domingo, 6 de maio de 2012

Aniversário de Um Ano de Raimunda Vieira da Silva




Hoje 06 de maio, completou um ano do renascimento de minha mãe Raimunda Vieira da Silva na pátria espiritual, diga-se passagem, a sua verdadeira morada.
Ela nasceu neste planeta, no dia 29 de maio de 1924, acredito que era a sua “quarta” reencarnação, pois, pelo grau de espiritualidade e moral, como todos nós que ficamos, mostrava-se ser uma pessoa ainda necessitando vir outras vezes nesse planeta, e com certeza virá para dar prosseguimento a sua evolução e aperfeiçoamento moral...
D. Raimunda, era filha da Sra. Maria Vieira Ferreira e do Sr. José Ferreira, nasceu numa casinha humilde na comunidade do Tanque Salgado. Casou-se com o Sr. José Odílio da Silva (1924 - 2004), vindo morar na cidade de Aracati nos idos de 1959, precisamente na Rua Duque de Caxias, onde findou os seus dias aqui nesse orbe.
...Ela teve 18 filhos, dos quais 12 vieram a óbitos antes mesmo de atingir uma idade adulta. As coisas eram difíceis na época, os recursos quase não existiam, o seu esposo o Sr. Odílio era mais um entre muitos homens do campo que viera tentar uma vida melhor na cidade. O mesmo, com alguns poucos recursos que possuía, montou um pequeno comércio no mercado público desta cidade. Era mais conhecido como Odílio das Bananas, irmão do Sr. José Rodrigues, conhecido popularmente como Zé Preto.
D. Raimunda era uma verdadeira guerreira, mulher pequena, mas com fibra e garra de um gigante (...). Era uma dona de casa exemplar, viveu só para os seus filhos e esposo. Desde criança, ela trabalhava no ramo da palha da carnaubeira, fazendo esteira, bolsa, etc. Aliás, essa foi a sua única profissão, pois só depois de uma idade já madura (50/60) é que veio a trabalhar no Colégio Beni Carvalho como auxiliar de Serviços Gerais, onde se aposentou como servidora pública.
Antes da aposentadoria, ela gerenciava um pequeno comercio em sua residência que o seu esposo colocou, era uma pequena “bodega”, que vendia aquelas bugigangas antiga que todo mundo daquela época conhece muito bem, (desde os produtos de higiene pessoal até a banana que era o caro chefe da bodega). Pois bem, era dessa bodega e do comercio do seu Odílio no mercado público, que o casal sustentava seus filhos. 
D. Raimunda era uma mulher que gostava de dar umas cachimbadas, principalmente quando jogava sueca e/ou quando estava fazendo esteira, por sinal, ela caprichava em tudo que fazia. Fazia uma boa comida caseia, jogava sueca como ninguém, e, quando se tratava dos seus trabalhos de palha, não tinha igual!
Nos últimos anos ela vinha um pouco debilitada, devido o vício de fumar cachimbo, gerando uma falta de apetite para se alimentar e alguns problemas pulmonares. Aliás, foi o vício do fumo que levou ela para o leito do hospital e posteriormente para o desencarne.
Na verdade, ela desencarnou no leito do Hospital São Matheus na cidade de Fortaleza. Ela partiu sabendo que era o seu dia e hora, pois, ainda no leito hospitalar, sob os olhos de sua irmã caçula Maria Zilda e de sua sobrinha Maria (ex-freira franciscana), que segundo o seu próprio relato, a sua mãe Maria Vieira Ferreira viera lhe visitar.
Conta Zilda: que, Raimunda olhando e apontando para o alto dizia: − Zilda, Zilda, mamãe veio me visitar... Zilda, Zilda, mamãe estar aqui...
Todas três são católicas...
... Surpresas pelos relatos de sua irmã, elas que eram católicas praticantes, ficaram atônicas sem saber o que dizer, a não ser admitir que sua Mãe e Avó Maria Viera Ferreira viera mesmo visitar sua filha Raimunda Vieira da Silva.
Foi uma partida digna de uma serva do Cristo, mesmo sabendo de suas limitações... Raimunda, nunca frequentou uma escola propriamente dita, mas sabia ler e escrever... Fazia carta e ensinava seus filhos, uma lição que os livros didáticos não oferecem devido à laicidade do ensino, que Deus jamais abandona seus filhos e que é preciso ter moral para ficar em comunhão com Ele. Segundo ela, o homem é aquilo que ele faz! Portanto, esse legado do bem, Raimunda tinha intrínseco com seus afazeres!
Se ela fosse Espírita, talvez sua Irmã e Sobrinha não acreditassem no que ela falou, contudo, acredito que tenha sido uma forma da afirmação enquanto sabedora da existência futura, e que a sua partida para a outra pátria se deu de modo compartilhado entre seus entes queridos que ficaram na terra.  
Isso tudo me confortou e deixou-me lisonjeado, pois, só em saber que ela foi amparada pela sua mãe biológica e por uma falange de outros amigos do pretérito é o que todos nós quereríamos que acontecesse com conosco...!
Obrigado minha mãe por ter me dado à oportunidade de nascer neste planeta com o objetivo de aprender a conviver com as adversidades... Sei da tua sabedoria enquanto espírito, pois hierarquicamente tu estás acima de todos nós...!
Obrigado por ter me dado os exemplos de um verdadeiro homem de bem, mesmo sabendo das minhas limitações, mas estou procurando atender a expectativa daquele (...) que um dia também me guardou aqui na terra como pai...!
Obrigado por ter me concedido em tuas entranhas para provar que o renascimento é possível quando existe a compreensão da necessidade do reencarne, pois, sei das minhas anomalias físicas ao nascer (…), mesmo assim, tu foste serva do Senhor ao permitir a minha vinda ao orbe com o objetivo de escolarizar-me moralmente...!
Obrigado por tudo, principalmente por ter me dado o direito de viver entre os homens desumanos para aprender a ser humano como o verdadeiro homem Jesus, o Cristo de Deus...!

José Roberto Vieira da Silva

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