Por Sergio Ribeiro
MATEUS: capítulo 7º, versículo 21. Nem todo aquele
que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus; aquele, porém, que fizer
a vontade de meu Pai que está nos céus, esse entrará no reino dos céus. — 22.
Muitos me dirão nesse dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, não
expulsamos em teu nome os demônios e não fizemos em teu nome muitos prodígios?
— 23. Eu então lhes direi: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que
praticais a iniqüidade. — 24. Aquele que escuta as minhas palavras e as pratica
é comparável ao homem ajuizado que construiu sua casa sobre a rocha. — 25. Veio
à chuva, transbordaram os rios, os ventos sopraram e se arremessaram sobre essa
casa e ela não caiu por estar edificada sobre a rocha. — 26. Aquele, porém, que
ouve as minhas palavras e não as pratica se assemelha ao insensato que
construiu sua casa na areia. — 27. Veio a chuva, os rios transbordaram,
sopraram os ventos, precipitaram-se sobre essa casa e ela desabou e grande foi
a sua ruína. — 28. Ora, terminando Jesus esses discursos, a multidão se
admirava da sua doutrina, 29, porque Ele a instruía como tendo autoridade e não
como os escribas e os fariseus.
O julgamento de cada criatura se baseia no de suas
obras. Ë este um princípio intuitivo, uma verdade axiomática, a que só não se
curvam os que ensinam e apregoam ser a Humanidade inteira responsável pela
falta do primeiro homem, ao qual chamam Adão.
Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Serão
ouvidos. Quer dizer: não entrarão no reino de Deus aqueles cujas palavras não
corresponderem aos seus atos. As palavras desses se perderão no espaço, sem
chegarem ao Senhor.
Sempre e sempre devemos praticar o que ensinamos,
apreciamos e encomiamos.
Porque, não basta nos extasiemos ante a lei de Jesus
e digamos: é perfeita! Se nos não esforçarmos pelo nosso aperfeiçoamento,
obedecendo-lhe, vã se tornará a nossa admiração.
Inútil será que nos proclamemos cristãos, desde que
procedamos em oposição ao que nos ensinou e prescreveu o Cristo; que nos
declaremos espíritas, se continuarmos quais éramos antes de conhecermos o
Espiritismo; que nos afirmemos médiuns e usemos das faculdades mediúnicas que
possuamos, se não pusermos em prática os ensinamentos que temos recebido, se
não nos utilizarmos dessas faculdades com a consciência do nosso dever cristão,
com o propósito de servir à causa da Verdade, que é a causa de Deus, e de
concorrer para a melhora de nossos irmãos, dando-lhes testemunho dos sérios e
constantes esforços que empregamos por progredir.
Compromete-se, praticando um abuso, o médium que não
pratica a humildade e o desinteresse, que não usa das suas faculdades
mediúnicas com o fim exclusivo de fazer, mediante o exercício contínuo da
caridade, uma propaganda séria, útil e eficaz da lei de Jesus, corroborada pela
sublime Doutrina dos Espíritos, seus mensageiros.
Para os espíritas, a prática da doutrina que
professam é tudo, porquanto muito lhes será pedido, visto que muito lhes é
dado. Cumpre, pois, nos preparemos, todos os que nos dizemos tais, para prestar
contas exatas do que se nos confiou.
Pouco depois de haver escrito o que acabamos de
resumir, a Sra. Collignon, médium pelo qual foram transmitidas ao Sr. J. B.
Roustaing as revelações que se encontram na obra que ele publicou sob o título
de “Revelação da Revelação”, passou a escrever, debaixo de nova influência
mediúnica e com letra diferente, o seguinte:
“Não basta se diga que certa moral é sublime; cumpre
pô-la em prática. Não basta ser-se cristão e mesmo cristão-espírita, se se não
pratica a moral por mim ensinada.
Assim, pois, que os que queiram entrar no reino de
meu Pai sejam seus filhos pelo coração e não de lábios somente, obedeçam com
submissão, zelo e confiança às instruções que receberam e recebem hoje dos
Espíritos, enviados de acordo com as minhas promessas, para ensinar
progressivamente aos homens todas as coisas, para os conduzir à verdade e
lembrar-lhes o que eu lhes disse.
“Digam:
Senhor, Senhor! mas digam-no do fundo de seus corações, correspondam seus atos
às suas palavras e o reino dos céus lhes pertencerá.
Por aquele cuja mão protetora sustenta os humildes e
os fracos e humilha os orgulhosos e os poderosos. — ISABEL.
Em seguida, também de modo espontâneo, o médium
escreveu, sob a influência anterior e com letra igual à com que fora traçado o
ensino que acabava de ser recebido, esta última comunicação:
“Bendizei do Senhor a graça que vos fez e pedi-lhe
de coração o apoio daquele que se vos manifestou hoje, por intermédio do seu
enviado. Perseverai no caminho que trilhais, tende confiança e fé, mas séria, e
o Senhor estenderá suas mãos sobre vós, para afastar os obstáculos que vos
possam deter”. — JOÃO, MATEUS, LUCAS.
Luiz Sayão
Elucidações Evangélicas
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