sexta-feira, 25 de maio de 2012

BEZERRA DE MENEZES NOS ADVERTE SOBRE ADENDAS PERNICIOSAS NO MEIO ESPIRITA




O Espiritismo traz-nos uma nova ordem religiosa que precisa ser preservada. Nela o Cristo desponta como excelso e generoso condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol na sua grandeza mágica. Doutrina que cresceu demasiadamente nos últimos lustros, em suas hostes surgiram bons líderes ao tempo que também apareceram imprudentes inovadores com a presunção de “atualizar” Kardec.
A Terceira Revelação é a resposta sábia dos Céus às interrogações da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro de Deus.
Cremos que preservá-la da presunção dos reformadores e das propostas ligeiras dos que o ignoram e apenas fazem parte dos grupos onde é apresentado, constitui dever de todos nós.
Bezerra de Menezes tem demonstrado preocupação com a manutenção da singeleza dos postulados espíritas, senão, vejamos: “Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais” (...).
(...) “as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na religião, na política e nos interesses mesquinhos.” (1)
Se abraçamos o Espiritismo, por ideal cristão, não podemos negar-lhe fidelidade. O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante das enxertias conceituais e práticas anômalas que alguns companheiros intentam impor no seio do Movimento Espírita.
Para os mais afoitos, a pureza doutrinária é a defesa intransigente dos postulados espíritas, sem maior observância das normas evangélicas; para outros, não menos afobados, é a rígida igualdade de tipos de comportamentos sem a devida consideração aos níveis diferenciados de evolução em que estagiam as pessoas.
Sabemos que o excesso de rigor na defesa doutrinária pode levar a graves erros, se enveredarmos pelas trilhas de extremismos injustificáveis, posto que redundarão em divisão inaceitável, em face dos impositivos da fraternidade. É óbvio que não podemos converter defesa da pureza Kardequiana em cristalizada padronização de práticas que podem obstar a criatividade espontânea diante da liberdade de ação.
Não obstante repelir as atitudes extremas, não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas e não hesitemos, quando a situação se impuser, em nos alertar sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus.
É importante não esquecermos que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.
“É NECESSÁRIO PRESERVAR O ESPIRITISMO CONFORME HERDAMOS DO EMINENTE CODIFICADOR, MANTENDO-LHE A CLARIDADE DOS POSTULADOS, A LIMPIDEZ DOS SEUS CONTEUDOS, NÃO PERMITINDO QUE SE LHE INSTALE ADENDA PERNICIOSA, QUE SOMENTE IRÁ CONFUNDIR OS INCAUTOS E OS MENOS ESCLARECEDORES DAS SUAS DIRETRIZES” (2) É inegável que existem inúmeras práticas não compatíveis com o projeto doutrinário que urge sejam combatidas à exaustão, nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões controversas.
Apresentando certa apreensão quanto ao Movimento Espírita, nosso Benfeitor recorda: “A Boa Nova (...) produz júbilo interno e não algazarra exterior. (...) não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades Federadas.” (3)
(Destacamos.)Sobre os que ainda se fixam demasiadamente nas questões fenomênicas, Bezerra lembra: “(...) a mediunidade deve ser exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia.” (4)
O exercício da mediunidade deve ser reservado às pessoas que conheçam Espiritismo, pelo fato de ser extremamente perigosa a participação de pessoas despreparadas em trabalhos mediúnicos. E por desatenção desse tópico, após mais de um século de mediunidade à luz da Doutrina Espírita, temo-la ainda atualmente ridicularizada pelos intelectuais, materialistas e ateístas, que insistem em desprezá-la até hoje.
Em nome do Espiritismo, há aqueles que propõem práticas alternativas, que nada têm a ver com a terapêutica espírita. Em recente entrevista ao jornal Alavanca – abril/maio-2000 – Divaldo Franco adverte sobre as “terapias alternativas – ‘curanderismos’ e a fascinação na prática mediúnica, apontando-os como fatores que têm desestabilizado o projeto da unidade doutrinária”. (5)
É por essas e outras que a revista Veja (6) registra que os médicos da ala conservadora da Psiquiatria consideram os médiuns como dotados de neuroses, psicoses, desvios de personalidade, esquizofrenias.
Muitos adeptos do Espiritismo desconhecem Allan Kardec, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, Bezerra de Menezes e outros consagrados expoentes da difusão doutrinária e lastimavelmente estão aguilhoados nas práticas que comprometem todo projeto doutrinário.
“Mantende o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, caso seja necessário selar vosso compromisso com testemunho, não titubeeis.” (7) O exercício dos códigos evangélicos impõe-nos a obrigatória fraternidade e compreensão para com os adeptos dessas práticas, o que não quer dizer que devamos omitir-nos quanto à oportuna advertência para que a Casa Espírita não se transforme em academia de ilusões.

Reformador Junho 2004

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1Bezerra de Menezes. (Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 9 de novembro de 2003, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília. Publicada com o título “Brilhe a vossa luz”, em Reformador/dezembro/2003, p. 8 (446) e 9 (447).
2Idem, ibidem.
3 Idem, ibidem.
4Idem, ibidem.
5Jornal Alavanca – abril/maio-2000.
6Revista Veja. SP, abril -1999.
7Cf. Bezerra de Menezes. Mensagem psicofônica
In: Reformador/dezembro/2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário