mais
tempo até que obtenham melhora. Algum inconveniente nisso?
Em dias de reunião de desobsessão ou da lida com a
mediunidade não deve haver público, nem mesmo trabalhadores perturbados. Os
pacientes não devem participar das sessões, mas apenas da reunião de explanação
do Evangelho, em dia específico, que não seja o dia da desobsessão.
- Não há necessidade dos médiuns atenderem os pacientes,
"incorporados". Esse é um procedimento inadequado e estimula a
fantasia nas pessoas atendidas e a vaidade nos médiuns menos vigilantes. É um
procedimento que tem origem na Umbanda e foi trazido para as práticas espíritas
por quem não tinha conhecimento das orientações de Allan Kardec sobre a
mediunidade. Deve ser abolido nas casas espíritas sérias e assistidas por
Espíritos superiores. Os passes (comum, desobsessão e cura) devem ser dados de
forma simples, por passistas, e mesmo que sejam médiuns ostensivos, não
precisam “incorporar”.
Temos uma sala, onde ficam os médiuns de
passividade, médiuns de sustentação e doutrinadores para atendimento às pessoas
com seus problemas obsessivos. Algum inconveniente?
A reunião de desobsessão deve ser feita em dia específico
só para esse fim, sem que os pacientes assistam. É uma reunião reservada, e só
as pessoas idôneas e que tenham conhecimento da mediunidade, segundo as
instruções de O Livros dos Médiuns, podem participar. “Médiuns de sustentação”
é um termo impróprio que Allan Kardec não considera. Os médiuns devem trabalhar
no intercâmbio ou nos passes. O que sustenta o trabalho não são os fluidos
deste ou daquele médium, mas a força fluídica que decorre do equilíbrio,
harmonia e seriedade que existe entre os membros da equipe. Tal conceito é
retirado da literatura acessória, não é orientação kardequiana.
No salão público ficam os pacientes, ouvindo um dos
palestrantes onde se orienta a todos sobre os trabalhos, e estuda-se vários
temas à luz da Doutrina Espírita, com obras subsidiárias de Emmanuel e André
Luiz, além de algumas outras que venham a ser necessárias.
Nos estudos públicos deveriam ser feitas palestras sobre o
Evangelho Segundo o Espiritismo, complementadas com orientações de O Livro dos
Espíritos. As obras de Allan Kardec devem ser estudadas em dias apropriados
para esse fim, com grupos de pessoas que queiram se aprofundar no estudo da
Doutrina. A prioridade é a evangelização ou moralização do Espírito. O povo
sofredor, aquele que procura o centro por problemas de toda ordem, precisa das
lições moralizadoras do Evangelho de Jesus. Os livros da literatura acessória
deveriam ser lidos em outras oportunidades.
Em nosso trabalho, os médicos espirituais fornecem
remédios aos pacientes com problemas físicos e/ou àqueles que eles vejam a
necessidade de algum medicamento. Sendo esses em garrafas de 500ml com água
fluidificada. Orientados a tomarem este medicamento em jejum pela manhã e a
noite ao deitar-se.
Não se deve prescrever remédios em centros espíritas, mesmo
que sejam por orientação de Espíritos. A medicação utilizada deve ser apenas
através da fluidoterapia. Necessário fazer uma distinção entre a terapêutica
espiritual e a terrena. A água fluidificada que deve ser consumida do jeito que
a pessoa quiser, na hora que achar conveniente. Importante evitar fantasias em
torno desse simples procedimento. Não é aconselhável a prescrição de
medicamentos alopáticos, fitoterápicos ou homeopáticos nas atividades
espíritas.
Como proceder no passe em crianças? É bom ter um
horário só para atendê-las?
O passe em crianças em nada difere do passe ministrado aos
adultos. O procedimento é simples e deve ser feito após as reuniões públicas,
juntamente com todos.
Temos conhecimento do apoio da FEB ao Esperanto e,
ultimamente, do Conselho Espírita Internacional. Há instrução expressa desse
Conselho para divulgação e estudo do Esperanto entre os espíritas. No próximo
Congresso Internacional de Espiritismo o Esperanto (por determinação desse
Conselho) será a língua oficial. Há mensagem de Emmanuel, através de Chico
Xavier e de outros Espíritos, através de Divaldo Franco, recomendando o
Esperanto aos espíritas. Pelo exposto, gostaria de saber a razão pela qual este
site não dá nenhuma atenção ao Esperanto?
O Esperanto e sua finalidade no mundo é mais uma das
fantasias que faz do movimento espírita uma grande babel doutrinária. Não
concordamos com essa idéia, portanto não vemos razão em divulgá-la. Que queiram
estudar o Esperanto com uma língua a mais a ser incorporada ao patrimônio
intelectual do Espírito é um direito que assiste a todos, mas daí a dizer que
será a língua do futuro ou que é a linguagem dos Espíritos em torno do orbe,
vai uma distância muito grande. Esta é mais uma das opiniões perdidas entre os
espíritas que não encontram sustentação na racionalidade. Pretender que o
Esperanto seja a língua oficial de um congresso é o mesmo que voltar às fábulas
do catoliscismo da Idade Média, com o seu indispensável “latim”. Não é de
supreender-se que tal procedimento esteja em pauta, afinal, o movimento
espírita é produto do pensamento de Jean Baptiste Roustaing, com seu
catolicismo disfarçado de Espiritismo. A FEB divulga seus livros e espalha o
espírito dessa perniciosa doutrina entre os mais simples, que sequer sabem de
sua existência.
No estado de loucura quem está doente? O Espírito, o
corpo físico ou ambos?
Na loucura verdadeira, ambos estão enfermos, pois trata-se
de uma expiação para o Espírito em débito com a Lei de Deus. Importante
ressaltar que a loucura pode, em alguns casos, aparecer sem que o cérebro
físico esteja comprometido. É a loucura observada por Esquirol, onde o
organismo físico não apresentava avarias e que o Espiritismo veio explicar mais
tarde como loucura obsessiva, provocada por um Espírito desencarnado.
Porque o suicídio é um erro tão grave e sem perdão
se a pessoa só fere a si mesmo?
Não existe erro sem perdão. Todos estão sujeitos à Lei de
Causa e Efeito, pois Deus é justo e misericordioso. Quanto ao fato de que o
suicida só fere a si mesmo, diremos que em todos os danos que se causa aos
outros, o primeiro ferido é a própria pessoa. No suicídio, o ato pode se tornar
bem mais grave, porque a vida é uma oportunidade que se têm de crescimento e
apenas a Deus cabe decidir até quando se há de permanecer nela. Os suicidas
sofrem muito quando descobrem essa realidade, como sofrem todos os que praticam
qualquer ato contrário às leis de Deus. Sua gravidade depende unicamente da
intenção que ocasionou a falta.
Em minha cidade tem uma jovem que recebe um Espírito
de uma mulher que pede para ela desenhar, escrever música, poesia e tudo mais,
na casa dela, fora da casa espírita. Muitas pessoas estão estimulando e achando
bonito o procedimento, inclusive dirigentes de casas espíritas. Isso é correto?
A mediunidade praticada sem a segurança de uma casa
espírita idônea e sem a orientação devida é muito perigosa. Os Espíritos que se
envolvem com esse tipo de prática são brincalhões, enganadores e muitas vezes
fascinadores. Situações como essas são características de processos obsessivos
e só estimula quem desconhece completamente as orientações de Allan Kardec em O
Livro dos Médiuns, sobre a prática da mediunidade.
Tenho mediunidade e sinto necessidade de trabalhar,
portanto trabalho sozinho em casa. Há algum inconveniente nisso?
Os médiuns que trabalham sozinhos são muito mais sujeitos à
ação nefasta dos Espíritos enganadores. Não aconselhamos tal procedimento.
Ninguém pode trabalhar na mediunidade porque tem necessidade ou porque quer
praticar a caridade. Isso é um equívoco. A mediunidade é um dom que Deus dá ao
homem para servir à causa do Bem e, dessa forma, crescer em moralidade. A
prática da mediunidade sem orientação causa muitos prejuízos a que dela se
serve.
Qual a missão do Espírito na Terra?
A missão maior de todo Espírito encarnado na Terra é a de
trabalhar para sua evolução espiritual através da busca do conhecimento. Todas
as oportunidades que o homem tem na vida, trabalho, profissão, religião etc,
são ferramentas que deverão ser utilizadas para esse fim.
Qual a visão do Espiritismo sobre a epilepsia?
A epilepsia é uma doença neurológica, como qualquer outra
doença que pode afetar o organismo humano. Deve ser tratada com os
especialistas da medicina terrena. A terapêutica espírita poderá ajudar na
recuperação do equilíbrio físico do enfermo, se for ministrada adequadamente,
sem nunca dispensar a assistência médica. Muitas pessoas confundem as crises
epilépticas com sintomas obsessivos ou mediunidade a ser desenvolvida, o que é
um grave erro.
A epilepsia é obsessão?
Não. Epilepsia é uma coisa e obsessão é outra. A obsessão
pode, às vezes, se apresentar com os sintomas da epilepsia, e o epiléptico pode
ser portador de um processo obsessivo. Daí a confusão que muitas vezes é feita
entre uma coisa e outra. O conceito que existe no meio espírita de que os
epilépticos são médiuns que deveriam desenvolver suas mediunidades é
completamente errônea.
Sobre a polêmica dos livros de Roustaing, penso que
as Obras da Codificação são a pedra basilar da Doutrina Espírita, portanto
imprescindíveis. Mas acho também que a Federação Espírita Brasileira é uma
instituição séria e não merece as críticas feitas a ela. Porque não tentar o
entendimento?
O fato da Federação Espírita Brasileira ser uma instituição
séria não a isenta de ser criticada quando suas ações são contraditórias em
relação ao ideal kardequiano. Reconhece-se o valor do trabalho empreendido por
ela, mas também sua responsabilidade maior na grande confusão em que se tornou
o movimento espírita. Se tivesse seguido as instruções de Allan Kardec desde
sua formação, teria desenhado um outro desfecho para o pensamento espírita em
nosso país e não esse que se vê por aí, cheio de idolatria, fantasias e
vaidades.
A obra de Roustaing é falsa?
Não se trata de dizer se a obra de Roustaing é verdadeira
ou falsa. Ela é simplesmente contrária aos princípios espíritas, portando não
deve ser estudada e nem divulgada como uma obra espírita. O pensamento extraído
desses livros contaminou o movimento espírita, sob o aval da Casa Máter do
Espiritismo no Brasil. O resultado é a prática de um “Espiritismo católico”
feito à moda do Brasil, bem distante do que prescreveu Allan Kardec em sua
Constituição do Espiritismo.
Gostaria de obter informações sobre princípio vital?
O fluido universal é a matéria básica fundamental de todo o
Universo material, a matéria elementar primitiva que serve de ponto de partida
para a origem dos elementos físicos conhecidos. Este fluido universal preenche
todo o espaço existente entre os mundos. Tudo está envolvido por este fluido,
podendo-se dizer que o Universo vive imerso nele como peixes num aquário. A
matéria é uma das variações do fluido universal e existe em diversos estados na
natureza, variando infinitamente da ponderabilidade (solidez) à
imponderabilidade (eterização).O fluido vital é a modificação mais importante
do fluido universal. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta os
seres vivos. No capitulo IV de O Livro dos Espíritos, os instrutores explicam
que a mesma força (lei de atração) une os elementos orgânicos e os inorgânicos,
porém nos orgânicos é animalizada, ou seja, está unida ao fluido vital que lhe
dá a vida. Os seres inorgânicos não possuem vitalidade e são formados apenas
pela agregação da matéria.
Se o sonho é a libertação do Espírito em momento de
descanso do corpo físico, como se explica o fato de se sonhar com pessoas que
não estão dormindo naquele momento?
Durante o sono, que é o momento de descanso para o corpo
físico, o Espírito desliga-se parcialmente e normalmente é atraído para os
locais de sua afinidade. Alguns, porém, não conseguem sair das proximidades de
seu corpo em função de sua extrema ligação com a matéria. Com relação aos
sonhos, nem sempre são recordações das experiências do Espírito durante o sono.
A maioria deles são imagens gravadas no subconsciente relacionadas às
atividades do dia-a-dia que afloram durante o sono. São muitas vezes imagens
misturadas e sem conexão entre si, razão pela qual alguns sonhos são
incompreensíveis. Quando o indivíduo sonha com uma determinada pessoa, nem
sempre significa que a encontrou durante o repouso do corpo físico. Uma pequena
porcentagem apenas se refere a experiências reais do Espírito durante o sono.
Quando ocorre estas experiências, embora não haja a lembrança, as lições que
por ventura foram dadas ao Espírito neste momento, ficarão gravadas no seu
subconsciente e aflorarão no momento oportuno, quando puder trazer ao Espírito
os benefícios necessários.
Se quando estamos na vida terrena não mais lembramos
dos erros que cometemos em vidas anteriores, como podemos corrigi-los? Como se
explica os conflitos entre seres de uma mesma família que deveriam viver em
harmonia?
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no
capítulo V, que trata das aflições, Allan Kardec explica a razão e a
necessidade que se tem de esquecer o passado. No entanto, este passado não fica
totalmente esquecido, pois basta verificar as tendências do Espírito para se
ter uma idéia do que ele foi. Os erros voltarão a incomodar o Espírito devedor
e, diante do livre-arbítrio e poderá corrigir-se definitivamente. A correção
das deficiências passa pelo conhecimento da Lei, no esforço pessoal de cada um
para melhorar-se. No capítulo IV, o Codificador trata das questões familiares.
As encarnações nos núcleos familiares podem se dar por afinidade ou
compromissos de ajustes. Assim pode-se compreender que entre os membros de uma
família há os que são mais afinizados e outros que têm dificuldades de
relacionamento. Podem também encarnar em um núcleo familiar Espíritos que não
tenham afinidade ou débitos. Neste caso eles podem estar ali com o objetivo de
ajudar aquele núcleo ou então de serem ajudados pelos que compõem aquele grupo
familiar.
Quais as provas da existência de Deus?
Em "O Livro dos Espíritos" na questão 4, Allan
Kardec faz esta pergunta aos Espíritos Superiores que assim respondem:
"Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não há efeito sem causa.
Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão vos
responderá". O Codificador acrescenta: "Para crer em Deus é
suficiente lançar olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem,
portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito
tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa".
A reencarnação em nosso atual estágio evolutivo pode
ser obrigatória, mesmo quando o Espírito ainda não se sinta pronto para
reencarnar? Em caso positivo, como fica o livre-arbítrio?
O livre-arbítrio aumenta na medida em que o Espírito
evolui. Assim, um Espírito ainda primitivo tem o livre-arbítrio limitado e
sofre reencarnações compulsórias, ou seja, obrigatórias para seu crescimento. O
Espírito de evolução mediana tem o livre-arbítrio relativo à sua evolução,
porém não poderá ficar indefinidamente no plano espiritual a pretexto de não
ter condições de reencarnar. Neste caso, poderá ser obrigado a isto para seu
próprio bem.
O que se pode fazer para ajudar uma pessoa que
desencarna sem saber da realidade da vida depois da morte? O que se deve fazer
para que ele fique bem?
Todos os Espíritos ao desencarnar passam por momentos de
perturbação de duração variável, dependendo de seu nível evolutivo. Após este
período, são ajudados pela equipe espiritual a se adaptarem no mundo do
além-túmulo, mesmo os que não têm maiores conhecimentos sobre este mundo, pois
o que importa são os bens morais que levam consigo. Pode-se ajudá-lo através de
preces sinceras, pedindo aos amigos espirituais que os amparem.
Gostaria de saber a opinião de vocês sobre a
Transcomunicação Instrumental (TCI). Sobre a seriedade das pesquisas, sobre as
"revelações" da espiritualidade neste campo. Se tais mecanismos de
intercâmbio seriam um desenvolvimento natural da comunicação entre os dois
planos?
Segundo o que ensina Allan Kardec, tratam-se de simples
fenômenos de efeitos físicos e os Espíritos que se utilizam deste meio de
comunicação são pouco adiantados, não tendo condições assim, de fazerem grandes
revelações. Estes mecanismos não podem ser um desenvolvimento natural da
comunicação entre os dois mundos pois, como sabemos, quanto mais evoluído é o
Espírito, mais sintonizado está com o mundo espiritual. Assim, nos mundos mais
evoluídos os Espíritos encarnados estão em sintonia direta com os desencarnados
dispensando, portando, qualquer parafernália material. Achar que este é o meio
de comunicação do futuro entre os dois mundos é admitir que Deus substitui o
homem pela máquina, o que é contrário aos ideais de purificação do Espírito. A
tese da Transcomunicação não se sustenta e não encara a razão face a face.
Ruirá como ruiu todas as doutrinas de homens pelos séculos afora.
Deve-se forçar as crianças a participar do estudo do
Evangelho no Lar?
Forçar não, mas deve-se ter argumentos convincentes para
fazê-los ouvir as instruções, afinal é a base moral que está sendo alicerçada
na vida deles. Se não se convencerem da necessidade, os pais devem utilizar de
sua autoridade como o fazem para que eles se instruam nas escolas de formação
intelectual. Deixar que as crianças escolham o que fazer é atitude insensata de
que os pais poderão se arrepender amargamente mais tarde.
Gostaria de maiores esclarecimentos sobre o batismo.
Por que os espíritas não batizam, uma vez que Jesus foi batizado?
O batismo é um dogma católico, proveniente do judaísmo. É
um ritual, apenas. Jesus foi batizado porque João, O Batista, batizava as
pessoas no rio Jordão para assinalar uma nova ordem que estava por vir, e que
ele anunciava. Jesus foi até ele e se submeteu ao batismo para que se cumprisse
o que estava escrito sobre o reconhecimento de Jesus por João, como de fato se
deu. A partir dali, João se recolheu e Jesus iniciou sua tarefa. Mas Jesus não
batizou ninguém, a não ser com o batismo do Espírito Santo que era o de colocar
o homem em condições de divulgar a Boa Nova. O Espiritismo é o Cristianismo
redivivo e, como tal, não tem dogmas, nem rituais nem atos exteriores.
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
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